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365 forte

Sem antídoto conhecido.

Sem antídoto conhecido.

24
Mai15

Fazer história

David Crisóstomo

 

Decorrem atualmente as primeiras primárias para a escolha de candidatos a deputados da história da política portuguesa. Pela primeira vez, um partido decidiu abrir aos seus membros e apoiantes (e, neste caso especial, subscritores da candidatura conjunta com movimentos civis) o processo de decisão dos homens e mulheres que desejam que, no Outono deste ano, venham a ser os seus representantes eleitos na câmara parlamentar nacional da nossa democracia. Pela primeira vez, num ato democrático que celebra o 40º aniversário das primeiras eleições legislativas em tempos de Abril, há uma força partidária que deseja ir mais longe, tornar mais claro, aberto, transparente e acessível a escolha dos representantes populares, dos representantes do povo da República. 

Caso possa e entenda, candidate-se, seja proponente dos candidatos ou registe-se para poder votar

E, claro está, não podia deixar de destacar que este estaminé se encontra muito bem representado no leque de candidatos pelo Carlos e pelo Sérgio. No terceiro fim-de-semana de Junho irão a votos, para poder ajudar a determinar os votos de um outro fim-de-semana, algures entre Setembro e Outubro. 

 

Pela primeira vez, existem primárias abertas para deputados em Portugal, tanto na capacidade eleitoral ativa como na capacidade eleitoral passiva, onde todos os que comungam dos princípios daquela organização política são chamados a participar. 

Que seja a primeira de muitas, que seja exemplo para muitos.

 

27
Set14

Declaração de voto

David Crisóstomo

 

"Defender a democracia é não hesitar na confrontação democrática com os inimigos da democracia, qualquer que seja a sua natureza. É lutar contra o totalitarismo, que viola os direitos fundamentais da pessoa humana, e contra o populismo, que ataca os alicerces do Estado de Direito. É recriar continuamente a democracia, de modo a que ela saia reforçada, e não diminuída, do confronto com as novas exigências e possibilidades que o mundo contemporâneo lhe coloca."

 

Declaração de Princípios do Partido Socialista

 

 

24
Set14

Parabéns, António José Seguro

João Martins

Seguro, deixa-me dar-te os parabéns. Nunca tinha sentido até hoje tanta vergonha alheia ao ouvir um político português. Superaste-te e por isso mereces um forte cumprimento por teres atingido um patamar ainda mais baixo na sarjeta cada vez mais entupida do teu discurso populista, pseudomoralista e mesquinho.

Não honraste nem honras o partido do qual és líder. Envergonhas-te e envergonhas os teus camaradas que ainda te tentam respeitar minimamente até deixares o cargo que nunca mereceste.

Tens razão quando dizes que não vale tudo em política. Não vale mesmo. O que assistimos hoje foi de uma baixeza abjeta e - isso sim - fica-te mal. Podes ter o sonho de ser líder do PS e Primeiro Ministro de Portugal desde criança, mas os valores da honra e da dignidade tinham de estar presentes nesse teu percurso. Não estiveram. Não tem havido qualquer tipo de dignidade da tua parte quando atacas os teus camaradas com uma violência que nunca aplicaste a Pedro Passos Coelho e ao seu Governo. 

Pediste a António Costa para não ajudar a direita quando na verdade quem a tem ajudado nestes últimos anos foste tu, o presumível líder da oposição que se andou a anular para "haver paz no partido". A paz que deste foi à direita e é essa paz que tem de terminar.

Por isso votarei no António Costa.

16
Set14

É que é mesmo isto

David Crisóstomo

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

13
Set14

Um homem sem figuras de referência

João Martins

António José Seguro tentou por diversas vezes no segundo debate colar a cuspo Costa à direita e ao Governo. Correu-lhe mal, como é óbvio.

Contudo, e o mais curioso do seu spin cheio de incoerências, é que é ele quem usa as narrativas populistas da direita ao tentar atacar o seu adversário e quem o apoia. São raras as manchetes que o líder em exercício do Partido Socialista faça que não incluam um ataque à imagem e história do seu próprio partido a quem o construiu.

Numas eleições primárias do partido não vale tudo para ganhar votos. O PS nunca teve um líder que denegrisse tanto a sua imagem e fizesse mais oposição para dentro do que para fora como António José Seguro.

