Uma posta de pescada sobre o assunto do dia

Muitos já têm falado sobre os aspectos éticos e legais da decisão da agora deputada Maria Luís Albuquerque em se tornar vogal não-executiva de uma empresa “que esteve envolvida em operações financeiras com o sector que tutelou e com as empresas que, estando sob a alçada do Estado, eram da sua responsabilidade.”
Para mim, o factor mais relevante desta história é o sinal claro que dá sobre o futuro político de Maria Luís Albuquerque. Só uma pessoa que nasceu ontem é que acharia que esta história não iria provocar a celeuma que temos vistos, ou que não deixaria o PSD, e Passos Coelho, em muitos maus lençóis.
Era um dos segredos mais badalados da praça que Maria Luís tinha a ambição clara de poder suceder a Passos Coelho como líder do PSD. E para isso, dizem alguns, já tinha andado a correr o circuito da carne assada do aparelho do PSD nos últimos tempos do governo.
Tudo isso parece ter desaparecido do horizonte. Maria Luís está a fazer pela vida, a ir ganhar dinheiro, não se interessando muito por manter um mínimo de bom senso político, nem que seja para não prejudicar o PSD. Neste cenário, como afirmou David Dinis no Fórum TSF de hoje, até a permanência de Maria Luís no Parlamento é uma menos-valia para o seu partido.
Não parece um bom currículo para uma putativa candidata a líder.
Passos Coelho, e o PSD, saem mais fragilizados na opinião pública. Em termos internos…
Veremos.