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365 forte

Sem antídoto conhecido.

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06
Nov14

O ministro do milagre económico

Sérgio Lavos

Os hábitos de consumo de um ministro, falemos de álcool, berlindes ou sapatos, não me interessam nem deveriam interessar a ninguém. Já a falta de educação e a pesporrência no trato com deputados da nação, assim como a competência no desempenho da função, isso sim é do interesse de todos. E o que Pires de Lima tem para mostrar é pouco, muito pouco: uma réstea de um mirífico "milagre económico", suportado por algumas vendas de computadores Magalhães em países da América Latina - negócios herdados dos governos Sócrates; exportações de produtos refinados pela terceira refinaria de Sines, um investimento também de Sócrates; e uma conjugação de factores externos e do bom trabalho de um seu secretário de Estado, Adolfo Mesquita Nunes, que levaram a um crescimento (não tão bom como o propagandeado) das entradas de turistas. 

O seu antecessor, o saudoso Álvaro, prometia uma grandiosa e quinquenal reindustrialização do país e a descoberta de petróleo ao largo das Caldas. Pires de Lima limita-se a alardear ufanamente resultados que se devem a investimentos feitos pelos governos socialistas. O resto são pormenores, que em nada beliscam o mau desempenho do ministro. 

11
Jul14

Estado de Submissão

David Crisóstomo

 

“Se o país achar que não é possível cumprir os compromissos com esta Constituição, sujeito à incerteza constitucional, o que tem de ser tem muita força”

 

“Vamos ter de ter um Governo de maioria depois das eleições. E não acredito que nenhum aceite governar no estado de submissão aos tribunais que este aceitou

 

Pires de Lima

 

Eu sou dos que não acha isto normal. Normal, aceitável, tolerável. Não me passa pela cabeça que se tolere que um ministro de um estado de direito democrático afirme uma visão destas. Afirme publicamente a sua visão do que é "governar", do que é exercer o poder executivo, e de quais são os limites deste. Ou da ausência de limites, como parece ser o caso. Parece que para o senhor Ministro da Economia do XIX Governo Constitucional da República Portuguesa o "que tem que ser tem muita força". Um nova versão do "custe o que custar" do senhor Primeiro-Ministro. Custe o que custar, com muita força, nada os deterá, quais revolucionários em marcha. Marchar, marchar, e não serão coisas menores e banais como são os tribunais que os irão parar. Recusar o estado de submissão dos governos aos tribunais, do poder executivo ao poder judicial, recusar a submissão perante a lei. Impor sim a submissão da lei perante "os compromissos". Contra o império da lei, triunfarão, com os grandes saltos em frente a que nos têm habituado. E a verdade é que nos habituamos, habituamo-nos, como se fosse rotineiro, a ouvir estas frases aterradoras de quem parece não compreender o seu verdadeiro significado, de quem muito pouco compreende. Uma limitada compreensão sobre o que é o sistema político descrito na Constituição. São manifestações de desprezo pelas instituições, de desprezo pelo regime que há 40 anos nos rege e que nos proporcionou o maior aumento da nossa qualidade de vida na nossa história. É desprezo pela história, pelo passado, pelo que se passou. É a refundação, é o homem novo, é novo normal. Desculpem-me, mas eu sou dos que não acha isto normal.

 

«As circunstâncias são o dilema sempre novo, ante o qual temos de nos decidir. Mas quem decide é o nosso carácter.»
- Ortega y Gasset

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