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365 forte

Sem antídoto conhecido.

Sem antídoto conhecido.

11
Jun13

A lei: qualquer corte no Estado é bom para o país

Rui Cerdeira Branco

Sempre que alguém reclama, por estes dias, de algum corte orçamental no Estado que o afete, ou de alguma alteração legislativa que pareça disruptiva, cedo surgem os Camilos desta terra com o estafado aqui d'el rey que temos mais um grupo de pressão a viver à custa do Estado. Logo, alguém mau, criticável, a defender o seu quintal, o seu interesse mesquinho e pessoal. E pronto, assim se fecha a conversa com esta arrasadora generalização. Ai daquele que levantar a voz, corte-se-lhe a cabeça!

 

Há instantes, a propósito da prosa de Manuel Caldeira Cabral no seu artigo "Será que Crato quer que a ciência recue 20 anos em Portugal?" que destaquei na minha página do facebook, um amigo depressa se chegou ao comentário com uma frase que creio merecer reflexão. Diz ele:


"Não discuto a validade do investimento na ciência. Mas no momento em que tudo está a ser cortado, não podem existir vacas sagradas pois todos consideram o seu quintal como o mais importante e como tal não sujeito aos sacrifícios que a todos se pede. Caso contrário, de excepção em excepção, fica tudo na mesma."


Este meu amigo não está só nesta sua forma de pensar mas creio que enforma uma sucessão de trágicos erros e simplificações suportadas por regras de pretensa justiça e gestão de crise que me parecem completamente erradas e, só por milagre, não promotoras de um agravamento da qualidade das decisões de política económica.

Sem me alongar, respondi-lhe e aqui reproduzo que, pelo contrário, é fundamental discutir todos os investimentos!

Já devia ser um hábito mais estruturado e escrutinado no passado mas, nem sempre tendo sido, se há lição que esta crise e a parte local das culpas que devemos reconhecer deviam ter oferecido, passaria precisamente por aprendermos a escolher de forma mais criteriosa os investimentos que fazemos. Seja numa empresa privada, numa família, seja no Estado. Substituir o ambiente do passado que alguns identificam com erros de decisão de política económica, favorecendo investimentos de duvidoso retorno, por uma política de corte acrítico e transversal, não é de todo uma melhoria.

01
Fev13

Porque não me abstenho de falar de economia

mariana pessoa

Einstein, Why Socialism (1949)

 

"For these reasons, we should be on our guard not to overestimate science and scientific methods when it is a question of human problems; and we should not assume that experts are the only ones who have a right to express themselves on questions affecting the organization of society."

 

Eu não sei se reduzir carga fiscal equivale linearmente a investimento económico. Lembro-me sempre do tempo das vacas gordas em que fundos estruturais vinham para Portugal para qualificação da mão de obra. Era gasto em Mercedes pelos donos de empresas. Tenho ciência para dizer isto? Não tenho. Mas se aqueles que dizem que injectar dinheiro na economia através de investimento público negam o seu efeito sinérgico por não ser linear, como podem afirmar, em consciência, o contrário?

«As circunstâncias são o dilema sempre novo, ante o qual temos de nos decidir. Mas quem decide é o nosso carácter.»
- Ortega y Gasset

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