Caçando os mitos da política nacional
Desmistificação de algumas matérias propaladas erradamente (ou de forma mal intencionada) ad nauseam a nível nacional.
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Desmistificação de algumas matérias propaladas erradamente (ou de forma mal intencionada) ad nauseam a nível nacional.
De acordo com o Jornal de Notícias, 2012 registou o maior recurso ao Serviço Nacional de Saúde desde que o sistema é monitorizado. Diz o artigo que houve mais de sete milhões de portugueses que consultaram o médico de família, algo que muitos utentes nem sequer têm atribuído devido à distribuição geográfica dos recursos existentes. Uma passagem dos sistemas privados para o público, à qual a crise não é alheia.
A par do desemprego, a doença é provavelmente a condição que mais implicações terá na dignidade da condição humana. Coloca qualquer indivíduo numa situação de vulnerabilidade, cuja resolução não depende directamente da vontade de cada um. E é aqui que o Estado tem um papel fundamental. Não, eventualmente, na resolução do problema, mas a minorar o impacto negativo que tal terá nas pessoas.
A frase será de Dulce Rocha, vice-presidente do Instituto de Apoio à Criança citada por uma peça do Jornal SOL com um título que, a traduzir uma realidade factual, seria perturbador “Seg. Social pressiona grávidas a abortar”. Um titulo que, à luz do relatado nos parágrafos subsequentes, enriqueceria a peça se, no mínimo, terminasse com uma interrogação.
No artigo descobre-se que a afirmação do título corresponde à denuncia feita por várias organizações da sociedade civil que se enquadram nos movimentos pró-vida (que se opuseram à legalização do aborto) e que operam ativamente no apoio a mães com necessidade. Ameaça, coacção, instigação do medo são algumas das acusações feitas aos serviços da segurança social ou de saúde. Estes estarão a informar jovens mães com dificuldades económicas (que terão afirmado querer prosseguir com a gravidez) que a alternativa ao aborto é entregarem os recém nascidos a instituições do Estado por manifesta impossibilidade económica para sustentar um filho ou mais filho. Será efectivamente isto que se passa? E a ocorrer será um fenómeno generalizado? Ou estaremos perante uma análise destorcida do que será o cumprimento do dever de informação perante as opções disponíveis de planeamento familiar (nomeadamente o recurso ao aborto) confundindo-se o esclarecimento às jovens mães com o incitamento à prática do aborto?
Qualquer semelhança entre um país no qual é vedado o acesso no sistema público de saúde a fármacos para doenças graves e outro país no qual é vedado o acesso no sistema público de saúde a fármacos para doenças graves é pura coincidência.
Perdas humanas como aquela que o Miguel aqui refere deveriam cobrir os nossos governantes de vergonha. Mas confesso que não tenho qualquer esperança que tal ocorra com este elenco governativo.
(Imagem)
A atribuição de novos cheques-dentista a crianças e jovens foi suspensa, sem que os motivos para tal decisão tenham sido devidamente comunicados. Segundo foi entretanto noticiado, no início de 2013 retomar-se-á a atribuição destes cheques, mas – depois de tantos avanços e recuos – eu prefiro ver para crer.
O cheque-dentista foi introduzido pelo XVII Governo, no âmbito do Programa Nacional de Promoção de Saúde Oral, e assumiu-se como um dos mais importantes passos para a resolução de um problema de décadas em Portugal: o acesso da população portuguesa a cuidados de saúde oral. O balanço realizado em dezembro de 2010, junto, precisamente, daqueles que agora viram suspenso o acesso a estes apoios, permitiu confirmar a importância e os benefícios do cheque-dentista.
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