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365 forte

Sem antídoto conhecido.

Sem antídoto conhecido.

27
Abr14

Maria Luís, tu pelo amor de deus corta-me este custo intermédio

David Crisóstomo

Estas coisas tiram-me do sério - já não bastava mantermos uma representação diplomática permanente e exclusiva para o mais pequeno país do mundo enquanto fechamos consulados em cidades com milhares de portugueses emigrados? Ainda enviamos o Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros para assistir e "para participar" (?) numa cerimónia em que as autoridades da Santa Sé anunciam que dois dos seus ex-líderes devem agora ser venerados? Para depois o ocupante das Necessidades ainda se pôr a discorrer sobre o "significado extremamente importante" da declaração de 'santidade'? Para "falar um pouco sobre Fátima" com o governante lá da cidade?

Mas a República Portuguesa agora reconhece santos e milagres? Mas ignora-se assim a Lei da Liberdade Religiosa, que refere no nº2 do artigo 4º que "nos actos oficiais e no protocolo de Estado será respeitado o princípio da não confessionalidade"? Mas gastamos dinheiro com isto? Mas isto é pago com os meus impostos? Mas não têm mais nada que fazer ou outros assuntos para tratar? Mas este tipo está a representar-me? Mas que raio?! 

 

05
Out13

Perguntas

David Crisóstomo

 

  • Qual foi a intenção de Rui Machete quando decidiu comentar uma investigação do Ministério Público português numa entrevista a uma rádio estatal angolana? Porque sentiu o Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros de Portugal necessidade de se desculpar perante os seus homólogos angolanos? Foi-lhe exigido um pedido de desculpa?

 

  • Machete diz "tanto quanto sei, não há nada substancialmente digno de relevo, e que permita entender que alguma coisa estaria mal, para além do preenchimento dos formulários e de coisas burocráticas" - como é que soube desta informação? Quais são os "formulários e coisas burocráticas" que refere? Porque supôs Rui Machete que foi "basicamente isso que aconteceu" no processo aberto pelo Ministério Público português? Em que se baseou para fazer tal suposição?

 

  • Sabendo que está a mentir, porque citou Rui Machete a Procuradora-Geral da República Portuguesa como fonte das suas afirmações?

 

  • As "autoridades de Angola" pediram ao Ministério dos Negócios Estrangeiros português explicações sobre o processo aberto contra cidadãos angolanos? Se não, o que levou o Ministério dos Negócios Estrangeiros português a "informar" o Governo angolano sobre estas investigações? Com que propósito o fez?

 

  • O que levou o Ministério dos Negócios Estrangeiros português a pedir à Procuradoria Geral da República "informações genéricas" sobre uma investigação em curso? Que garantias obteve Ministério dos Negócios Estrangeiros português para concluir que "as coisas não tinham nenhum grau de gravidade"?

 

  • A quem se referia o senhor Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros quando declarou que "há sempre quem goste de aproveitar esta situação para empolar" investigações judiciais?

 

  • Se se baseou no comunicado dado pelo Departamento Central de Investigação e Acção Penal de Novembro de 2012 sobre o processo em curso, porque é que só agora decidiu comentá-lo com as autoridades angolanas? 

 

  • O Ministério das Relações Exteriores angolano vai tolerar ser enganado pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros português? Ou tem razões para achar que não o foi? Se não, qual vai ser a reacção do Ministério das Relações Exteriores de Angola quando descobrir que foi aldrabado pelo Ministro de Estado dos Negócios Estrangeiros português? Vai reagir às declarações da Procuradora-Geral da República Portuguesa? Vai pedir/já pediu explicações ao Ministério dos Negócios Estrangeiros português? Foram ou vão ser lhe dadas essas explicações?

 

  • O Ministério dos Negócios Estrangeiros português tem por hábito dar instruções aos membros do corpo diplomático português em Luanda para fornecerem garantias sobre processos judiciais em curso? Já o fez com outros processos relativos a cidadãos de outras nações?

 

  • As garantias dadas por Rui Machete ao Governo angolano foram somente de carácter verbal ou foi fornecida alguma documentação? Se sim, como obteve o senhor Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros essa documentação?

 

  • A Ministra da Justiça portuguesa vai comentar as declarações do seu colega que, basicamente, supõe a impunidade de certos cidadãos estrangeiros?

 

  • Porque acha o Primeiro-Ministro português que as declarações do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros foram "infelizes"? Essa "infelicidade" vai ter alguma consequência?

