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365 forte

Sem antídoto conhecido.

Sem antídoto conhecido.

18
Set14

Mensagem de Stock da Cunha no Novo Banco

Pedro Figueiredo

"As minhas primeiras palavras enquanto presidente do Novo Banco são – como não podia deixar de ser – dirigidas aos colaboradores, ontem numa reunião na Sede e hoje através desta mensagem.

Apesar das questões e dificuldades que todos sabemos existirem, o projeto do Novo Banco assenta na melhor equipa de banca em Portugal. Sei bem do que falo, sobretudo quando, tendo trabalhado na concorrência, me recordo da multiplicidade de clientes e operações perdidas para este banco. Foi convosco que o banco se tornou líder nos principais segmentos de atividade e uma referência na inovação e qualidade de serviço.

O nosso mandato é claro: estamos aqui para recuperar e criar Valor para a nossa instituição e assegurar que voltamos a ocupar a posição de liderança que o mercado nos reconhece, através das competências que nos distinguem: qualidade de serviço e dinâmica comercial, nacional e internacional, sempre apoiadas na eficiência das áreas de suporte. Temos de voltar a captar clientes e a crescer em volume de depósitos e créditos de bom risco. Este é o nosso mandato – e não a discussão permanente sobre o modelo ou a data de venda.

Gostaria de deixar uma palavra de agradecimento ao Dr. Vítor Bento e à sua equipa pelo trabalho efetuado na estabilização do banco. Aos colaboradores do Novo Banco gostaria de deixar claro, em meu nome e em nome dos restantes membros do Conselho de Administração, que podem contar connosco, que saberemos ouvir, trabalhar em equipa e decidir. Conhecemos os desafios e as dificuldades existentes e que não desaparecerão de um dia para o outro. Mas sabemos também que “arregaçar as mangas” e não ficar "de braços cruzados" é a única forma de assegurar o futuro deste banco e dos seus colaboradores.

“Mãos a obra”, que o Novo Banco é essencial para todos nós, para as famílias e empresas do nosso país e para o futuro de Portugal.

 

Eduardo Stock da Cunha

Presidente"

 

É assim mesmo que o novo presidente do Novo Banco se dirige aos colaboradores. Nem bom dia ou caros colaboradores no início da mensagem. Criou, aliás, uma sensação ainda maior de desconfiança dentro da equipa que tanto elogiou - recorrendo até aos tempos em que era concorrência -, já que a ideia que solidifica neste momento na grande maioria dos departamentos é "pensa que está a enganar quem?". A clareza do mandato esconde, no entanto, o objectivo principal: a venda. O sindicato já pediu uma reunião com a nova administração, alegando que a alteração no modelo de desenvolvimento do banco consubstancia a venda imediata. E se todo este processo tem sido péssimo para a imagem da instituição (o BPN tinha 20 anos, mas o BES tem 145), pior ainda tem sido para a confiança interna dos funcionários. Todos os dias há rumores diferentes. Hoje é que quem tem menos de 15 anos de banco vai receber carta de rescisão. Ontem era que quem não tivesse filhos seriam os primeiros a serem despedidos. A verdade é que uma boa parte dos colaboradores (cerca de 1400) pertencem ao denominado ACE (Agrupamento Complementar de Empresas), não sendo por isso considerados bancários.

Entretanto, em reunião do conselho de administração, foram ontem "despachados" os últimos quatro administradores do tempo de Ricardo Salgado que sobreviveram ao Novo Banco. Jorge Martins (Área Comercial Norte); João Freixa (Sul); João Mello Franco (Marketing e Private Banking, que o Jornal de Negócios, citando o Diário Económico, diz que será o substituto de Granadeiro na PT); e Miguel Rio-Tinto (Informática) "tomaram a iniciativa de apresentar o pedido de renúncia aos cargos de membros do Conselho de Administração deste Banco", pode ler-se no comunicado com data de 17 de Setembro.

15
Set14

Dizem que o amor eterno chega a durar 3 meses

mariana pessoa
15
Set14

Mensagem de despedida de Vítor Bento aos colaboradores do Novo Banco

Pedro Figueiredo

"Caros Colaboradores,

 

 

Entrei no então BES, juntamente com os Drs. José Honório e João Moreira Rato, a 14 de Julho, numa envolvente muito complexa e cheia de incertezas e perante uma situação que se afigurava com um futuro muito difícil, empenhados na recuperação do Banco e do seu prestígio. O que pressupunha, entre outras coisas, um razoável horizonte temporal para o efeito. Era esse o desafio profissional que tinha pela frente.

Como é sabido, as coisas precipitaram-se muito rapidamente e o Banco acabou objeto de uma medida de resolução, que correspondeu ao que as autoridades consideraram ser, dentro das circunstâncias, a que melhor protegeria o Banco, os seus clientes e o seu futuro.

Aceitámos fazer a transição para o novo regime, para assegurar que a mesma não teria nenhum efeito desestabilizador no Banco e no sistema financeiro e porque na altura não era ainda claro que não fosse possível prosseguir o projeto de médio prazo com que iniciáramos esta missão.

A rápida evolução das circunstâncias, e o enquadramento legal da situação do Banco, resultante da medida de resolução, acabaram por mostrar que o desafio profissional que tínhamos pela frente tinha mudado substancialmente.

Durante este período contribuímos para a estabilização do Banco, lançámos, com apoio da McKinsey, a elaboração de um plano de sustentabilidade, pusemos em curso a mudança de marca (por imperativo regulamentar), criámos as condições para a “normalização” do funcionamento interno e externo do Banco, definimos objetivos para o último trimestre e lançámos o processo orçamental para 2015, entre várias outras coisas.

Está praticamente concluído o balanço de abertura do Banco, não auditado, mas que permitirá um diálogo mais sólido com as várias contrapartes dos negócios do Banco e com as agências de rating. E entretanto, foi já encetado um processo para a rápida venda do Banco, gerido pelo Fundo de Resolução e pelo Banco de Portugal.

Por essas razões, entendemos ser agora oportuno passar o testemunho a uma outra equipa de gestão mais alinhada com o projeto escolhido pelo acionista.

A força do Banco e a capacidade de preservar o seu valor reside nos seus colaboradores, como tenho dito várias vezes, e essa mantém-se intacta, pelo que acreditamos que o Novo Banco será sempre uma grande instituição, com gente muito dedicada, clientes leais e uma atividade de negócio que pode dar um importante contributo para a recuperação da economia portuguesa.

O novo CEO é uma pessoa muito experiente no setor e um profissional reconhecido e estou certo de que será o garante da preservação desse valor. Os elementos que o acompanham na renovação da equipa são também profissionais reconhecidamente competentes.

Estou convicto de que esta mudança ocorre no momento mais oportuno para o efeito, e uma vez que estão praticamente resolvidas as questões mais complexas e desgastantes da transição do regime do Banco, será favorável pois que, libertando a nova equipa daquele desgaste, lhe permitirá dar um novo impulso à atividade do Banco.

Agradeço aos meus colegas de Administração e agradeço a todos a colaboração dada nestes tempos difíceis que atravessámos em conjunto e desejo-vos as maiores felicidades.

 

 

Novo Banco, 15 de Setembro de 2014 "

«As circunstâncias são o dilema sempre novo, ante o qual temos de nos decidir. Mas quem decide é o nosso carácter.»
- Ortega y Gasset

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