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Sem antídoto conhecido.

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18
Fev15

Euro: Vencedores e Prejudicados

Diogo Moreira

Se olharmos com atenção para a evolução do PIB real dos países fundadores do Euro (mais a Grécia), facilmente chegamos à conclusão que esta união monetário tem vencedores claros, e alguns prejudicados. Graph 1 Em primeiro lugar, salta à vista que para a Grécia, o período do Euro foi um desastre para a sua economia. Tendo entrado na moeda única apenas em 2002, já em 2008 o PIB helênico tinha perdido todos os ganhos que tinha conseguido desde a entrada na união monetária. Uma tendência de queda que é anterior à crise de 2007–09, embora esta tenha acelerado a recessão grega. Em 2013, a economia da Grécia continuava abaixo dos níveis de quando tinha entrado no Euro em 2002.

Inversamente, os dois países que claramente mais beneficiaram com o Euro foram o Luxemburgo e a Irlanda. O seu crescimento económico desde 1999 não tem paralelo entre os seus pares, e apesar da queda considerável com a crise do subprime, fenómeno comum a todos os países analisados, parecem ter claramente recuperado, continuando a ser os países com melhor desempenho económico.

Um grupo de países que deveriam estar a fazer tocar as sirenes de alarme no Eurogrupo, são a Itália e Portugal. Historicamente tendo tido dos mais baixos desempenhos económicos dos países originais do Euro (a par, curiosamente, da Alemanha), a sua recuperação anémica da crise de 2007–09, foi interrompida logo em 2011, tendo iniciado uma nova quebra económica, que considerando o seu baixo desempenho em todo o período da moeda única, os coloca numa posição particularmente precária. Podem ser vistos como possíveis perdedores no seio da união monetária.

Dos restantes membros originais do Euro, podemos registrar duas evoluções antagónicas. Por um lado, temos países como a Espanha, Finlândia e Holanda, que apesar de terem tido desempenhos bastante bons no período anterior à crise do subprime, iniciaram uma nova tendência descendente após 2011, estando o seu PIB real claramente em queda, embora a níveis muito inferiores dos casos mais dramáticos. Do outro lado temos a Austría, Bélgica, França e Alemanha, que claramente conseguiram superar as quedas da crise de 2007–09, estando em 2013 no pico do seu crescimento económico do período inteiro do Euro. À primeira vista, o efeito prático destas duas têndências é um reaproximar dos dois grupos a um nível de crescimento anual similar, e infelizmente baixo. No entanto, não podemos subestimar os efeitos políticos e sociais de uma queda acentuada do PIB de um país europeu, no actual contexto.

 

CountryAverage Real GDP Growth Rate during Euro Membership (until 2013)
Austria1,79%
Belgium1,52%
Finland1,77%
France1,45%
Germany1,35%
Greece–0,35%
Ireland3,10%
Italy0,25%
Luxembourg3,23%
Netherlands1,30%
Portugal0,35%
Spain1,79%
EU–11 + 10,88%

Source: author’s calculations based on the International Monetary Fund, World Economic Outlook Database, October 2014

 

Olhando para a tabela acima, é fácil ver de relance quem são os beneficiados, e os perdedores, desta união monetária. Infelizmente, não é surpresa em que grupo o nosso país se encontra.

 

 

«As circunstâncias são o dilema sempre novo, ante o qual temos de nos decidir. Mas quem decide é o nosso carácter.»
- Ortega y Gasset

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