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Sem antídoto conhecido.

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15
Fev15

A maioria "mais longe"

Pedro Figueiredo

Se os reis portugueses tiveram todos um cognome, conforme a relevância política que tiveram na condução do país (como D. Dinis, O Lavrador, por ter plantado o Pinhal de Leiria, que viria a ser determinante para, uns reinados mais tarde, servir de matéria prima aos barcos no período expansionista), também os governos deviam ter.

Esta legislatura do XIX Governo Constitucional de Portugal poderia ficar denominada pela maioria "mais longe”. Fizeram gala disso mesmo. Desde o memorando da troika ao próprio discurso político. Esta maioria viu mais longe. Mais longe até que o próprio Partido Socialista na recente questão da transparência da propriedade dos órgãos da comunicação social, proposta chumbada por duas já nesta legislatura e que agora regressa pelas mãos da maioria com ideias “bem mais severas”, escreve o Público.

Mais longe foi também na separação que promoveu entre classes, acentuando obviamente os índices de pobreza. Cortou, em nome da inevitável austeridade, direitos sociais, alguns deles de fazer cair o queixo. Foi mais longe em tantas outras áreas que fica até difícil fazer uma comparação. Ficou, por isso mesmo, mais longe dos cidadãos que governa. Beneficiado ainda por um mandato da Presidência da República como o que terminará em 2016, marcado por episódios a mais para quem auto-proclama que está ainda para nascer alguém mais sério.

Mais longe, mais sério. Levou tudo tão mais longe que acabou por carregar mesmo o país nessa demanda. Carregou no acelerador. Está a ir tudo muito longe. Demais.

 

 

«As circunstâncias são o dilema sempre novo, ante o qual temos de nos decidir. Mas quem decide é o nosso carácter.»
- Ortega y Gasset

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