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365 forte

Sem antídoto conhecido.

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06
Mar13

Não menos que um milagre (sobre a prosa de Ricardo Reis - não pessoano)

Rui Cerdeira Branco

É raro escrever uma página de prosa no Facebook. Hoje calhou, mas fica muito melhor aqui:

 

Miguel Poiares Maduro recuperou um dos mais significativos texto de Ricardo Reis sobre as escolhas do país (ver "O FMI e a Austeridade"). A peça vai conquistando o aplauso de alguns amigos estimáveis, mas não sei se mais pelas alfinetadas que oferece a algumas vozes pouco coerentes que criticam o "remédio" em curso em Portugal, se pela convicção de que o que o Ricardo Reis defende é em si mesmo algo coerente. parece-me que não é de todo. Em comentário à prosa e aos elogios à dita deixei o que se segue na caixa de comentários da entrada do Miguel sobre o tema que aqui agora destaco:

Ainda bem que faço parte dos "keynesianos" que em tempo de vacas gordas defende que se "acumule um excedente orçamental para usar nos maus tempos". Talvez também por isso não consiga encontrar as razões que descobrem para elogiar de forma tão vincada este artigo que me parece carregado de silogismos. Neste momento, Portugal não é financeiramente solúvel para os investidores internacionais a menos que tenha o respaldo dos nossos parceiros. Se aceitarmos isto como um facto, de pouco lhes importa se aumentamos ou diminuímos a austeridade/défice/dívida, interessa-lhes saber essencialmente se os nossos parceiros alinham num plano de viabilização credível ou não ou se (mais apetecível) bancam a dívida. Neste último aspeto os mercados são muito reativos como o têm provado várias situações desde o início da crise. Quanto ao plano de viabilização credível é cada vez mais difícil encontrar alguém de fora da troika e do nosso governo que defenda que o atual rumo é sustentável. E nisto a persistência de uma política de austeridade coordenada no espaço europeu com a recusa da Alemanha em cumprir com a sua parte da receita no sentido de reduzir a disparidade nos custos de produção internos na ZE, devolvendo aos seus trabalhadores, de forma mais expedita, uma parte dos ganhos de produtividade que acumulou na última década vai tendo um papel decisivo na ruina do “remédio” português que, creio, tinha mesmo como única hipótese de viabilização desenrolar-se num contexto externo expansionista e não recessivo. Uma previsão para a qual muitos “keynesianos” alertaram e da qual agora reclamam a prova dos factos. 



«As circunstâncias são o dilema sempre novo, ante o qual temos de nos decidir. Mas quem decide é o nosso carácter.»
- Ortega y Gasset

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