Incroyable
Lembra-se daquela triste figura do José Rodrigues dos Santos na Grécia? Lembra-se desta série de "reportagens" em que um jornalista da televisão pública portuguesa foi para Atenas dizer umas cenas que ouviu por aí dizer? Lembra-se de como teve de ser o José Manuel Pureza a denunciar em directo o baixo nível daquelas peças noticiosas para muitos de nós reparem naquele triste espectáculo? Enfim, lembra-se disto?
Pois bem, a incredulidade com este estilo de jornalismo não ficou contida nas fronteiras cá da nação."Le journaliste vedette de la chaine publique RTP s'est lâché l'autre jour a l'antenne" foi a descrição do enviado em Lisboa da RTS, a Rádio e Televisão Suíça, a empresa pública de rádio e televisão da Confederação Helvética.
Traduzindo: "Vou fazer uma confissão: quando eu vi o directo dele no outro dia, não quis acreditar. Então, revi aquilo há pouco e fiquei "Sim, ele disse mesmo aquilo". Ele era o enviado especial em Atenas, mostrou imagens da casa do ex-ministro grego da Defesa preso por corrupção e depois acrescentou "mas na Grécia, há também a pequena corrupção, há muitos gregos que passam em frente à casa do ex-ministro e que se fazem passar por paralíticos. Eles pediram um certificado de invalidade somente para obterem um subsidio". E depois o jornalista concluiu: "De facto, fazem-me lembrar um pouco os pinguins, que têm medo de se atirarem à água com medo dos predadores." Os pinguins finalmente empurram um deles no mar e este salto no vazio representa, aos olhos do jornalista, a vitória do Syriza. De grosso modo, a Grécia é um pouco, aos olhos dele, o pinguim da Europa. Incrível."
Ou, nas palavras do director de informação da RTP, "um trabalho profissional e de qualidade".