Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

365 forte

Sem antídoto conhecido.

Sem antídoto conhecido.

22
Jun15

Considerações sobre uma greve atrasada

João Martins

Sobre o facto da Companhia Nacional de Bailado ter marcado greve para julho, tenho que dizer o seguinte:

 

Tarde e a más horas. Desde que soube, há uns dias, que os bailarinos da Companhia Nacional de Bailado estava a pensar fazer isto, foi logo o que pensei: tarde e a más horas.
Apesar de me solidarizar com qualquer protesto que lute pela carreira e pelo estatuto dos artistas portugueses, não posso deixar de salientar o quão profundamente idiota e preguiçoso é o timing para fazer esta greve, demonstrando que os bailarinos da CNB acordaram apenas agora para aquilo que muitos deles consideram o "nojo" da política, de ter noção do que se passa no país e da luta pelos seus direitos que, aparentemente, vai renascer em pleno fim de legislatura.
O que digo hoje sempre disse e volto a dizer quando quiser, lamento. Os bailarinos - e a direção, já agora - da CNB são os que mais têm contribuído para a imagem de que os artistas são uns analfabetos políticos e que só se mexem quando o problema já se tornou demasiado grande para parar. Não me lembro de, até hoje, ter lido comunicados, artigos, notícias ou entrevistas de pessoas da Companhia - inclusivamente da diretora Luísa Taveira, cujo legado vai ser o video mapping e o marco do início do fim da CNB - a manifestar preocupação com o setor cultural, no qual se insere a dança (não vão alguns não perceber), e no que esta tem sofrido nos últimos anos com os sucessivos cortes e falta de financiamento. O que está em causa hoje nesta Companhia, relativamente a carreiras, salários e falta de apoios, há muito que está assim para as mais pequenas Companhias e freelancers por Portugal. Este problema não é de agora e o Secretário de Estado Barreto Xavier, que tão bem têm acolhido nos vossos espetáculos, vai conseguir (já conseguiu) tramar-vos, como tem feito a toda a gente do setor, mesmo antes do término deste ano eleitoral e desta legislatura.

(Ler mais)

06
Set14

Mobilizar a Dança

João Martins

Desde que António Costa anunciou a sua intenção de se candidatar à liderança do PS que foram inúmeros os apoios que lhe foram dados por personalidades ligadas à Cultura.

A começar no Teatro, passando pela Música, Cinema, Literatura, Pintura e Escultura, de todas as artes se tem visto diversos apoios à candidatura de Costa. Todas menos a Dança.

Não deixa de ser curioso que uma das áreas artísticas que mais clama por melhores políticas culturais e mais proteção laboral seja aquela em que se vê menos preocupação por influenciar diretamente os atores políticos para irem ao encontro de algumas das suas expectativas legítimas. A Dança em Portugal tem demonstrado pouca diligência no contacto com políticos no sentido de os fazerem comprometer com uma mudança de mentalidade - e dos orçamentos - para a Cultura.

Para além dos apoios financeiros, é necessário pensar uma política cultural a nível governamental que passe por criar condições de liberdade criativa. No meu entendimento, é António Costa que conseguirá aplicar essa nova política. É um dos poucos políticos capaz de falar para a cultura e sobre a cultura. O facto de ter nascido e crescido no meio certamente terá ajudado, já que o pai foi um reconhecido escritor, Orlando da Costa, e a mãe, uma jornalista de referência, Maria Antónia Palla. (Curiosidade: António Costa foi aluno na Escola de Dança do Conservatório Nacional. Não estavam à espera, pois não?)

Desde há sete anos, Costa tem sido um presidente de câmara que valoriza, investe e promove a cultura, ao contrário do que acontece em muitos municípios do país. E não tem feito isso sozinho. Aliás, António Costa tem como seus apoiantes e colaboradores pessoas que sabem e conhecem o meio cultural e artístico português, nomeadamente os seus artistas e as suas necessidades. 

