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365 forte

Sem antídoto conhecido.

Sem antídoto conhecido.

08
Jan14

Justiça seja feita: foi Passos o primeiro a lançar a farpa ao relógio de Portas

Nuno Oliveira

O David chama a atenção aqui para a notícia sobre o continuado atraso no relógio que assinala o tempo que falta para a troika sair de Portugal. Contudo, o primeiro a garantir que Portas seria achincalhado foi o Primeiro-Ministro.

 

Conceda-se pelo menos esse mérito a Passos. Foi o primeiro a lançar a farpa. Três dias depois de Portas inaugurar o relógio que assinala a contagem decrescente de seis meses, Passos no lanche de Natal do Grupo Paralamentar do PSD explicita que "faltam cinco meses" - assim com aspas - para o final do programa.

 

Pelos vistos a farpa de Passos não foi suficiente para a Juventude Popular e ou Portas se sentissem pressionados a acertar o relógio. Afinal, aquilo era só para o foguetório. Como querem que os levemos a sério se eles próprios não se levam a sério?

 

31
Out13

Da seriedade do debate

Nuno Oliveira

Como o David bem assinalou e o Cláudio já aqui tinha referido, este método de indicação de fontes praticamente desqualifica o documento, colocando-o ao nível de um amador trabalho de escola.

 

 

 

Não se julgue que a indicação de referências bibliográficas é uma questão menor ou um exclusivo da produção científica. Em Portugal já começa a haver exemplos na comunicação social. Recordo o Le Monde Diplomatique e o André Freire nos seus artigos para o Público.

 

A introdução de referências bibliográficas não é nem tem de ser um gesto pedante ou exibicionista. Pelo contrário, qualifica e estimula o leitor. Permite ao leitor uma abordagem mais aprofundada do tema se o pretender e permite essencialmente um escrutínio do que é escrito. Quem não tem receio do debate, quem vê nele uma forma séria de trabalhar ideias fornece aos interlocutores os elementos primários que permitiram esgrimir argumentos, formar opinião e tirar conclusões.

 

Não estou certo que o Governo e Paulo Portas pretendam diminuir o debate público sobre a reforma do Estado. Podem ser terrivelmente amadores, terrivelmente incompetentes.

31
Out13

Uma página que resume a qualidade do "guião [de Portas] para a destruição do Estado"

Cláudio Carvalho
Esqueçamos o tempo que demorou a ser desenvolvido e publicado. Esqueçamos 112 páginas, com o tamanho de letra 16 e com um espaçamento entre linhas de 2,0. Esqueçamos até o conteúdo, ou melhor, a falta dele. Basta começar pela última página, a 112ª, para perceber que um Governo que nem uma bibliografia ou uma referência bibliográfica sabe fazer, muito menos será capaz de reformar o Estado, nos setores em que, efetivamente, precisa. 
07
Out13

"Ética na austeridade", disse ele

mariana pessoa

Depois da divisão entre trabalhadores do sector público e do sector privado,

Depois da divisão entre novos e velhos,

Depois da divisão entre desempregados de primeira e de segunda (os que têm prioridade na formação e os que não a têm),

Eis a divisão entre idosos, apontando aos que são viúvos.


"- Em Portugal, a população idosa é um dos grupos mais desfavorecidos em termos económicos; a
população com 65 e mais anos, de acordo com fontes comunitárias, apresentava, para o ano de
2009, uma taxa de risco de pobreza (considerada como abaixo de 60% do rendimento mediano) de
21,0% depois das transferências sociais, valor ligeiramente superior ao registado em 2008, de
20,1% e superior à média comunitária (17,8%);conforme se vai avançando nas idades, o
agravamento do risco da pobreza é maior, apresentando a população de 75 e mais anos um risco de
pobreza que atinge 24,4%, sendo na UE apenas de 20,3%;


- Em termos de despesas das famílias, e se tivermos em consideração que cerca de 1,5 milhões de
aposentados e reformados têm reformas e pensões abaixo de 500 Euros, pode-se concluir que, em
média, esta população só conseguia garantir com os seus rendimentos o pagamento das despesas de
habitação."

 

Paulo Portas, o mesmo malabarista cujo ensaio de demissão custou, pelo menos, uns bons milhões a Portugal, a 12 de Abril de 2013:

 

"Paulo Portas, advertiu que não aceitará cortes nas pensões dos idosos mais pobres, exigindo uma "ética social na austeridade" e que aqueles que são mais fracos vulneráveis e mais pobres não sejam os sacrificados da austeridade". (...) Paulo Portas afirmou que "há limites para o descaramento" (...) Para o líder centrista, o Estado deve dar "sinais de exemplo de contenção" e cortar nas despesas "que não são essenciais" ao invés de "retirar aos idosos o já muito magro poder de compra".

 

Os negritos são da minha responsabilidade.

27
Set13

Portas e a imagem que os tribunais dão a um país

Nuno Pires

 

O David já aqui se referiu a mais uma declaração de inconstitucionalidade de normas aprovadas pelo nosso XIX Governo Constitucional.

