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365 forte

Sem antídoto conhecido.

Sem antídoto conhecido.

11
Jan14

Da maioria como factor de instabilidade (CLVII)

Nuno Oliveira
As notícias insistentes e consistentes da saída de Paulo Portas para a Comissão Europeia só vêm confirmar este governo e esta maioria como o maior factor de instabilidade de todo o período de assistência financeira. 

Ao contrário do que aparece noticiado, mais que uma contrapartida para uma futura coligação às eleições legislativas a indicação de Portas para a Comissão Europeia para ser a contrapartida por Paulo Portas ter aceite recuar na sua irrevogável demissão.

Significaria que o Presidente seria confrontado a demissão do líder do partido júnior da coligação poucos meses depois de ter sido eleito em congresso ou, em alternativa, caso não houvesse demissão significaria que o Governo deixaria de contar com a presenção do líder do CDS o que Cavaco já considerou inaceitável.

A confirma-se, esta saída de Paulo Portas seria (mais) uma perturbação na vida e na orgânica deste Governo. Perturbação de que este Governo parece ter uma dependência patológica.

Verificando-se Cavaco Silva deve fazer o que já há muito deveria ter feito em nome do tão falado "interesse nacional" e em nome da tão defendida "estabilidade": dissolver a Assembleia de República e convocar eleições legislativas antecipadas.
30
Dez13

2013 resumido

Cláudio Carvalho

 

 

 

Referências:
«Passos Coelho: “A estabilidade é um bem precioso”».Correio da Manhã. 2013. Acedido a 30 de dezembro de 2013, em http://www.cmjornal.xl.pt/detalhe/noticias/nacional/politica/passos-coelho-a-estabilidade-e-um-bem-precioso.

"Remodelação. Secretários de Estado já mudaram 33 vezes". Jornal i. 2013. Acedido a 30 de dezembro de 2013, em http://ionline.pt/artigos/portugal/remodelacao-secretarios-estado-ja-mudaram-33-vezes.

24
Jul13

Encher a boca de estabilidade

Nuno Pires

 

Hoje, pelas 17 horas, vai ser dada posse a três novos ministros do nosso XIX Governo Constitucional.

 

Espero sinceramente que a cerimónia de hoje corra sem sobressaltos e que, ao contrário do que aconteceu há umas semanas, não seja feita sob a ameaça de um colapso iminente do Governo.

 

Feitas as contas, com estas novas "contratações", totalizam-se assim 7 alterações ao Executivo, 16 ministros distintos (sem contar com o novo cargo de Portas) e, se a memória não me falha, vamos já na 3.ª orgânica do Governo que Passos dizia ter, em 2011, na sua cabeça.

 

Tudo isto em escassos 2 anos de um Governo "de dimensão historicamente pequena".

 

Recordemo-nos disto da próxima vez que nos vierem falar em "estabilidade".

 

(Imagem)

03
Mai13

Desdém em Belém

David Crisóstomo

Vasco Graça Moura é um tipo engraçado. Com um ódio épico a Sócrates e ao Partido Socialista, este 'velho do Restelo-é-já-ali-em-cima', patrono das letrinhas afónicas, sempre foi um fiel defensor de sua nulidade, o Presidente da República, D. Aníbal da Silva. No dia do trabalhador, Vasco fez um apelo à populaça para que ignore o facto de o alegado 'garante do regular funcionamento das instituições democráticas' ter defendido em pleno dia da Liberdade que as regras democráticas que regem o nosso sistema politico podem ser ignoradas, que temos que interiorizar que o programa não-sufragado deste governo tem que ser & tem que ser com força. Que não há alternativa. Eleições? Não mudam nada. E o Vasco diz que as reações de vergonha, de repulsa face a este discurso não passam de 'alarido', barulheira, chinfrim. Que "é típico da esquerda não aceitar as regras do jogo", menosprezando que foi o próprio Presidente quem afirmou que as mesmas poderiam ser desprezadas. E, por fim, que ficou muito surpreso com a reacção do PS, afirmando que esperaria do principal partido da oposição uma posição com mais 'respeito' pela figura presidencial, que tivesse aplaudido, comprado flores, pedido autógrafos e gritado 'Viva Cavaco, abaixo as eleições!'. Mas, no meio deste desvario mental, há um pormenor engraçado: Vasco Graça Moura descobriu o valor da estabilidade. Ora vejam:

 

"Tudo bem espremido, o que parece é que, ao contrário do Presidente, há no Partido Socialista quem preferisse juntar uma grave crise política à grave crise económica e social que atravessamos, só para provocar a realização de eleições legislativas."

 

Ou seja, quem quer derrubar governos só quer ir ao pote, criar uma crise política (sim, porque agora está tudo muito calmo) e lixar-nos a vida. É isso, não é? E em 2011?

 

"A estabilidade não pode configurar um mero chavão para os lorpas (...). Tem de servir de moldura a uma política útil, firme, rigorosa e exequível, com o objectivo de tirar Portugal da crise. De outro modo e dentro do buraco em que nos encontramos, a estabilidade pela estabilidade não serve para nada, a não ser para aumentar esse buraco e para ele se tornar ainda mais pantanoso."

 

A claridade do juízo é óbvia. Não é nenhuma novidade que o autor de 'A porcaria' é uma criatura facciosa, com um pensamento politico mesquinho, odioso e presunçoso, que sob a capa de 'intelectual' ataca vilmente quem dele discorda, tudo fazendo para justificar uma argumentação desonesta e insultuosa. Adicionar o adjectivo 'hipócrita' a este belo curriculum vitae é algo que também não surpreenderá ninguém, sendo este desnobre vulto um excelente exemplo do 'rigor moral' da direita execrável que ainda apoia a maior fraude governamental da história da democracia portuguesa.

 

Todavia, sobre a intervenção de Cavaco Silva, Vasco Graça Moura tirou uma mui certeira conclusão: "Com toda a clareza, o Presidente explica o que pensa e mostra como exerce os seus poderes." 

Ámen.

 

«As circunstâncias são o dilema sempre novo, ante o qual temos de nos decidir. Mas quem decide é o nosso carácter.»
- Ortega y Gasset

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