Traidores?
Um curioso texto de Carlos Zorrinho no Pasquim tem uma espécie de charada. Reza assim (bold meu):
Para muitos esta é a oportunidade perfeita para provocarem a evolução de uma crise política para uma crise da política, pondo em causa a democracia.
Temos de lutar de novo por ela. Se a crise política tem custos sociais e financeiros, a crise da política consolida esses custos e pode torná-los irreversíveis.
Numa economia aberta e global o preço da incerteza, da desconfiança e do descrédito suplantam em muito qualquer custo associado a uma operação rápida de clarificação democrática, recorra ela ou não a uma devolução imediata da voz ao povo.
Este texto é publicado num dia que pode ser chave para a clarificação que se impõe. Espero que todos os agentes políticos e institucionais estejam à altura do momento. Com um País não se brinca. Os votos são a arma do povo. Uma arma para ser usada em sua defesa. Não para colocar a render em aplicações inconsequentes de demagogia fácil.
Roma não pode pagar a traidores.
Ora, a charada é simples de entender. Zorrinho insiste em eleições, e pede ao seu líder que não ceda à chantagem de Cavaco Silva. Mas a forma desse pedido é que me espanta. Roma (leia-se Seguro) não pode pagar a traidores (leia-se Cavaco). Ora, para alguém trair, tem que haver antes uma aliança. Talvez o líder de bancada do PS possa dedicar a próxima crónica a explicar exactamente que aliança é que foi traída.