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365 forte

Sem antídoto conhecido.

Sem antídoto conhecido.

03
Fev16

Relembremos que eles prezam a coerência

David Crisóstomo

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Relembremos que hoje o líder do grupo parlamentar do CDS, ladeado por dois ex-secretários de Estado do XIX Governo Constitucional, anunciou-nos que a bancada do seu partido já tinha decido que votará contra a proposta de Orçamento de Estado para 2016.

 

Relembremos que este anúncio é feito quando não existe ainda proposta de Orçamento de Estado, quando este é até a primeiro Orçamento regular redigido por este Governo (descontando o Rectificativo do BANIF, com o qual o CDS finge não ter nada a ver nem ter responsabilidade alguma).

 

Relembremos que à data de hoje ainda não foi aprovada em Conselho de Ministros nenhuma proposta de lei e que, como tal, ainda não deu entrada nada na Assembleia da República; que andámos nas últimas semanas a discutir um rascunho orçamental, mas não há neste momento proposta de lei para o Orçamento de Estado deste ano.

 

Relembremos que em em Setembro e Outubro do ano passado, quando o atual primeiro-ministro admitia que provavelmente não aprovaria um Orçamento de Estado da direita, Paulo Portas questionava: "alguém me pode explicar como é que defende a estabilidade alguém que diz que vota contra um Orçamento que não conhece?"; e exclamava: "como pode dizer que é uma referência de estabilidade quem já garantiu que vota contra um Orçamento".

 

Relembremos que num debate televisivo antes da campanha eleitoral ditou que:

"O desespero nunca é bom conselheiro. O secretário-geral do PS decidiu radicalizar." Foi desta forma que Paulo Portas reagiu às declarações de António Costa de que não viabilizará o Orçamento do Estado para 2016, caso a coligação ganhe as eleições mas não tenha maioria absoluta. "As pessoas não estão nessa atitude, numa atitude destrutiva, de votar contra um Orçamento que [Costa] não conhece", prosseguiu, lamentando que o líder socialista prescinda da "possibilidade de o melhorar"

 

Relembremos ainda que nesse mesmo debate foi também cristalino sobre o que faria como deputado: 

 

 

Relembremos que Paulo Portas já anunciou que sairá da Assembleia da República após a tomada de posse da nova liderança mas que o seu legado no CDS-PP certamente perdurará após a sua partida.

 

 

 

 

12
Jul15

O carácter de Passos e Portas

Sérgio Lavos

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Vamos, para já, esquecer as previsões falhadas, a destruição da economia e o aumento da pobreza que as políticas do Governo provocaram. Concentremo-nos no carácter dos governantes.

Há numerosos estudos apontando para um facto: o eleitor tem sempre em conta a personalidade do político e a confiança que este invoca. Não interessam tanto as propostas políticas ou a ideologia, mas a capacidade que o político tem de convencer o eleitor de que conduzirá o país ao caminho certo. E a avaliação que é feita depende de vários factores, entre eles a habilidade retórica ou o carisma. Todos estes factores contribuem para a construção de uma imagem, abstracta e impressionista, imagem fabricada e intrinsecamente dependente dos média que a difundem (e também constroem, por interesse subterrâneo, involuntário ou evidente). No limite, é nesta imagem fabricada que votamos, e não no político real – e não certamente na pessoa que está por detrás desta imagem, inacessível a todos.

