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365 forte

Sem antídoto conhecido.

Sem antídoto conhecido.

30
Mai13

Adoro esta gárgula

David Crisóstomo

 

Tal como a Shyznogud, a minha alma também ficou parva ao ler a crónica com que Vasco Graça Moura decidiu ontem deliciar os seus leitores. Eu nem sei o que dizer: 

 

"Agora, e em paralelo com esta opacidade progressiva do diálogo, está-se a assistir à proliferação do insulto. E, pior, o insulto não se limita a ser personalizado, entra no próprio plano institucional."

"É um processo de agitação e desgaste muito preocupante, porque bloqueia quaisquer possibilidades de discussão e apreciação crítica daquilo que estiver em causa e porque é susceptível de alastrar como forma de protesto numa dinâmica de massas que não se sabe onde pode ir parar. O problema não se resolve limitando a liberdade de expressão nem excluindo a polémica por mais acesa que seja, mas é necessário perceber-se o grau de responsabilidade que decorre desta instrumentalização e generalização do insulto como arma política. Um país que não respeita as suas instituições legítimas é, por definição, um país inculto. E isso só pode aumentar a gravidade do insulto."

 

Há coisas incríveis: Vasco Graça Moura, que é quase incapaz de escrever uma crónica sem insinuar, injuriar ou caluniar algum ser ou organização que não lhe mereça um particular apreço, vem agora clamar que 'está-se a assistir à proliferação do insulto.' Tudo devido ao caso do 'palhaço'. Meu Deus. Numa breve volta pelos textos publicados pela douta personagem desde Dezembro de 2009 no DN, eis os não-insultos que fui encontrando:

 

 02/12/2009:

"O país votou nessa cambada. O país prefere a porcaria. Já está formatado para viver nela e com ela." 

 

13/04/2010:

"(...) o congresso do Partido Socialista em Matosinhos depressa perderá todas as ilusões: o paroxismo demencial daquela gente foi encenado para não permitir entendimento nenhum. Nem mesmo um começo de diálogo com outras forças políticas. Ao longo de três dias intermináveis, sempre que abri a televisão só consegui ouvir alaridos estrídulos naquele espaço. Parecia uma reunião de regateiras a guinchar com dores de barriga."

 

21/07/2010:

"(...) o primeiro-ministro macaqueia uma viragem (...)"

 

29/09/2010:

"(...) o mais estúpido eleitorado da Europa (...)"

"(...) o centenário da tristérrima República implantada em 1910 por obra e graça de uma pseudo-elite despeitada, tanto monárquica como republicana, de uma tropa dividida e sem dignidade, de um maralhal de marçanos e carbonários, de uma sinistra piolheira popular abaixo de toda a qualificação..."

  

10/11/2010:

"(...) o PS não vai cumprir nada daquilo a que se obrigou. Nunca cumpre. É uma organização relapsa a manter a palavra dada e a honrar as promessas feitas. Só tem sobrevivido graças à idiotia pacóvia de um eleitorado habituado à lei do menor esforço e que votou nele a contar com benesses grátis e duradouras. Agora, esse mesmo eleitorado, a que em tempos tive a feliz inspiração de recomendar que se besuntasse e rejubilasse com a própria estupidez, vai torcer a orelha e será o primeiro a querer dar um pontapé no rabo do Governo."

  

15/12/2010:

"(...) o insignificante presidente do Governo Regional dos Açores (...)"

 "E já estou a ver daqui no mesmo comprimento de onda patibular alguns dromedários que me fazem o favor de se babar de raiva a cada um dos meus artigos. Descontadas as lateralidades inconsequentes da parte dessa vilanagem, (...)"

 

05/01/2011:

"(...) o desastroso Sócrates (...)"

 

19/01/2011:

"Este Governo é cancerígeno (...)"

 

02/02/2011:

"Mas ainda há, aqui e ali, uns trejeitos ranhosos de gente que não desarma (...)"

"A estabilidade não pode configurar um mero chavão para os lorpas (...)"


30/03/2011:

"Eu, cá por mim, com a queda desta gente execrável, só posso exclamar: - Aleluia!" 

 

06/04/2011

"(...) a sondagem que o Expresso divulgou no dia 2, realizada já depois de estar mais do que à vista a bancarrota que nos espera, mostra que ainda há uns 30% de baratas tontas e masoquistas que não aprenderam nada na sua aberrante obtusidade: são criaturas que pelos vistos adoram ser aldrabadas (...)"

 

20/04/2011:

"(...) somos um país de cábulas manhosos governado por um elenco de medíocres sem tino."

 

04/05/2011:

"O que não impede uma série de asnos, uma camarilha execrável e alguma canalha menor, dessa que anda sempre de dedo no gatilho pronta a disparar em todas as direcções em defesa do indefensável, de gabar as maravilhas estrondosas que alcançámos nos últimos seis anos."

 

11/05/2011:

"A partir de agora, Portugal sujeita-se a inspecções e verificações periódicas, metódicas e severas, tal como as putas de antigamente, que tinham de circular com um livrete de tarja amarela e de comparecer regularmente à inspecção médica."


01/06/2011:

"É preciso derrubar o actual Primeiro-Ministro, custe o que custar. E mesmo assim nada nos garante que, na oposição, essa ave funesta não continue a representar uma obscenidade de mau agouro para o nosso país."

 

19/10/2011:

"Por sua vez, o Tratado de Lisboa, que o governo de José Sócrates, de rabinho servilmente metido entre as pernas, se apressou a ajudar a aprovar (...)"

"(...) à canalha ignara e oportunista que lhe deu o poder, (...)"

"Hoje, este país de tansos irresponsáveis (...)"

"(...) neste país de calaceiros crónicos e complacentes."


28/12/2011:

"Os maquinistas da CP acabam de mostrar que o Estado de Direito não vale dez réis de mel coado para a sua arrogância totalitária." 


08/02/2012:

"Tenho pouca paciência para os trejeitos do autor de um livro intitulado O Novo Acordo Ortográfico, que não li, não tenciono ler e achei, de resto, perfeitamente detestável."


14/03/2012:

"Ora não me lembro de ver nenhum dos garnizés de serviço à propaganda e à concretização da governação socialista (...)"


25/07/2012:

"(...) à célula de canalhas anónimos e filhos de pai incógnito que costumam pôr-se aos uivos com os meus artigos, aqui na caixa de comentários do DN, e a quem da próxima vez terei a justeza de chamar hienas fétidas."


28/11/2012

"A arruaça promovida por essa associação de malfeitores (...)"

 "(...) varrer aquela canalha selvática (...)"

 "(...) um grupo de facínoras sem escrúpulos."

 

27/02/2013:

"(...) vão surgir logo umas ONGs patéticas (...)"

 "(...) é uma manifestação selvática e absolutamente vergonhosa (...)"

 "O pior é que essa fauna rasca (...)"

 

É de rir & chorar.

 

3 comentários

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«As circunstâncias são o dilema sempre novo, ante o qual temos de nos decidir. Mas quem decide é o nosso carácter.»
- Ortega y Gasset

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