Querida política, meu amor
A propósito de uma presidente da câmara perto do final do 3º mandato que hoje se soube ter, aos 48 anos de idade (e 26 de trabalho), pedido a reforma, fiquei a matutar num dos menos populares temas que me poderia ocorrer por estes dias...
O que fará um político honesto, que vê interrompida a sua (única) carreira numa idade em que é habitual ser extremamente complicado arranjar um novo emprego? Em particular, um político que não navegue pelas sedes nacionais onde, mesmo honesto, poderia antecipar com mais facilidade alguma colocação.
O tema não é original, foi-me alias aventado há vários meses por alguém que se sentia responsável por ter patrocinado há largos anos as carreiras políticas de inúmeros jovens quadros de um distrito do interior que, agora, não cobrando favores que não fizeram e sendo apanhados por esta conjuntura que a todos toca podem saltar do mais alto cargo do município para a inatividade.
Quem está na política serve o país, não se serve do país. Assim deve ser. Pergunto-me, sem oposição ao que acabei de dizer, se os incentivos que existem para quem exerça funções de representação pública são os adequados para que floresçam na virtude do serviço público esses mesmo atores políticos que vamos elegendo.