O ponto de não retorno
Quando leio sobre alguns momentos decisivos da história, tento sempre imaginar como os contemporâneos estariam a ver e a viver os acontecimentos. Falo, não dos protagonistas, mas das pessoas comuns, dos espectadores, daqueles cuja capacidade de influenciar os acontecimentos é muito limitada ou nula.
Em quase todos os casos que conheço, o público só se apercebe dos acontecimentos decisivos quando estas já são factos consumados, sem possibilidade de retorno ou remédio. Existe um momento em que o desfecho se torna inevitável, mas em que a coreografia continua como se tudo estivesse ainda em aberto.
Tenho tido nos últimos dias a sensação de estar a viver um desses momentos. Espero estar enganado, mas iremos todos descobrir em breve...