O exemplo mais paradigmático disso é Inês de Medeiros. Foi no ano passado que a deputada do PS conseguiu fazer aprovar na Assembleia da República um projeto de lei que estabeleceu regime especial para bailarinos, direitos que eram e continuam a ser essenciais para a carreira de bailarino. Apesar de se dizer muito que os políticos não se importam com os artistas, há exemplos que contrariam esse dogma, e é nesses que devemos acreditar e apoiar. Se há uma pequena minoria de políticos que são afetos à criação e carreira artística, é necessário o envolvimento daqueles que se interessam e têm ideias para a valorização cultural de um país e de uma sociedade para que esta se torne uma maioria compromissiva.

António Costa tem sido um bom presidente da câmara de Lisboa. Agora, voos mais altos lhe estão a ser pedidos - exigidos, vá - e o trabalho de política cultural que sido feito em Lisboa pode alargar-se ao resto do país, com visão e discernimento, se todos nos conseguirmos mobilizar.

Dia 28 de setembro decidimos quem vai ser o próximo candidato a Primeiro-Ministro de Portugal pelo Partido Socialista. António Costa é o único candidato com legítimas preocupações culturais e artísticas. Usem o vosso voto, deem o vosso contributo e, acima de tudo, apostem num político com experiência e sensibilidade cultural.

 

Votem na Dança. Votem na Cultura. Votem na Mudança. Votem em António Costa.

 

09
Dez13

O «terrível» período socrático e a cultura

Cláudio Carvalho

 

 

 

(Séries estatísticas atualizadas ontem pelo INE)

 

Fontes:

03
Nov13

Peticionemos

David Crisóstomo

 

"O Grupo de Teatro A Barraca encontra-se na iminência de suspender a sua actividade devido aos brutais cortes a que foi sujeito pela actual Secretaria de Estado da Cultura. (...) 

 

A Barraca recebe hoje um apoio da Secretaria de Estado da Cultura que é muito inferior a um terço do atribuído a qualquer outra Companhia com lugar semelhante ao seu na História do Teatro Português, e que não lhe permitirá continuar por muito mais tempo a sua actividade. 
E se não temos dúvidas que essa é a vontade do actual Governo, temos a certeza de que não é a vontade dos subscritores desta Petição que aqui propõem a revisão imediata da situação." 



 

É ler & assinar


«As circunstâncias são o dilema sempre novo, ante o qual temos de nos decidir. Mas quem decide é o nosso carácter.»
- Ortega y Gasset

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

No twitter

Arquivo

  1. 2024
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2023
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
  27. 2022
  28. J
  29. F
  30. M
  31. A
  32. M
  33. J
  34. J
  35. A
  36. S
  37. O
  38. N
  39. D
  40. 2021
  41. J
  42. F
  43. M
  44. A
  45. M
  46. J
  47. J
  48. A
  49. S
  50. O
  51. N
  52. D
  53. 2020
  54. J
  55. F
  56. M
  57. A
  58. M
  59. J
  60. J
  61. A
  62. S
  63. O
  64. N
  65. D
  66. 2019
  67. J
  68. F
  69. M
  70. A
  71. M
  72. J
  73. J
  74. A
  75. S
  76. O
  77. N
  78. D
  79. 2018
  80. J
  81. F
  82. M
  83. A
  84. M
  85. J
  86. J
  87. A
  88. S
  89. O
  90. N
  91. D
  92. 2017
  93. J
  94. F
  95. M
  96. A
  97. M
  98. J
  99. J
  100. A
  101. S
  102. O
  103. N
  104. D
  105. 2016
  106. J
  107. F
  108. M
  109. A
  110. M
  111. J
  112. J
  113. A
  114. S
  115. O
  116. N
  117. D
  118. 2015
  119. J
  120. F
  121. M
  122. A
  123. M
  124. J
  125. J
  126. A
  127. S
  128. O
  129. N
  130. D
  131. 2014
  132. J
  133. F
  134. M
  135. A
  136. M
  137. J
  138. J
  139. A
  140. S
  141. O
  142. N
  143. D
  144. 2013
  145. J
  146. F
  147. M
  148. A
  149. M
  150. J
  151. J
  152. A
  153. S
  154. O
  155. N
  156. D
  157. 2012
  158. J
  159. F
  160. M
  161. A
  162. M
  163. J
  164. J
  165. A
  166. S
  167. O
  168. N
  169. D