 

26
Set13

Incorrecção Factual (II)

David Crisóstomo
No edição de ontem do jornal Público é mencionada uma nova potencial mentira incorrecção factual: na carta enviada a 5 de Novembro de 2008 ao então presidente do grupo parlamentar do Bloco de Esquerda, o actual Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros explicita que além de nunca ter sido accionista da Sociedade Lusa de Negócios também nunca foi "depositante" do Banco Português de Negócios. Ora, como é referido no artigo acima citado, no inicio de Agosto, em declarações ao Público, o Dr. Rui Machete afirmou possuir uma conta na instituição bancária em questão. Ou seja, ou senhor ministro tem amabilidade de nos esclarecer sobre um eventual mal-entendido, ou poderemos concluir que o senhor ministro voltou a cometer uma nova aldrabice incorrecção factual. Caso se verifique esta hipótese, alerto-o para uma outra patranha incorrecção factual: no comunicado enviado à agência Lusa no passado dia 21 de Setembro de 2013, o senhor ministro esclarece que a questão das acções da SNL "é o único ponto da minha carta em que existe uma incorrecção factual” - afirmação que será assim eventualmente falsa incorrecta na sua factualidade. Vinha deste modo pedir a sua excelência que nos esclarecesse sobre correcção factual destas informações, se não for muito incómodo. A gerência agradece o tempo e a atenção disponibilizada pelo senhor ministro e espera vê-lo demissionário nas próximas semanas.
22
Set13

Incorrecção Factual

David Crisóstomo

Ministro responde em comunicado ao BE:

'Ah escrevi SNL? Foi? Não me diga! Ora bolas, que chatice, eu queria ter escrito BPN, 'tá a ver? Epa, desculpe, mea culpa, troquei uma troika de consoantes por outra, acontece, a idade não perdoa, 'tava distraído, estávamos em 2008 e havia um abalozinho da crise internacional que nos abanou a todos e eu, abanado, abandalhei na carta que enviei a pedir que não me aborrecessem muito. Que aborrecimento. Mil perdões. Agora, pelo amor da santa, não é preciso exagerar, sim? Pedir a minha demissão?! Oh por favor, que dramáticos, tanta e tamanha podridão vai nessas mentes. Sois tão desproporcionaidos e despropositados. Foi só uma incorrecção factual, até parece que menti, enganei ou ludibriei a Assembleia da República. Tudo não passou dum simples lapso de memória, nada de mais, acontece muito no Ministério das Finanças. Estão chateados, eu percebo, também estaria, mas não dramatizemos. Em todo aquele papelito só cometi uma incorrecção factual, só uma, vejam lá. Isto de ser factualmente incorrecto acontece aos melhores, ok? E não sejam caluniosos. Aliás, já pedi ao Luís Montenegro para elaborar umas queixas para todos aqueles que me apelidarem de mentiroso, que eu não admito isso pá. Bom, concluindo, era do BPN que eu me estava a referir, nunca tive acções daquilo, nada, niente, zero, nunca toquei nessas, jamais, que nodja, eram tóxicas, tipo os swaps, aqueles que a Maria Luís também nunca tocou e/ou deu pareceres. Nunca fui accionista do BPN, era isso que eu queria dizer aos senhores mui prezados deputados da comissão parlamentar. Aliás, nem poderia, que o BPN tinha um só accionista. Uma tal de SNL. Bom, moving on, do BPN não tive acções, apenas tive umas da SNL, no biggie. Vá, não me chateiem mais que se faz tarde. Zacatraz!' 

 

07
Ago13

A forja

David Crisóstomo

 

Eu ainda me lembro como era. Grande parte do país tem uma memória com a capacidade do senhor Secretário de Estado do Tesouro, mas eu ainda me lembro de 2006, de 2007, 2008 ou 2009. Ainda me lembro da 'asfixia democrática'. Ainda me lembro do 'temos um governo que quer controlar a comunicação social'. Ainda me lembro da coitadinha da Manela, a da TVI, mártir da causa dos asfixiados, que às Sextas-feiras Santas atacava a besta. Ainda me lembro da outra Manela, a do 'a crise do subprime não passa dum abalozinho', a reclamar que aqui a pátria necessitava urgentemente duma "Politica de Verdade". Ainda me lembro das petições dos escritores amordaçados, dos manifestos indignados com a manipulação governamental, das manifestações pela liberdade de expressão, e de associação, e de pensamento, e do Correio da Manhã. Ainda me lembro do Paulo Rangel aos berros em Bruxelas contra os atentados ao Estado de Direito que se faziam em Lisboa. Ainda me lembro de Miguel Relvas como porta-voz da oposição.

Foram anos disto. Anos deste espectáculo, onde o alegado pior governo do século XXI da democracia da República de sempre era acusado de nos atirar dados manipulados e falseados sobre a sua administração. Que tinha que haver mudança, que isto não era uma sociedade moderna, que não havia transparência alguma, que vivíamos pior que na Serra Leoa. Enfim, que estávamos perante um grandessíssimo lamaçal. Que era necessária 'gente séria'. Era urgente que a 'gente séria' entrasse em acção. Era necessário que a 'gente séria' tomasse as rédeas da nação.

 

 


«As circunstâncias são o dilema sempre novo, ante o qual temos de nos decidir. Mas quem decide é o nosso carácter.»
- Ortega y Gasset

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