Eu passo-me com isto
A Fernanda tem toda razão, deste mundo e do outro. Palavra d'honra que também desconhecia que isto fosse assim. Já tinha ouvido falar da procissão da nossa senhora da saúde e que havia militares que lá participavam por ser a santa patrona, mas sempre (inocentemente) pensei que fosse um grupito mais fervorosamente católico que se organizasse e fosse lá como qualquer cidadão cá da República - e não com o patrocínio, bênção e comando disciplinar das instituições militares, porra. Mas num pais que oferece gabinetes e funcionários a um senhor só porque foi nomeado "Bispo das Forças Armadas", procissões militarizadas não me deviam espantar.
Tal como não deixo de me fascinar com a aparente indiferença e sans souci como todos os partidos portugueses com assento parlamentar (arrisco-me a dizer mesmo todos os 20 registados no Tribunal Constitucional) tratam os privilégios desta entidade privada na nossa sociedade. A última revisão da concordata, que continua a conceder privilégios diplomáticos, protocolares, patrimoniais, educacionais e fiscais a esta organização, foi há uma década. E desde então nada, tudo sereno e com fé no Senhor, que aparentemente para pagar rezas há sempre vocação e dinheiro nos cofres das Finanças. Santa paciência.