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André Fernandes Nobre
"De acordo com o despacho assinado por Pedro Passos Coelho e Vítor Gaspar, o ex-espião “Jorge Manuel Jacob da Silva Carvalho preencheu os pressupostos de aquisição de vínculo definitivo ao Estado”. De acordo com a lei que regula o funcionamento dos serviços de informações e segurança, “o trabalhador tem direito a ser integrado no mapa de pessoal da Secretaria-Geral da Presidência do Conselho de Ministros, em categoria equivalente à que possuir no serviço e no escalão em que se encontrar posicionado”.
Este “direito” é conquistado depois de o funcionário “completar seis anos de serviço ininterruptos” no Serviço de Informações Estratégicas de Defesa (SIED) e do Serviço de Informações de Segurança, altura em que “adquire automaticamente vínculo definitivo ao Estado”. Silva Carvalho foi exonerado “a seu pedido” pelo secretário-geral do Serviço de Informações da República Portuguesa (SIRP), Júlio Pereira, a 1 Dezembro de 2010."
"O despacho do Governo foi assinado a 18 de Março, na semana passada, e publicado hoje em Diário da República. O “i” escreveu, no ano passado, que Silva Carvalho foi dos primeiros a pedir para ser integrado, ainda em Dezembro de 2010 (altura em que o Governo era liderado por José Sócrates). Alguns colegas de Silva Carvalho foram readmitidos seis meses depois. O ex-espião, contudo, teve de esperar dois anos e quatro meses para ser reintegrado no Estado. Depois de ter saído das secretas, Silva Carvalho foi contratado pela Ongoing.
Silva Carvalho está ligado a várias polémicas. É acusado de ter espiado as comunicações móveis do ex-jornalista do Público Nuno Simas (agora na agência Lusa), encontrou-se com Miguel Relvas, a quem enviava “clippings” diários de imprensa e a quem deu sugestões para o programa de Governo, e foi acusado de passar informações classificadas à Ongoing."
(negrito e sublinhados meus)