Martin Luther King meets Syria 2013
Hoje tudo o que mexa em teclado vai falar no discurso de Martin Luther King, "I have a dream".
Para mim, esse nunca foi o discurso mais inspirador. Foi outro, um outro que me fez olhar para a América de forma diferente. Foi proferido em 1967, na Riverside Church em Nova Iorque, quando após anos de silêncio, King se afirma contra a guerra no Vietname:
O discurso tem cerca de 23 minutos, mas vale cada segundo. Retiro alguns excertos:
"And who are we supporting in Vietnam today? It's a man by the name of General Ky [Nguyen Cao Ky], who fought with the french against his own people. And who said on one occasion that the greatest heroe of his life is Hitler."
"The world now demands a maturity of America that we may not be able to achieve. It demands that we admit that we have been wrong from the beginning of our adventure in Vietnam, that we have been detrimental to the life of the Vietnamese people."
"A nation that continues year after year to spend more money on military defense than on programs of social uplift is approaching spiritual death."
"Increasingly, by choice or by accident, this is the role our nation has taken, the role of those who make peaceful revolution impossible by refusing to give up the privileges and the pleasures that come from the immense profits of overseas investments."
Na altura, King falava sobre a guerra do Vietname e sobre como aquela não era a forma de combater o comunismo, a grande ameaça da época e desculpa 'one size fits all' para intervenção dos Estados Unidos da América desde o Sudoeste Asiático, passando pela América do Sul.
Substitua-se Vietname pela Síria (ou Egipto, ou Iarque, ou Afeganistão, ou Paquistão, ou-ou-ou) e Comunismo (travestidos por terroristas na época) por Islamismo. You do the math. Especulando, claro. Nunca saberemos se Martin Luther King, o que tinha um sonho, não virararia, com o tempo, alma gémea de Kissinger e a sua real politik.
PS: Para quem quiser, a timeline da guerra do Vietname aqui.