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365 forte

Sem antídoto conhecido.

Sem antídoto conhecido.

03
Jul13

Este governo é um dominó (II)

Cláudio Carvalho

Juros da dívida a subir estrondosamente no mercado secundário: crescimento de 23% (1,5 p.p.) nas últimas horas e a subir para lá dos 8%. A bolsa afunda-se, naquela que é a terceira maior queda de sempre e a maior dos últimos 15 anos. A União Europeia e a União Monetária a serem alvo de chacota em órgãos de comunicação social dos EUA, por causa da crise política criada pelo executivo nacional. Um país em conflito diplomático com a América do Sul. Julho ainda só vai no terceiro dia, mas já percebemos o que vai ser escrito sobre este Governo nos livros de História: é o pior da democracia portuguesa.

02
Jul13

Este governo é um dominó

Cláudio Carvalho

Nos últimos dois dias, este Governo juntou à preocupante crise económico-financeira e social portuguesa, a crise política - ontem - e a crise de valores - hoje. Aliado ao desgaste do executivo, a substituição de Vítor Gaspar por Maria Luís Albuquerque, ex-Secretária de Estado do Tesouro, precipitou a demissão de Paulo Portas e tornou este executivo num dominó. Arriscando a "pasokização" do seu partido, o Primeiro-Ministro Pedro Passos Coelho - o «Bersluconi de S. Caetano» - recusou, inacreditavelmente, a demissão do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e, também, líder do partido da coligação. Na verdade, terá dado o mote para o início da campanha eleitoral para as Eleições Legislativas 2013, usando 10 milhões de portugueses como armas de arremesso político e arranjou forma de prolongar o espetáculo circense por mais uns dias. Neste momento, Portugal não tem um governo de coligação e, desde 2005, não tem um Presidente da República. Só as eleições podem exprimir o sentimento atual dos portugueses e legitimar um outro rumo político.

24
Abr13

Uma nota importante, ainda, quanto ao Impulso Jovem

Cláudio Carvalho

Uma das críticas que se costuma fazer ao programa "Impulso Jovem" é o facto dos estagiários serem supostamente pagos a "preço de saldo". Esta crítica é, principalmente, da responsabilidade de pessoas afetas à esquerda, nomeadamente ao Partido Socialista. Ora, as remunerações dos estágios ao abrigo do programa em causa estão alinhadas com a Portaria nº 92/2011, de 28 de fevereiro, sucessivamente alterada pelas Portarias n.º 309/2012, de 9 de outubro, n.º 3-B/2013, de 4 de janeiro e n.º 120/2013, de 26 de março que regula o Programa de Estágios Profissionais. Portanto, estas alterações foram introduzidas por um governo socialista. A anterior Portaria (n.º 129/2009) vinculava ao pagamento de 838,44€/mês por estagiário com o grau de licenciado, mestre ou doutor. Agora, o valor ilíquido, para a mesma categoria, é igual a 691,71€/mês. 

Custa-me, particularmente, ler e ouvir, hoje, certas pessoas que, no passado, calaram, hipocritamente, perante esta redução abrupta de 17,5%. Perante sucessivos alertas, criticavam ou calavam. Hoje, o cenário político é diferente e tudo serve para "arma de arremesso". Memória curta, portanto. É lamentável.

22
Abr13

Saga "A Igreja Universal do Reino de Miguel Gonçalves"

Cláudio Carvalho

«É um mito muito grande as pessoas dizerem que não há trabalho.»

«Nós temos identificados os principais motivos pelos quais as pessoas estão desempregadas. (...) O primeiro é o de pessoas que não pensam bem o mercado, que têm um erro de análise tremendo. São pessoas de direitos que se esquecem dos seus deveres e esperam que as empresas as convidem a juntar a elas. Estão permanentemente à espera que os outros lhes resolvam o problema. Isto acontece, não é um mito, é real. Tenho a caixa de correio cheia de exemplos destes. Depois, tens pessoas que se formaram numa área que neste momento desapareceu. Supõe, engenheiros civis, professores de português-alemão, professores de história. Pessoas que vendem um produto no mercado e que não têm absorção. Estás a vender uma televisão a preto e branco quando o mercado compra televisões a cores.»

