Abrir o frasco
O país vive confrontado com um Governo em que, por muito que se esforce, não consegue confiar.
A irrecuperável quebra do compromisso eleitoral, as frequentes contradições e mudanças de rumo (supondo, benevolamente, que existe um rumo), o inacreditável "pontapeamento" do tão apreciado consenso alargado e, mais recentemente, uma proposta de Orçamento do Estado absolutamente delirante, são apenas alguns dos exemplos que confirmam o estado a que isto chegou.
Neste contexto, urge ir ao nosso armário recuperar o "frasco dos venenos", os quais, após análise e interpretação dos dilemas, ajudam a debelar a causa dos problemas. Assim, o 365 forte surge como uma derivação de um conhecido pesticida organofosforado, cuja aplicação deve ser limitada e seletiva, mas sempre - e acima de tudo - livre.
Como a cáustica designação sugere e a citação de José Ortega y Gasset esclarece, este será o palco para um grupo de intervenientes abrir o seu "frasco de venenos" e marcar a sua posição, ante os dilemas que as circunstâncias nos oferecem diariamente. O objetivo passa por - mas não se limita a - não deixar evoluir de forma indiferente as notícias e os acontecimentos que preenchem o nosso quotidiano e moldam as nossas perceções.
Não se pretendendo uniformidade de opinião, mas antes a diversidade da perspetiva e do pensamento únicos de cada um, os 9 autores aplicam a sua "dose" no local, circunstância e modo que entenderem. O espírito de camaradagem entre os autores, nalguns casos proveniente de um convívio numa rede de microblogging cujas intervenções são limitadas a 140 caracteres, não obsta à salutar discordância.
O comentário construtivo e as sugestões de melhoria serão sempre bem-vindos.
E agora, deixemos os "venenos" fluir.