O país não pode ter esta vergonha como Primeiro-Ministro.

 

 

10
Set14

Déjà vu

João Martins

Não querendo estabelecer comparações entre os debates, as temáticas abordadas e a qualidade dos mesmos, depois de ler e ouvir algumas reações de seguritas (aqueles que se orgulham da promessa irresponsável de Seguro), lembrei-me da excitação dos republicanos americanos quando diziam que Romney tinha cilindrado Obama no seu primero debate e ia ganhar a Casa Branca, sem sombra para dúvidas.

Mas se calhar sou só eu.

08
Set14

Seguro e a interioridade

Nuno Pires

António José Seguro não se cansa de falar no interior como sendo o "país real", o bom e o belo, que é injustamente ostracizado por uma corte de iluminados de Lisboa. Em entrevistas e intervenções públicas, Seguro não tem hesitado em hostilizar Lisboa e os lisboetas, numa estratégia política que, para além de insultuosa, não parece ser lá muito inteligente quando o objetivo último é liderar um Governo de Portugal.

 

Apesar de tudo isto, a verdade é que de interior, de políticas públicas para a promoção da interioridade, António José Seguro parece perceber muito pouco. Muito pouco mesmo.

 

Mas Seguro apaixonou-se pelo interior e nada nem ninguém o vai separar do interior amado. Observe-se, a título de exemplo, mais um vídeo, publicado ontem na página de Facebook de AJS. Aquilo que Seguro demonstra neste vídeo, antes mesmo de olharmos ao interior em particular, é um profundo desconhecimento da importância do financiamento não reembolsável (ou a "fundo perdido", como se preferir) na atenuação de desequilíbrios estruturais. Não é novidade: Pedro Passos Coelho, em diversas ocasiões e a propósito da negociação dos fundos do envelope financeiro comunitário para o período 2014-2020, repetiu por várias vezes a ideia absolutamente errada de que o financiamento não reembolsável é algo de mau e que deve ser evitado. Seguro segue-lhe o (mau) exemplo - é esclarecedor.

 

Mas avancemos então para a noção de AJS daquilo que deve ser uma política pública de apoio ao interior do país. Após o visionamento daquele vídeo com o excerto de um discurso de Seguro, senti-me na obrigação de revisitar as ideias apresentadas pelo ainda Secretário-Geral do PS. E descobri que é aí que reside a principal evidência da vacuidade de ideias suas sobre o interior. Na moção política sobre Grandes Opções de Governo entregue na apresentação da sua candidatura às eleições primárias, Seguro não menciona uma única vez o interior. Não tem uma única ideia sua para aquela que, recentemente, se parece ter tornado a sua única e verdadeira paixão no país.

 

Ainda assim, e apesar de não compactuar com atropelos à propriedade intelectual, percorri as 80 medidas de que Seguro se apropriou e lá acabei por encontrar uma menção ao interior: ao fim de 50 ideias, chegamos à tal em que é referida a criação do "Programa de Desenvolvimento do Interior" de que Seguro fala, com o qual, através de financiamento comunitário, se pretendem a "criação líquida de emprego", a "captação de investimento privado nos setores transacionáveis internacionais" e a "promoção da natalidade e fixação das populações".

Como é que, em concreto, isso se atinge? Bom, logo se verá. O que interessa é desejar que o emprego se crie, que o investimento privado apareça e que as pessoas tenham filhos. Como se chega lá, não se sabe, mas pelo caminho Seguro podia ter também desejado o fim da fome e a paz no mundo.

 

De todo o modo, a verdade é que um "Programa de Desenvolvimento do Interior" que assente em financiamento comunitário é, numa palavra, um erro. Logo à partida porque seria, forçosamente, um programa limitado aos 7 anos de duração de um quadro de financiamento comunitário, um período de tempo que não permite resolver, de forma estrutural, o problema de despovoamento do interior que tanto apoquenta Seguro. É, sem dúvida, importante o contributo que os fundos comunitários podem dar a este nível, mas assentar toda uma estratégia num envelope de financiamento comunitário é uma ideia, no mínimo, fantasiosa. Diria mesmo que uma ideia destas, de que um problema estrutural do país é passível de resolução em menos de 7 anos, chega a ser ainda mais bizarra do que a ideia de acabar com os sem-abrigo no período de uma legislatura.