Pensemos então em Passos Coelho e Paulo Portas. Quem é Passos? Segundo um estudo de opinião recente, a característica que as pessoas mais associam ao seu nome é ser mentiroso. Não é especulação, nem uma “ofensa”; é a mais nítida impressão que ele deixa. De acordo com outro estudo de opinião, Passos seria o político no qual as pessoas menos confiariam para comprar um carro em segunda mão. Esta ideia que temos de Passos, curiosamente, não se distancia muito da imagem que ele quis dar de si: ele é o homem simples, com defeitos e pecadilhos (a fuga ao fisco, a fraude dos fundos europeus na Tecnoforma), um de nós, alguém que não pertence à elite. As férias de chanatas em Manta Rota ou a casa em Massamá reforçam a impressão. A mentira, reiterada e exposta (das promessas feitas em campanha rapidamente esquecidas à insistência em não ter dito coisas que efectivamente disse), é parte da persona de Passos. A mentira, numa distorção digna de Orwell, é vendida como qualidade, e não como defeito. Certamente que a sua equipa acha que o relativismo moral dos portugueses é tão acentuado que conseguirá passar esta mensagem. É extraordinário, mas não deixa de ter cabimento. A realidade é uma construção mental, e os propagandistas sabem disso. Passos, o homem sem qualidades alçado a primeiro-ministro, confia nos seus defeitos para voltar a conquistar o poder.

E Portas? Portas é tudo e o seu contrário. Já foi intelectual liberal, jornalista de escândalos, conservador na senda de Thatcher, populista desavergonhado, brilhante tribuno e homem de Estado (duas vezes). Portas é o homem que transporta o seu carisma pelas praças e mercados do país, distribuindo beijos por peixeiras enquanto escavaca carros topo de gama oferecidos pela Universidade Moderna. Há o Portas da lavoura, o Portas dos reformados (que quando chega ao Governo corta pensões e reformas), o Portas do partido do contribuinte (que quando chega ao Governo faz o maior aumento de impostos da História da democracia), o Portas dos submarinos, o Portas compadre de Jacinto Leite Capelo Rego, o Portas das exportações a bombar (quando elas encolhem). Paulo Portas, antes de ser Irrevogável, já o era. A sua palavra sempre valeu menos do que a virgindade num prostíbulo, a dissimulação é o âmago essencial da sua natureza. Traiu Marcelo Rebelo de Sousa por um prato de lentilhas, e em 2013, à primeira oportunidade, quis saltar do barco, e quando viu que não tinha o apoio do seu partido (e que por isso a sua carreira política poderia chegar ao fim), voltou atrás na palavra, ficando para a posteridade com o cognome de O Irrevogável. Orgulho? Honra? Dignidade? Tudo entradas riscadas no seu dicionário. Já a palavra “vaidade” brilha em todo o seu esplendor, sublinhada a marcador fluorescente e com várias anotações à margem.

Passos Coelho e Paulo Portas são isto. Nada mais, nada menos. E se a isto somarmos as políticas que destruíram o país, o que temos?

 

(Texto publicado no Tempo de Avançar)

04
Ago14

Um Governo, como habitual, fora da lei

Nuno Pires

 

Já não é a primeira vez que este Governo protagoniza um malabarismo deste tipo.

Em março, o Governo aprovou em Conselho de Ministros a suspensão do acesso à reforma antecipada. Atropelando o Regimento do Conselho de Ministros e contando com o alto patrocínio do Presidente da República, a medida foi aprovada em CM, não foi divulgada no comunicado que se lhe seguiu (como consta do Regimento) e durante cerca de uma semana foi propositadamente escondida dos portugueses.
Quando finalmente a "surpresa" foi publicada em Diário da República, tinha a sua entrada em vigor para o dia imediatamente seguinte.
Assim, indo contra os procedimentos definidos, apanharam-se desprevenidos tudo e todos, em particular aqueles que estavam a planear apresentar o pedido de reforma antecipada a que tinham direito.

Ontem, domingo, a lamentável brincadeira repetiu-se, ainda que em moldes distintos. O irrevogável Portas e a Miss Swaps ter-se-ão, alegadamente, encontrado. Num formato totalmente inovador para um Conselho de Ministros (composto apenas por 2 ministros e sem que ninguém soubesse da sua realização) e mais uma vez com o alto patrocínio do Presidente da República, trataram de aprovar e promulgar num instantinho um diploma com o regime aplicável aos bridge banks, de forma a tornar possível a solução que foi anunciada ao final do dia por Carlos Costa.
E, esta manhã, voilá: sem que ninguém tivesse falado no assunto (designadamente, o Governo ou o PR) surge a publicação, em Diário da República, do Decreto-Lei n.º 114-B/2014, de 4 de agosto, elaborado e promulgado num Conselho de Ministros alegadamente realizado na véspera e com entrada em vigor no dia seguinte.

