04
Jun14
Desafio à credulidade
Nuno Oliveira
Há três anos, quando Assis defendeu as primárias, Seguro defendeu que a forma de aproximar os cidadãos era "uma nova forma de fazer política". Há um ano, aquando do último congresso e enquanto um grupo de 45 jovens militantes propunha uma série de alterações tendo em vista a abertura do partido, António José Seguro propôs - adivinharam! - uma "nova forma de fazer política". Agora, Seguro avança com a proposta de primárias sem explicar o que falhou na "nova forma de fazer política".
No passado, quando Guilherme Pinto teve de abandonar o partido para responder ao que considerava um apelo popular à sua recandidatura também não se viu da parte da direcção do partido qualquer leitura crítica da sua opção por primárias de acesso exclusivo a militantes em contraponto às primárias abertas a independentes.
Esta ausência de leitura crítica faz com que a proposta de Seguro e da actual direcção seja um enorme desafio à credulidade dos militantes e simpatizantes do PS. E é também a razão maior porque a maioria dos militantes vê nesta proposta um mero expediente dilatório.
Nós percebemos que não gostam muito da ideia das primárias abertas a independentes. Mas pelo menos não estraguem uma boa ideia associando-a a um mero expediente de ocasião.