«Não considero que o problema é teu, considero que a solução é tua. É muito diferente. Eu não considero que o problema do desemprego é dos desempregados, estou a dizer é que a solução para o desemprego é dos desempregados. Essa é que é a grande diferença. E, se calhar, pode chocar dizer isto, mas muitos dos que estão desempregados, estão desempregados porque, ponto número um, não querem trabalhar e, ponto número dois, são maus a fazê-lo.»

«De repente, sempre que falamos de desemprego, parece que nos esquecemos dos fenómenos das pessoas que vão às empresas pedir para carimbar no IEFP. Essas pessoas existem e são as milhares.»

«Percebo que as pessoas olhem para mim e digam: “Este tipo não é sensato. Está a dizer que os desempregados estão sem trabalho porque querem”. Não é isso que eu digo. Digo que muitos estão desempregados porque querem, outros porque não querem trabalhar, outros porque não sabem o que é preciso para trabalhar, outros porque têm muito talento mas não sabem mostrar ao mercado que têm talento.»

«Nas universidades, o que vês é que as pessoas estão com muito medo, porque vêem demasiada televisão.»

 

As alarvidades podem ser todas lidas, in loco, aqui http://www.ionline.pt/portugal/miguel-goncalves-ha-muita-gente-portugal-nao-trabalha-porque-nao-quer. Confesso que perdi toda e qualquer vontade de defender o que quer que seja proferido por este indivíduo. Nem vale a pena, perder muito tempo a desconstruir o pobre argumentário de conversas de tasco a transbordarem para os jornais. Estou francamente cansado desta gentalha. Pim!

14
Abr13

"Anatomia" do discurso e da atuação da direita nacional

Cláudio Carvalho

- Se o PIB contrai mais do que o previsto, culpamos o anterior governo xuxa
- Se a taxa de desemprego aumenta mais do que a estimativa chegando perto dos 20%, culpamos os xuxas da esquerda parlamentar. 
- Se o desemprego jovem chega aos 40%, continuamos a apostar em programas inférteis com nomes pomposos e culpamos os xuxas dos jovens que não querem emigrar. 
- Se os juros da dívida diminuem, capitalizamos o mérito para o Governo. Se os juros da dívida aumentam, a culpa é da conjuntura internacional e da herança xuxa
- Se nos enganamos nas previsões da receita fiscal em 3,1 mil milhões de euros, aumentamos ainda mais os impostos, culpamos o xuxa do José Sócrates e ponderamos a possibilidade de lançar uma outra petição para o proibir de se expressar num qualquer órgão de comunicação social.
- Se não conseguimos cortar na despesa, mesmo sabendo que não nos vão deixar, insistimos em usar a receita extraordinária advinda da concessão da ANA para "tapar" o défice e, de seguida, culpamos os sacanas dos xuxas do Eurostat. 
- Se decidimos destruir o consumo e o investimento, apostamos nas exportações e fechamos delegações da AICEP porque são uma marca xuxaEntretanto, as exportações estagnam, e encetamos um discurso laudatório em torno das marcas governativas dos sacanas dos xuxas que nos precederam. 
- Se propomos um Orçamento de Estado que sabemos que à partida tem normas inconstitucionais, imputamos a culpa aos xuxas do Tribunal Constitucional e aos xuxas-pândegos dos funcionários públicos. 
- Se falhamos todas as previsões e nos dizem para renegociar as condições do PAEF, contrapomos dizendo que são todos uma cambada de comunas que atentam contra o interesse nacional e, volvidos uns meses, aí sim, renegociamos. 
- Se, de qualquer das formas, temos que arranjar forma de cortar na despesa, priorizamos cortes nos xuxas-malandros que recebem subsídios de desemprego e de doença. 
- Se alcançamos resultados medíocres nas sondagens, colamos os xuxas do PS ao memorando de entendimento, vilipendiamos o resto da esquerda xuxa e culpabilizamos os xuxas da "troika" pelos resultados, mesmo estando na sétima revisão do programa e apesar de termos encetado medidas de consolidação muito para lá das que nos eram exigidas.

