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365 forte

Sem antídoto conhecido.

Sem antídoto conhecido.

10
Ago13

E se 2013 terminasse amanhã?

Cláudio Carvalho

"o que torna geral a vontade pública não é o número de votantes, mas o interesse comum que os une"

(Jean-Jacques Rousseau)

 

Se 2013 findasse amanhã, os grandes ensinamentos que retiraríamos do ano político são: que certas opções coletivas do passado têm, mais do que nunca, consequências penosas no futuro (vd. Presidenciais 2006 e 2011); vergando o direito, o populismo e a demagogia voltam a reinar, acentuando-se na política autárquica e nos antros de certo comentarismo político; que é sempre possível reforçar a ilusão da inevitabilidade; que, mesmo perante a evidência empírica, a mentira enraíza-se tanto que se criam mitos que suportam políticas catastróficas; que a incompetência frutifica; que a nova utopia já não é mais a igualdade entre os Homens, mas o que deveria ser o pressuposto da praxis política: a primazia do interesse comum face aos interesses particulares. Restam 143 dias, para que se evite que 2013 seja retratado historicamente desta forma.

19
Jul13

Os arautos austeritários do comentarismo merceeiro nacional são responsabilizados?

Cláudio Carvalho

Perante os resultados da política económica destes últimos dois anos, perante a incapacidade atual de diagnóstico e de procurar administrar o antídoto que nos permita inverter o atual rumo, não é só o governo e as bancadas parlamentares do PSD e do CDS-PP que têm que ser responsabilizadas. Todos os que defendem, de forma direta ou indireta, que a solução para sair do buraco é cavar ainda mais, devem ser responsabilizados pelo exercício das suas funções. Por ser necessário e óbvio, respeitar a liberdade de imprensa, no caso de José Gomes Ferreira e  de Camilo Lourenço esta responsabilização deve ser autoinfligida. Não é possível apregoar-se, de forma acrítica, a mesma receita quase todos os dias e sair-se impávido e sereno desta situação, límpidos depois de chafurdarem na lama.

Mas há quem se preste a tudo...

14
Jul13

Do Portugal kafkiano

Cláudio Carvalho

Uns certos puristas da esquerda ortodoxa julgam que o Partido Socialista não pode negociar ou dialogar nada com os partidos que suportam a coligação governamental, nem que com isso nada se perca. Para estes, dialogar e negociar é uma plena subjugação; tomar um café com alguém de direita, uma traição. É pena que estes muros não tenham, definitivamente, caído.

13
Mai13

As 5 fases da morte

Cláudio Carvalho

Primeira, negação e isolamento: o executivo e os grupos parlamentares da maioria mantiveram-se, durante pelo menos 18 meses, em constante isolamento político. Orgulhosamente sectários. Em negação, perante os resultados do OE2011 e, especialmente, do OE2012, rejeitando a realidade perante os olhos: mais desemprego, mais impostos, menos receita, mais despesa, menos produto, as previsões falhadas, vistas e revistas e, claro, a espiral recessiva.

Segunda, raiva: Pedro Passos Coelho, 7 de abril de 2013, solta a sua raiva contra o Tribunal Constitucional (TC). Manipulador como é o seu timbre, procura imputar ao TC as consequências dos resultados das suas próprias opções políticas. Raiva, desespero, frustração, o resultado de servir os interesses de outros que não os do seu povo.
Terceira, negociação e diálogo: Poiares Maduro e Pedro Passos Coelho apelam ad nauseam ao consenso político, nomeadamente a uma concertação com o Partido Socialista (PS). O PS rejeita o presente envenenado, rejeita comprometer-se com a política económica desastrosa de Vítor Gaspar e cia.. 
Quarta, depressão: Passos Coelho e Paulo Portas moribundos; Conselho de Estado marcado. O fim está próximo.

Seguir-se-á, antes do último suspiro deste governo, o quinto e último estado: a aceitação.

Finalmente, o fim. A morte deste governo, o fim do calvário de um povo e o raiar de um novo dia.

28
Abr13

Duas notas sobre o congresso de Sta. Maria da Feira

Cláudio Carvalho

Sobre o congresso do Partido Socialista, duas notas sintéticas: A primeira é que durante este fim de semana ouvi dirigentes com elevadas responsabilidades a dizerem que é necessário "resgatar o futuro das novas gerações" e "falar a verdade". A segunda, é que não é possível ou aceitável querer coligações à esquerda, deixando a porta aberta à direita e às políticas de austeridade. Já dizia Aneurin Bevan que, quem fica no meio da rua, é atropelado. De igual forma, não é possível o PS afirmar-se como alternativa política, se nem se diferencia na retórica. É pena, agora que recomeçava a acreditar na liderança do PS e numa alternativa de esquerda.

14
Abr13

"Anatomia" do discurso e da atuação da direita nacional

Cláudio Carvalho

- Se o PIB contrai mais do que o previsto, culpamos o anterior governo xuxa
- Se a taxa de desemprego aumenta mais do que a estimativa chegando perto dos 20%, culpamos os xuxas da esquerda parlamentar. 
- Se o desemprego jovem chega aos 40%, continuamos a apostar em programas inférteis com nomes pomposos e culpamos os xuxas dos jovens que não querem emigrar. 
- Se os juros da dívida diminuem, capitalizamos o mérito para o Governo. Se os juros da dívida aumentam, a culpa é da conjuntura internacional e da herança xuxa
- Se nos enganamos nas previsões da receita fiscal em 3,1 mil milhões de euros, aumentamos ainda mais os impostos, culpamos o xuxa do José Sócrates e ponderamos a possibilidade de lançar uma outra petição para o proibir de se expressar num qualquer órgão de comunicação social.
- Se não conseguimos cortar na despesa, mesmo sabendo que não nos vão deixar, insistimos em usar a receita extraordinária advinda da concessão da ANA para "tapar" o défice e, de seguida, culpamos os sacanas dos xuxas do Eurostat. 
- Se decidimos destruir o consumo e o investimento, apostamos nas exportações e fechamos delegações da AICEP porque são uma marca xuxaEntretanto, as exportações estagnam, e encetamos um discurso laudatório em torno das marcas governativas dos sacanas dos xuxas que nos precederam. 
- Se propomos um Orçamento de Estado que sabemos que à partida tem normas inconstitucionais, imputamos a culpa aos xuxas do Tribunal Constitucional e aos xuxas-pândegos dos funcionários públicos. 
- Se falhamos todas as previsões e nos dizem para renegociar as condições do PAEF, contrapomos dizendo que são todos uma cambada de comunas que atentam contra o interesse nacional e, volvidos uns meses, aí sim, renegociamos. 
- Se, de qualquer das formas, temos que arranjar forma de cortar na despesa, priorizamos cortes nos xuxas-malandros que recebem subsídios de desemprego e de doença. 
- Se alcançamos resultados medíocres nas sondagens, colamos os xuxas do PS ao memorando de entendimento, vilipendiamos o resto da esquerda xuxa e culpabilizamos os xuxas da "troika" pelos resultados, mesmo estando na sétima revisão do programa e apesar de termos encetado medidas de consolidação muito para lá das que nos eram exigidas.

- Desviar toda e qualquer responsabilidade de qualquer outra medida negativa para terceiros e aprovar votos de louvor a todos os membros do governo afetos ao PSD que acabem, eventualmente, por desertar.

11
Abr13

Será que aguenta?

Cláudio Carvalho
«As circunstâncias são o dilema sempre novo, ante o qual temos de nos decidir. Mas quem decide é o nosso carácter.»
- Ortega y Gasset

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