22
Jan15
Crimes há muitos, seus palermas.
Teresa
Se um funcionário, um qualquer funcionário, passar informações sobre processos em segredo de justiça em troca de, sei lá, a promessa de um café, no fim de ano, no Brasil, ou até mesmo de uma caixita de robalos, estamos perante uma violaçãozinha do segredo de justiça, dois anos de cadeia no máximo ou seja coisa nenhuma, um crimezeco tão menor que pelos vistos preocupa pouco quem se costuma preocupar tanto com outras coisas ou isso não poderá ser um crime de corrupção, crime nobre, crime que põe procuradores e juízes aos saltos? Eu costumo baralhar-me mas vejam lá se o que acabei de descrever não se parece muito, mas muito, com isto:
Respondam-me sem se rirem, as informações dos processos que são passadas cá para fora não são, de alguma forma, pagas? E o pagamento, vejam ali em cima se fazem favor, pode até não ser patrimonial, umas portas abertas quando for preciso pode ser pagamento qb. Querem portanto que eu acredite que o funcionário que sopra primeiras páginas de jornais para linxamentos na praça pública o faz só porque não tem tento na língua?
Deixemo-nos de brincar às casinhas, o que nos últimos anos tem vindo a acontecer já não é só a violação reiterada do segredo de justiça, é um indício, grande, de corrupção na justiça, porque essa paranóia de que todos os políticos são potencialmentes corruptos e todos os agentes de justiça potencialmente uns santos dá jeito a muita gente mas eu sou niquenta e não como tudo o que me querem fazer engolir.
Talvez, sei lá eu, fosse de investigar isto a sério, com escutas telefónicas e tudo, assim como se faz com os outros todos, os corruptos, porque isto parece-me coisa grave e até organizada e associações criminosas não são só as que se dedicam ao tráfico de cocaína no meio de caixas de bananas.