 

Há ainda mais um motivo para estranheza na análise ao que um apaixonado pelo interior tem para dizer sobre este tema. Com efeito, é motivo de surpresa constatar que Seguro nem sequer refere na sua intervenção o trabalho e a história, em muitos casos com bastante sucesso, que o PS regista ao nível da atenuação das clivagens entre o interior e as zonas do litoral. Exemplos como a implementação de benefícios fiscais à interioridade (que não estão dependentes de um programa financeiro comunitário), a criação de medidas de apoio à empregabilidade em regiões específicas do país ou a aposta em eixos rodoviários que permitam ligar estas zonas do interior quer às fronteiras quer às principais cidades do país (de que a A23 é, porventura, o melhor exemplo), são medidas concretas, concretizáveis e específicas, que contrastam em absoluto com a simplória alusão a um "programa de desenvolvimento", limitado à duração de um quadro de financiamento e sem qualquer detalhe ou medida concreta.

 

Tamanho grau de desconhecimento da realidade, do legado histórico do partido, e de incapacidade de concretização de medidas é, de alguma forma, compatível com a ideia de uma pessoa minimamente preocupada com o interior do país?

 

 

 

 

31
Jul14

A Última Oportunidade

Frederico Francisco

Por muito que António José Seguro diga o contrário, o resultado das eleições europeias deixou claro que o PS não é, aos olhos dos eleitores, uma alternativa credível ao actual governo PSD/CDS. Para mais, o facto de António José Seguro ter classificado este resultado como “uma grande vitória” dá um preocupante sinal de que um resultado semelhante a este nas legislativas do 2015 seria satisfatório para si. Podemos interrogar-nos se o único objectivo do actual líder do PS é chegar a Primeiro-Ministro, independentemente das circunstâncias.

Não há nenhuma razão para acreditar que este PS possa ter um resultado muito diferente nas próximas eleições legislativas, não sendo sequer claro que as conseguisse ganhar. Nessa situação, qualquer cenário viável de governabilidade teria de incluir o PS e o PSD.

Se imaginarmos um governos de “bloco central”, com ou sem CDS, com este PSD e com um PS que não tem sequer um diagnóstico diferente sobre a actual crise que atravessamos, não é difícil concluir que a governação não poderia ser muito diferente, já que continuaria a assentar no pressuposto que foi o “despotismo do passado” que levou Portugal “à beira da bancarrota”. Esta é a principal razão pela qual o PS não foi capaz, até agora, de se apresentar como alternativa polarizadora ao actual governo: tudo o que tem para oferecer é uma espécie de “austeridade fofinha” que não põe em causa a “narrativa” vigente.

É por esta razão que se tornou imprescindível uma clarificação no PS, que só poderia ser obtida com uma disputa pela liderança. Não quero agora discutir se o modelo em que essa disputa se está a realizar é o mais adequado, mas estou convencido que estamos perante uma das últimas oportunidades para o actual sistema partidário, em particular, para os dois grandes partidos portugueses.

O único factor que pode desbloquear a actual situação política e permitir que se abra um novo ciclo significativamente diferente do actual é um PS que se apresente a eleições com a possibilidade credível de obter uma maioria absoluta. A equipa de António José Seguro não mostrou até agora estar em condições de conseguir isso. Pode-se argumentar que António Costa pode também não o conseguir, mas todos os dados (sondagens, opinião publicada, etc.) levam a crer que estará em muito melhores condições para tal.

Não restarão muitas oportunidades para travar o declínio dos dois grandes partidos do nosso regime. Apenas um resultado forte do PS permitirá, não só mudanças significativas na governação, mas também a negociação de acordos à sua esquerda. Só assim poderá o PSD ir para a oposição e iniciar um processo, que será doloroso, de regeneração do partido após esta passagem pelo governo. Mas apenas um PS que seja, de uma forma clara,  programaticamente distinto do PSD poderá conseguir um resultado forte.

Se estas condições falharem, estou convencido que continuarão a crescer as condições que favorecem o aparecimento e crescimento de movimentos políticos de natureza populista ou de franja e ficaremos mais próximos de ter um sistema partidário irreconhecível.

«As circunstâncias são o dilema sempre novo, ante o qual temos de nos decidir. Mas quem decide é o nosso carácter.»
- Ortega y Gasset

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