- Desviar toda e qualquer responsabilidade de qualquer outra medida negativa para terceiros e aprovar votos de louvor a todos os membros do governo afetos ao PSD que acabem, eventualmente, por desertar.

11
Abr13

Será que aguenta?

Cláudio Carvalho
08
Mar13

Darwin não percebia nada disto

Nuno Pires

 

A julgar por aquilo que vou lendo e ouvindo nas notícias de hoje, parece que o atual governo optou por deixar que todo um setor se espatifasse, para depois lhe atirar dinheiro para cima, com um pacote de 50 medidas que envolve "milhares de milhões" de euros. É isto, não é?

 

Em certa medida estas piruetas já não são novidade, mas, mais uma vez, constato que algumas propostas da oposição (a mesma que os malabaristas de serviço dizem não ter alternativas) são adaptadas e lançadas pelo atual Governo, se bem que com um inacreditável atraso, que neste caso se revelou uma verdadeira tragédia para trabalhadores, empresas e demais cadeia de valor do setor da construção.

 

Se calhar isto enquadra-se na bizarra definição de "seleção natural" com que Passos Coelho nos presenteou recentemente... E que este Governo vai agora tentar inverter com recurso a milhares de milhões de euros. Não faz sentido? Pois, já é habitual...

 

(Imagem: recorte da capa do Jornal de Notícias de hoje)

23
Jan13

A artificialidade do sucesso

Pedro Figueiredo

A imagem mais caricata que vi sobre o regresso de Portugal aos mercados de dívida pública foi dada pelo nosso Vega9000 no Twitter: "O Gaspar vai-se gabar de já andar na bicicleta dos mercados sem mencionar as rodinhas do BCE." O entusiasmo e a crença em verificar que os mercados acreditam na política austera, mas de rigor, seguida pelo Governo fazem temer o pior: agora é que não aceitam mesmo críticas ao caminho percorrido, como sendo este o da indubitável salvação.


Não há dúvida que é um sucesso os juros com que Portugal conseguiu colocar dívida no mercado, mas isso não significa que o sucesso não seja artificial. As rodinhas do BCE não colocam o país pronto para uma volta à Encarnação em bicicleta, quanto mais para um Tour.


Em vez de celebrarem o sucesso de algo que nem devia acontecer - contracção de mais dívida por parte do Estado - e caírem no ridículo de considerar o crescimento económico como epifenómeno de uma farsa financeiradeviam preocupar-se em perceber como é possível a situação ter chegado a este vergonhoso ponto [ver vídeo no link em baixo]


Crianças vendem senhas do almoço para darem dinheiro aos pais

21
Jan13

Isabel Jonet do ambiente

Catarina Pereira

Fátima Matos Almeida, presidente da mais ou menos desconhecida Associação Portuguesa de Educação Ambiental, defende que «a crise actual vai ajudar os nossos propósitos ambientais».


Diz a senhora dona Fátima, citada pela Agência Lusa, que a austeridade «vai obrigar as pessoas a repensarem as suas prioridades, os seus consumos e desperdícios», mas também a «encontrar outro caminho de convivência com a Natureza».


E tem roda a razão.

 

Com a crise, por exemplo, podemos passar a conviver com a Natureza ficando sem casa. Como os sem-abrigo gregos ou os despejados espanhóis.

 

Com a austeridade, por exemplo, podemos deitar para o lixo menos embalagens de bifes ou até - ideia brilhante, preparem-se! - escusamos de mandar as crianças para a escola com um pacote de sumo e um pão para o lanche, como no meu tempo, em que se vivia claramente acima das possibilidades. O plástico faz mal ao ambiente, como sabem.

 

Repensemos, então, as nossas prioridades. A minha passou a ser nunca contribuir com um tostão para a Associação Portuguesa de Educação Ambiental. 

«As circunstâncias são o dilema sempre novo, ante o qual temos de nos decidir. Mas quem decide é o nosso carácter.»
- Ortega y Gasset

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