Não acredite em tudo o que lhe dizem: receita fiscal diminui no Orçamento 2016
Alguns títulos da comunicação social e os discursos do PSD e do CDS parecem sugerir que haverá aumento da receita fiscal em 2016. Hugo Soares chega a ter o desplante de afirmar que "há de facto um gigantesco aumento de impostos." Como o gráfico abaixo mostra, não só há uma ligeira diminuição da receita fiscal como é, além do mais, inferior à que o governo PSD-CDS antecipou para 2016 no Programa de Estabilidade 2015-2019 que entregou em Bruxelas.
Como se sabe, a fiscalidade só não é menor pela exigência da Comissão de um esforço adicional na redução dos défices nominal e estrutural. Tivemos um gigantesco aumento de impostos em 2013, sem dúvida. Em 2016, temos um ligeiro alívio. Mas temos sobretudo uma recomposição da carga fiscal que mostra que é possível aliviar as famílias de menores rendimentos. O que só ilustra que havia e há alternativa, que é possível fazer diferente.
E além de existência de alternativa na forma como se compõe a receita fiscal, há também uma escolha diferente na forma de resdistribuir a receita arrecadada.
Porque este é um orçamento que não só anula a sobretaxa do IRS para os menores rendimentos como ainda:
- repõe os mínimos sociais (CSI, RSI e abono de família)
- descongela pensões e repõe os complementos de reforma injustamente retirados,
- acaba com os cortes salariais na função pública, e
- desce o IVA da restauração potenciando a criação de emprego.
Este é um governo que devolve rendimentos à maioria dos portugueses. Fá-lo de forma responsável e com sentido de justiça social. Tudo o que o PSD desconheceu nos últimos 4 anos e parece continuar a desconhecer.