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365 forte

Sem antídoto conhecido.

Sem antídoto conhecido.

24
Jan14

Do défice e da governação da iniquidade banalizada e consentida

Rui Cerdeira Branco

Resposta a uns amigos encantados com o desempenho do atual governo patrocinado pela euforia em torno do "cumprimento" do objetivo do défice público.

Realmente, meus amigos, o mundo dá com cada volta. É caso para dizer que desde que seja o meu partido e num dado momento (sim que ainda ontem justificavam todos os sacrifícios sobre os Funcionários Públicos por causa da sustentabilidade) já interessa pouco a sensatez ou a sustentabilidade nos meios que permitem justificar os fins (de curto prazo). Com tanta carga ideológica em cima de medidas salvíficas ainda que massacradoras como a austeridade expansionista, no final, verificamos que nem salvíficas, nem expansionistas. Só destrutivas.

Tudo se continua a fazer preso por arames e patrocinado pelo contrário do que se apregoa. Muito mais impostos, menos produto (sim, em 2013 vamos ter menos riqueza), no fundo um péssimo resultado só amenizado por:
a) Uma manhosice de 400 milhões de euros de uma privatização que engenhosamente foi alterada para que uma parte da receita pudesse abater ao défice (a concessão) em vez de ir abater à dívida;
b) Um “perdão fiscal” em desespero (e que terá rendido mais de mil milhões de euros) porque o défice ia falhar, entre outros porque voltaram a fazer um OE ilegal;
c) Um brutal aumento de impostos que levou o PIB a cair de forma tão intensa no 1º trimestre que nem com 2 a 3 trimestres de recuperação se repõe o que se perdeu;
d) O patrocínio da erosão do capital fixo e outro investimento por falta de reposição elementar ao não executarem a lei do orçamento na componente de investimento (chamar-lhe-ão “poupança” de 600 milhões) - muito para resolver a "surpresa na destruição do PIB" que pôs em perigo o défice.

Mencionar a retoma da economia europeia e o seus spillovers para a atividade económica nacional? Ná. Na recessão a crise era europeia, perante uma ligeira recuperação tudo é crédito do governo.

Mencionar que tudo indica termos tido um ano atipicamente bom no turismo, muito estimulado pela desgraça alheia por esse mundo fora, havendo fundadas dúvidas de que se consigam manter estes ritmos de crescimento? Ná. É preciso reforçar a confiança dourando todas as pedras polidas.

Mencionar que uma parte importante do crescimento da procura externa teve, para além do turismo, sustentação em investimento recente, estimulado pelos governos anteriores e que este não tem cuidado de replicar para que haja boas surpresas no futuro? Ná.
Reconhecer um papel importante ao Estado na interação e dinamização da atividade económica é “proibido”. Por outro, fazer contas ao impacto da nova refinaria ou do reforço da capacidade na industria papeleira (entre outros) no crescimento das exportações durante 2013 poderia estragar a novíssima narrativa. Interesse apenas há para rapidamente evocar os excelentes números globais apresentando-os como estrela cujo brilho é atribuível à política atual.

 

21
Out13

Da série "Passos Coelho, um homem invulgar"

mariana pessoa
14
Nov12

Era importante controlar o défice

Nuno Pires

Há três meses, Passos Coelho anunciou, num parque aquático que o protegeu da contestação que se fazia ouvir na rua, que o país estava “mais próximo de vencer a crise” e de “voltar uma das páginas mais negras da história”.

 

Mas disse mais: “No que é importante, não falhámos. Era importante controlar o défice e fizemo-lo.”.

 

Três meses volvidos, o Diário Económico confirmou aquilo que já se suspeitava: no que era “importante”, o défice, o falhanço é total e nem a nova meta, anunciada aquando da 5.ª revisão do memorando, vamos conseguir atingir. A execução orçamental continua em descalabro e a economia mantém a trajetória de queda livre.

 

“Ir além da Troika” está a confirmar-se como uma teimosia delirante, cujo custo para a sociedade é cada vez mais insuportável, enquanto o Orçamento do Estado para 2013 promete mais do mesmo. Se o que importava era controlar o défice, Passos Coelho e Vítor Gaspar estão a confirmar, da pior maneira possível, a sua total inadaptação e evidente incompetência para as funções que desempenham.

«As circunstâncias são o dilema sempre novo, ante o qual temos de nos decidir. Mas quem decide é o nosso carácter.»
- Ortega y Gasset

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