 

As reações dos diferentes partidos políticos não tardaram, mas a do CDS-PP, pela voz de Paulo Portas, é de uma bizarria assinalável. Uma pessoa lê e não acredita: Paulo "irrevogável" Portas, o mesmo que protagonizou recentemente uma birra governativa, despoletando uma crise política que fez com que os noticiários um pouco por todo o mundo fora abrissem com a queda iminente do Governo Português e conduzindo a um aumento dos nossos juros para níveis dos quais ainda não conseguimos recuperar, está agora preocupado com o impacto que uma deliberação do Tribunal Constitucional possa ter na imagem do nosso país no exterior.

 

Já não é novidade para ninguém que o PP e Paulo Portas convivem mal com o facto de existirem regras, leis ou tribunais (cfr. submarinos, Portucale, Pandur, Universidade Moderna, generosos donativos de militantes com nomes estranhos, entre outros).

 

A novidade aqui é constatarmos, incrédulos, que Paulo Portas considera que, "no exterior", alguém repute como negativo ou prejudicial que um país tenha uma Constituição e um Tribunal para assegurar o seu cumprimento.

 

Ouso sugerir à rapaziada do Largo do Caldas que se preocupe menos com a imagem que as deliberações de um Tribunal conferem ao nosso país e se preocupe mais em tentar fazer qualquer coisa (qualquer coisinha) por aqueles a quem apela em todas as eleições (os pensionistas, a lavoura, os contribuintes, entre outros), ao invés de persistir naquilo que parece ser já uma característica da sua intervenção política: tomar o eleitorado como estúpido.

 

(Imagem: recorte da notícia do Telegraph; escolhida ao acaso - Reuters, Euronews, Wall Street Journal, entre outros, todos noticiaram a irrevogável demissão de alguém que tanto se preocupa com a nossa imagem no exterior)

07
Ago13

A forja

David Crisóstomo

 

Eu ainda me lembro como era. Grande parte do país tem uma memória com a capacidade do senhor Secretário de Estado do Tesouro, mas eu ainda me lembro de 2006, de 2007, 2008 ou 2009. Ainda me lembro da 'asfixia democrática'. Ainda me lembro do 'temos um governo que quer controlar a comunicação social'. Ainda me lembro da coitadinha da Manela, a da TVI, mártir da causa dos asfixiados, que às Sextas-feiras Santas atacava a besta. Ainda me lembro da outra Manela, a do 'a crise do subprime não passa dum abalozinho', a reclamar que aqui a pátria necessitava urgentemente duma "Politica de Verdade". Ainda me lembro das petições dos escritores amordaçados, dos manifestos indignados com a manipulação governamental, das manifestações pela liberdade de expressão, e de associação, e de pensamento, e do Correio da Manhã. Ainda me lembro do Paulo Rangel aos berros em Bruxelas contra os atentados ao Estado de Direito que se faziam em Lisboa. Ainda me lembro de Miguel Relvas como porta-voz da oposição.

Foram anos disto. Anos deste espectáculo, onde o alegado pior governo do século XXI da democracia da República de sempre era acusado de nos atirar dados manipulados e falseados sobre a sua administração. Que tinha que haver mudança, que isto não era uma sociedade moderna, que não havia transparência alguma, que vivíamos pior que na Serra Leoa. Enfim, que estávamos perante um grandessíssimo lamaçal. Que era necessária 'gente séria'. Era urgente que a 'gente séria' entrasse em acção. Era necessário que a 'gente séria' tomasse as rédeas da nação.

 

 


21
Jul13

Dos efeitos da perenidade do soberano do PSD

Cláudio Carvalho

Nas últimas semanas uma quadrilha, que atenta contra direitos sociais, contra a própria estabilidade da democracia e, sobretudo, contra a esperança nacional, resolveu brincar ao Risco e ao Monopólio, como se tudo fosse um jogo de tabuleiro em que a vida de 11 milhões de pessoas pode ser ditada simplesmente pelos despertares matutinos ou tiques esquizofrénicos dos membros do Governo, da maioria parlamentar e do Presidente da República.

 

Duas gerações já perceberam que não podem contar com Cavaco Silva para servir outros interesses que não os interesses absolutos do partido. Seria muito crédulo pensar que a posição seria muito diferente da apresentada hoje aos portugueses. Assistimos, em suma, a uma espécie de revogação das eleições legislativas antecipadas anteriormente convocadas, tal e qual ao estilo do «irrevogável» Paulo Portas. Nesta fase, há já só duas certezas:

A primeira é que, daqui em diante, a cada resultado negativo da política económica deste governo, não temos só o governo e a maioria para culpabilizar e a quem pedir responsabilidades, temos também o Presidente da República, que está - mais do que nunca - umbilicalmente associado à degradação da economia, das finanças e do regime democrático.

A segunda é que, perante o panorama de exacerbado ascetismo económico e democrático, só podemos contar com o Tribunal Constitucional para garantir a estabilidade do Estado de Direito e, consequentemente, a existência mínima de estabilidade social.

 

Dito isto, espera-se que a regularidade da instituição "Presidência da República" seja restabelecida em 2016; esperemos que outras, sejam "regularizadas" antes.

«As circunstâncias são o dilema sempre novo, ante o qual temos de nos decidir. Mas quem decide é o nosso carácter.»
- Ortega y Gasset

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