Vai trabalhar, João Miguel!
No Público de hoje, o cronista João Miguel Tavares vem mais uma vez queixar-se de que não existe em Portugal um partido liberal no qual ele possa votar convictamente. Como as primeiras 349 vezes em que o fez no Governo Sombra não foram suficientes, aparentemente decidiu escrever mais um texto sobre isso.
JMT não é o primeiro que o faz na comunicação social, e muito menos o primeiro na blogosfera. Os apelos e vagas de fundo que exigem um (novo) partido liberal no panorama político português têm sido muitos, principalmente com o governo de Passos, quando não apetecia muito defender o governo que não era de "direita a sério". Aliás, muitos dos queixosos votaram na coligação de direita com a má vontade de quem ainda não encontrou a verdadeira essência da direita em Portugal.
"Este país precisa cada vez mais de um partido liberal, que não peça desculpa pelo que é e que assuma orgulhosamente aquilo que deseja", diz o JMT. A verdade é que até hoje, mesmo depois de tantos belos motes, ainda não se vislumbrou qualquer espírito empreendedor por parte dos liberais portugueses para se darem ao trabalho de formar um partido de que gostem mesmo. Muitas queixas, mas pouquíssima ação. O que vai contra aquilo que eles próprios sugerem para o resto do mundo, como se sabe.
Das duas, uma: ou são os preguiçosos que sempre acusaram os outros de ser e ficam-se pelo voto naquilo em que não acreditam, ou afinal o país não precisa assim tanto de um "partido liberal que peça desculpa" e da "verdadeira direita". Se o país precisasse mesmo, como patriotas que são, de certeza que já teriam posto mãos à obra. Até porque o Observador não conta.