Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

365 forte

Sem antídoto conhecido.

Sem antídoto conhecido.

01
Dez12

"Este é um mandato que o Governo não tem"

Nuno Pires

Nuno Saraiva, Da legitimidade democrática e eleitoral:

Pedro Passos Coelho confessou, esta semana, em entrevista televisiva, que o fracasso das previsões macroeconómicas do Governo ficou a dever-se, entre outras coisas, a uma "surpresa orçamental". Assim uma espécie de "ovo Kinder" das contas públicas.
Longe vão os tempos em que o então candidato a primeiro-ministro afirmava: "Espero nunca dizer ao País, ingenuamente, que não conhecíamos a situação. Nós temos uma noção de como as coisas estão."
Trata-se, apenas, de mais uma demonstração de como o contrato de confiança estabelecido com os eleitores nas últimas legislativas foi quebrado. Em junho de 2011, Passos Coelho conquistou, através do voto, a legitimidade para governar.

23
Nov12

Coragem política?...

Nuno Pires

...Isso era quando se estava na oposição, altura em que sugerir um aumento na taxa de IVA do leite com chocolate era uma insuportável afronta às famílias portuguesas, que se encontravam, de acordo com o alegado Presidente da República, a aproximar-se do limite dos sacrifícios.

 

Agora, e de acordo com esta notícia do Expresso, os limites aos sacrifícios desapareceram e uma mãe que viva sozinha com um filho a seu cargo e tenha um rendimento mensal acima de €419 passa a ser uma afortunada que jamais necessitará do Fundo de Garantia dos Alimentos Devidos a Menores.

 

Garantir a subsistência de menores? Assegurar a alimentação dos mais novos e mais carenciados? Na conceção de quem nos governa, isso enquadra-se na categoria de gorduras do Estado e o facto deste fundo responder a deveres constitucionais ou a disposições da Convenção dos Direitos da Criança não é obstáculo para o PSD e o PP o alterarem, impedindo o acesso a parte dos seus beneficiários quando o rendimento do adulto ultrapasse a exorbitância de €419.

  

 

15
Nov12

La France avantgarde. Autre fois.

Pedro Figueiredo



Num balanço mental do que foi esta Greve Geral no dia em que toda a Europa se queixou da austeridade (mesmo aqueles que não a vivem como outros), as imagens das obras de calçada que ocorreram em frente à Assembleia da República não me saem da cabeça. O motivo não interessa porque, como já devem ter percebido pelo título, não foi o dia português que me despertou mais. E antes que me acusem de anti-patriota, não é por desinteresse do que se passa cá dentro. Pelo contrário. Acho é que a solução também vem de fora.


De todas as reportagens que passaram no boa cobertura da Euronews (ainda bem que voltou a passar na RTP) ao dia na Europa, foi a da França que mais me reteu. Fiquei satisfeito pelas manifestações também terem tido vozes na Bélgica, na Áustria e até na Alemanha. Os povos não precisam de pensar pela cabeça da sua classe política. A da França falava em solidariedade e em estado social. As pessoas que estavam na rua a manifestarem-se falavam em acabar com a austeridade, quando nem sequer estão em regime de resgate financeiro. A crise chega a todos, bem sei. Mas, sinceramente, já perdi a própria noção de crise. Quem está pior?


A França foi o primeiro país a virar à esquerda, com Hollande, depois do estrondo de 2008 e da vaga de Sarkozys e Berlusconis. Era o fim do mundo. Cheguei a ler que Hollande jamais poderia cumprir as promessas que fazia por ser tão financeiramente suicida. Voltava-se ao tempos dos gastadores de esquerda que minam tudo com manias de solidariedade. As pessoas, ontem, nas ruas de França falavam e praticavam essa solidariedade. E não foi preciso dinheiro. Foi uma "borla". Do mesmo local de onde veio o Maio de 1968. Que foi considerado para muitos filósofos (Sartre não deve ter sido o único, imaginando que foi dele que saiu esta ideia...) como a mais importante revolução do século XX. Esqueçam lá Cuba, o Outubro Vermelho e as duas grandes guerras.


