Da lealdade
Se há coisa que parece por vezes perturbar a mensagem do Partido Socialista é a insistência em características pessoais que distraem da mensagem política. Tivemos já a política dos afectos e temos amiúde a seriedade e a moral como argumentos centrais do discurso político. E temos agora, de algumas figuras próximas do secretário-geral, a lealdade ensaiada num combate que se pretende político.
Ninguém questiona que as qualidades pessoais são importantes particularmente quando se discutem perfis de liderança. Mas centrar uma mensagem política em mensagens de conteúdo essencialmente moral é errado até numa teocracia. Os partidos políticos devem focar a sua mensagem em soluções dos problemas das pessoas, tem de ser esse o seu compromisso, sendo isto tanto mais relevante quanto mais precária for a situação socio-económica no país.
Quando o compromisso de um partido político é com propostas e soluções políticas, a lealdade que se impõe, ou melhor, a única lealdade é com o país. A lealdade de apresentar as melhores propostas e os melhores protagonistas. A única e verdadeira lealdade em apreciação é a lealdade, para com o país, de apresentar o melhor programa político e o melhor candidato a Primeiro-Ministro. É isso que o país espera do Partido Socialista. É isso que o país exige do Partido Socialista.