Febre Amarela
"From the state's point of view, the school had a further and essential advantage: it could teach all children how to be good subjects and citizens. (...)
States therefore created 'nations', i.e. national patriotism and, at least for certain purposes, linguistically and administratively homogenized citizens, with particular urgency and zeal."
Eric Hobsbawm "Age of Empire 1875-1914"
Ao longo da história o ensino foi encarado como um campo de batalha cultural, nomeadamente ensino laico versus religioso. Esta dimensão ideológica encontra-se de forma subjacente na actual discussão sobre os contratos de associação. As declarações das mais altas personalidades da Igreja Católica (desde o padre Manuel Barbosa, porta-voz da Conferência Episcopal Portuguesa ao Cardeal Patriarca, D. Manuel Clemente) e o empenho demonstrado, bem como a repetida alegação que se trata de um ataque à Igreja, são reveladoras desta dimensão.
Este não é o único aspecto nesta discussão, nem porventura será o principal, mas poderá explicar em parte (a outra, mas em menor grau é o poderio económico dos grupos económicos afectados) por que razão tem conseguido manter a atenção no espaço público, pese embora a sua inexpressividade face à totalidade do universo do ensino privado.
Ora, esta reacção exacerbada pode significar que a Igreja olha para um governo apoiado por toda a esquerda parlamentar como sendo uma ameaça, receosa que daqui possa surgir uma Kulturkampf. Ou pode consistir numa defesa preventiva já a pensar em eventuais cortes nas IPSS.
O que é certo é que isto é inadmíssivel:
PS: Após a publicação deste post Pedro Marques Lopes esclareceu que não tinham sido psicólogos, mas elementos da escola a fazer o referido incitamento.