Em bom rigor, a verdade é que isto já não surpreende. Um Governo incapaz de elaborar um Orçamento de Estado dentro dos parâmetros da lei, que desafia e pressiona publicamente o Tribunal Constitucional e que não tem qualquer respeito pelos mais elementares preceitos democráticos, surpreenderia bastante se agora se mostrasse minimamente preocupado com este tipo de questões.

 

Adenda: ao que parece, os ministros nem sequer se encontraram - trocaram uns emails. E, de acordo com Poiares Maduro, a prática não é inédita. Um Governo muito inovador, este.

 

Imagem: Mário Cruz / Lusa (arquivo)

 

06
Mar14

"The future is so bright we gotta wear shades"

mariana pessoa

"Relatório da Comissão Europeia assinala início da criação de emprego no Sul da Europa.

Mas para Portugal as notícias estão longe de ser boas - Os empregos com mais futuro em Portugal são pouco qualificados"

 

 

 

E depois de sabermos que o único emprego criado (diz que são 128 mil criados só no 1ºT de 2013, ah valentes!) é o de 3 horas, o que nos tranquiliza certamente é saber temos um Vice Primeiro Ministro que não acredita "num modelo de desenvolvimento de salários baixos:

 

No fundo, no fundo, estamos perante o orgasmo de Nuno Crato: um trabalhador fabril e um(a) empregado(a) doméstico(a) em cada esquina, baratinhos e fáceis de despedir. É como costuma dizer a f. the future is so bright that we gotta wear shades.
[Ah, e antes que se começem a espumar da boca: claro que não há problema algum em ter-se uma destas profissões, não é esse o ponto]
11
Jan14

O CDS segue para Bingo (II)

David Crisóstomo

Em fim-de-semana de congresso do CDS-PP nada melhor que recordar o glorioso passado deste partido na sua vertente mais recente. Em homenagem ao evento de Oliveira do Bairro, decidi retomar o processo arqueológico iniciado anteriormente. Agradeçamos ao gestor de conta do twitter do CDS-PP e, acima de tudo, apelemos para que não se acanhe e volte a resumir em pedacinhos de 140 caracteres toda a mentalidade dos senhores e senhoras do largo Caldas. Enfim, apreciem este manjar de coerência:

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Bom Congresso!

 

11
Jan14

Da maioria como factor de instabilidade (CLVII)

Nuno Oliveira
As notícias insistentes e consistentes da saída de Paulo Portas para a Comissão Europeia só vêm confirmar este governo e esta maioria como o maior factor de instabilidade de todo o período de assistência financeira. 

Ao contrário do que aparece noticiado, mais que uma contrapartida para uma futura coligação às eleições legislativas a indicação de Portas para a Comissão Europeia para ser a contrapartida por Paulo Portas ter aceite recuar na sua irrevogável demissão.

Significaria que o Presidente seria confrontado a demissão do líder do partido júnior da coligação poucos meses depois de ter sido eleito em congresso ou, em alternativa, caso não houvesse demissão significaria que o Governo deixaria de contar com a presenção do líder do CDS o que Cavaco já considerou inaceitável.

A confirma-se, esta saída de Paulo Portas seria (mais) uma perturbação na vida e na orgânica deste Governo. Perturbação de que este Governo parece ter uma dependência patológica.

Verificando-se Cavaco Silva deve fazer o que já há muito deveria ter feito em nome do tão falado "interesse nacional" e em nome da tão defendida "estabilidade": dissolver a Assembleia de República e convocar eleições legislativas antecipadas.
«As circunstâncias são o dilema sempre novo, ante o qual temos de nos decidir. Mas quem decide é o nosso carácter.»
- Ortega y Gasset

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