O próprio filósofo Jean-Paul Sartre, presente nos acontecimentos de maio de 1968 em Paris, confessou, dois anos depois, que “ainda estava pensando no que havia acontecido e que não tinha compreendido muito bem: não pude entender o que aqueles jovens queriam...então acompanhei como pude...fui conversar com eles na Sorbone, mas isso não queria dizer nada”


O farol ideológico oitocentista parece estar a iluminar de novo o caminho. Para quem o quer seguir, claro. É difícil exigir que do berço da crítica da razão pura surja uma total compreensão do que foi realmente a importância da Revolução Francesa. O que estranho é que em Portugal haja quem não entenda o mote que saiu da tomada da Bastilha. Quem não pare para pensar qual seria a reacção dos franceses se lhes abolissem o 14 de Julho.

13
Nov12

Uma questão de tempos

sara marques

"Nunca lastimarei o preço que tiver de pagar para que Portugal saia da crise"

Pedro Passos Coelho, 12 de Novembro de 2012

 

É tão perigoso viver o presente sem pensar no futuro como garantir um futuro sem assegurar o presente. Os fins não justificam os meios quando é da vida de pessoas que se trata.

"Um dia, as pessoas verão o resultado das reformas", disse Angela Merkel. E até esse dia, como faremos? Pergunto eu.

07
Nov12

A visão do mundo pelos óculos da caridadezinha...

sara marques

Já não é de agora que certas declarações de Isabel Jonet, presidente do Banco Alimentar Contra a Fome, me deixam estupefacta. As de ontem, na Edição da Noite da Sic Notícias, mostram, na minha opinião, uma visão da realidade muito distorcida, que me surpreende vindo de alguém que lida com os mais necessitados há muitos anos.

 

Aqui ficam alguns excertos (mas aconselho a verem o vídeo a partir do minuto 38):

«Vivemos acima das nossas possibilidades porque comíamos bife todos os dias, ou achávamos que podíamos».

«Temos que saber viver com menos»

«Não há miséria em Portugal» (really?!?!?!)

 

 

Acho que, para bem do Banco Alimentar contra a Fome, e sobretudo de todos aqueles que a instituição ajuda, Isabel Jonet devia abster-se de declarações públicas durante uns tempos.

«As circunstâncias são o dilema sempre novo, ante o qual temos de nos decidir. Mas quem decide é o nosso carácter.»
- Ortega y Gasset

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

No twitter

Arquivo

  1. 2024
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2023
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
  27. 2022
  28. J
  29. F
  30. M
  31. A
  32. M
  33. J
  34. J
  35. A
  36. S
  37. O
  38. N
  39. D
  40. 2021
  41. J
  42. F
  43. M
  44. A
  45. M
  46. J
  47. J
  48. A
  49. S
  50. O
  51. N
  52. D
  53. 2020
  54. J
  55. F
  56. M
  57. A
  58. M
  59. J
  60. J
  61. A
  62. S
  63. O
  64. N
  65. D
  66. 2019
  67. J
  68. F
  69. M
  70. A
  71. M
  72. J
  73. J
  74. A
  75. S
  76. O
  77. N
  78. D
  79. 2018
  80. J
  81. F
  82. M
  83. A
  84. M
  85. J
  86. J
  87. A
  88. S
  89. O
  90. N
  91. D
  92. 2017
  93. J
  94. F
  95. M
  96. A
  97. M
  98. J
  99. J
  100. A
  101. S
  102. O
  103. N
  104. D
  105. 2016
  106. J
  107. F
  108. M
  109. A
  110. M
  111. J
  112. J
  113. A
  114. S
  115. O
  116. N
  117. D
  118. 2015
  119. J
  120. F
  121. M
  122. A
  123. M
  124. J
  125. J
  126. A
  127. S
  128. O
  129. N
  130. D
  131. 2014
  132. J
  133. F
  134. M
  135. A
  136. M
  137. J
  138. J
  139. A
  140. S
  141. O
  142. N
  143. D
  144. 2013
  145. J
  146. F
  147. M
  148. A
  149. M
  150. J
  151. J
  152. A
  153. S
  154. O
  155. N
  156. D
  157. 2012
  158. J
  159. F
  160. M
  161. A
  162. M
  163. J
  164. J
  165. A
  166. S
  167. O
  168. N
  169. D