Gaspar, o escolhido
A resposta de Vítor Gaspar a Ana Drago na audição na Comissão parlamentar de Orçamento, Finanças e Administração Pública é inequivocamente sintomática da ideia de representatividade democrática do actual ministro das Finanças.
«Não fui eleito coisíssima nenhuma» é o espelho do trabalho que tem andado a fazer desde que foi o 'escolhido' (talvez seja este o termo que Gaspar preferirá) para desempenhar as suas funções.
Tecnicamente - ou não fosse o próprio um técnico -, pode ser verdade (o não ter sido eleito), mas o que Vítor Gaspar parece esquecer-se, se é que alguma vez tal ideia lhe passou pela cabeça, é que faz parte de um Governo eleito pelos portugueses para representar e defender os interesses do país e dos seus cidadãos.
Esperemos para ver qual o argumento que o Primeiro-ministro vai usar para desculpar o seu ministro das Finanças (venha mais um erro de interpretação dos portugueses) em mais um episódio lamentável para o Governo. Tão lamentável que estas mesmas palavras deveriam ser motivo de demissão imediata.