"Há fraquezas muito convenientes", pois há, Lomba
Escrevia o hoje Secretário de Estado Adjunto do Ministro Adjunto e do Desenvolvimento Regional, Pedro Lomba, em 18.12.2012, uns mesinhos antes de ser nomeado:
"Fraquezas convenientes:
‘Escrevi há tempos que não temos um único Governo. Por força das circunstâncias, temos quatro governos. E todos diferentes. Em primeiro lugar o Governo composto por Passos Coelho e pelos ministros do PSD. Depois, como se trata de uma coligação, o dos jovens ministros do CDS e de Paulo Portas que defendem a sua autonomia. Terceiro, o Governo dos independentes que respondem directamente perante a troika e em quem a troika primariamente confia, sobretudo Vítor Gaspar. E, por fim, o Governo dos outros independentes que, gozando de um estatuto menor, não contam para os homens da troika e também não contam para os três anteriores.
(…)
Isto para fora. E para dentro do Governo? Essa é a outra parte da história. A menorização de independentes como Santos Pereira, que ele tanto se esforça por contrariar, como agora se viu na resistência aos estivadores, era também útil para o "arranjo" do poder dentro do Governo. Não estou a pensar na coligação. Quando Miguel Relvas aparece em encontros secretos com o colombiano que se ofereceu para comprar a TAP, agindo à revelia da competência exclusiva do ministro das Finanças nas privatizações, directamente e por via das suas ligações ao político brasileiro José Dirceu, ficamos mais inquietos sobre o que isto manifestamente parece. E o que parece é que o primeiro governo, aqui com Relvas à cabeça, também quis rédea solta, também procurou que o governo dos independentes úteis ficasse mudo à margem das privatizações. Como se as decisões de fundo coubessem a um governo oculto. Há fraquezas muito convenientes."
Muitas outras perguntas poderiam ser colocadas, mas para já fica uma: em qual destes Governos será Pedro Lomba Secretário de Estado Adjunto do Ministro Adjunto?