"Parece que quis dizer: eu caio, mas o PS cai comigo."
Tomás Vasques ali ao lado: QUESTÕES POLÍTICAS NÃO SE RESOLVEM COM PARECERES JURÍDICOS
Quando confrontado com o desafio de António Costa à liderança do PS, António José Seguro podia ter revelado coragem política e desapego do poder convocando de imediato eleições directas internas para secretário-geral. Tinha poupado o partido socialista a um desgaste político desnecessário e, ganhasse ou perdesse o confronto, saía de cabeça erguida.
Acabou por reconhecer a legitimidade do seu opositor para o defrontar, marcando um demorado e desgastante processo para "eleição do candidato a primeiro-ministro", do qual resultará a sua demissão do cargo que ocupa em caso de derrota. Parece que quis dizer: eu caio, mas o PS cai comigo.
A situação para a qual Seguro está a arrastar o PS é de tal ordem prejudicial ao partido que 4 dos 6 secretários-gerais (Mário Soares, Jorge Sampaio, Ferro Rodrigues e José Sócrates) têm condenado esta cega "fuga para a frente" do actual líder socialista. O caminho que Seguro tomou, enleando-se em estatutos e pareceres jurídicos para resolver uma questão política, é a melhor prova de que tinha (tem) de ser substituído por incapacidade para liderar o maior partido da oposição.