Com o Orçamento de Estado para 2013, atirou-se aos desempregados e aos doentes, esses bandalhos inúteis, carrapatos da despesa do Estado. A decisão de retirar rendimentos a doentes e desempregados não foi, nem é, orçamental. É a ideologia, estúpido.
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Com o Orçamento de Estado para 2013, atirou-se aos desempregados e aos doentes, esses bandalhos inúteis, carrapatos da despesa do Estado. A decisão de retirar rendimentos a doentes e desempregados não foi, nem é, orçamental. É a ideologia, estúpido.
O Presidente do CDS-PP Paulo Portas foi do "céu à Terra" nos últimos dias. De uma demissão dita irrevogável com motivos plenamente justificáveis - i.e. a escolha de Maria Luís Albuquerque para Ministra das Finanças -, passou à hesitação e a ser questionado internamente, tendo assim a liderança no limbo e estando em risco a viabilidade da próxima representação parlamentar do CDS-PP. O próximo Congresso do CDS-PP toma, assim, contornos particularmente importantes para todo o país. Em circunstâncias normais, Paulo Portas recandidatar-se-ia, mas agora nem isso deve ser certo.
Os militantes do CDS-PP confrontam-se, portanto, com quatro hipóteses:
a) Reconduzir o publicamente descredibilizado, mas líder há 14 anos, Paulo Portas (1998-2005 e desde 2007);
b) Encontrar uma estratégia política similar há que Paulo Portas tem seguido, isto é a adaptação da estratégia consoante o posicionamento do PSD para evitar a supressão por este;
c) Manter uma linha coerente com o passado mais distante do partido e, de alguma forma, do país: a linha de Bagão Félix, Ribeiro e Castro e António Lobo Xavier.
d) Romper com o passado e tudo o que isso implica, adaptar-se às mudanças económico-sociais e, sobretudo, cívicas do século XXI e, principalmente, ocupar um espaço político inexistente.
Parece-me que Portugal teria tudo a ganhar com esta última hipótese, ainda que não a perspetive no seio de um CDS-PP profundamente conservador, sobretudo nas suas bases. Primeiro, porque é uma inevitabilidade que ocorrerá numa ou duas gerações, se o CDS-PP sobreviver politicamente até lá. Depois, porque não é um espaço que o PSD tenha decidido tomar enquanto governo, apesar do discurso de Passos Coelho e da sua equipa, sobretudo nas eleições internas de 2008 e, assim, aumentaria a amplitude ideológica e de escolha dos portugueses. Por fim, porque permitiria introduzir maior confiança interpartidária - fruto da clarificação do partido - e possibilitaria uma maior estabilização parlamentar e governamental, visto que preveria um PS ou um PSD mais capazes de estabelecer acordos parlamentares ou coligações no Governo com um CDS-PP liberal.
Nestes tempos tão tumultuosos, importa colocar o debate político no seu devido lugar e o CDS-PP é um eixo fundamental da estabilidade política nacional. Esperemos para ver...
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