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Sem antídoto conhecido.

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04
Dez12

O risco de pobreza em Portugal

Nuno Pires

O Eurostat publicou ontem alguns indicadores sobre o risco de pobreza e exclusão social na União Europeia, resultantes do instrumento European Union Statistics on Income and Living Conditions (“EU-SILC”), revelando que 24% da população da UE27 (cerca de 120 milhões de pessoas) se encontrava em situação de risco, de acordo com dados referentes a 2011.

 

Estas notícias são péssimas, mas, atendendo especificamente aos valores nacionais, é possível retirar conclusões adicionais dos dados divulgados pelo Eurostat, nomeadamente através da análise da evolução destes indicadores em Portugal nos anos de 2008, 2010 e 2011, e da sua comparação com a média da UE27.

  

E o resultado dessa análise é esclarecedor: no indicador mais relevante, que agrega as situações de pessoas que estavam confrontadas com, pelo menos, uma das três formas de exclusão consideradas (em risco de pobreza, expostas a graves privações materiais ou vivendo em agregados familiares com intensidade laboral muito reduzida), Portugal registou, no período analisado, uma considerável descida no risco de pobreza, contrariando a tendência de subida registada na média da União Europeia, conforme demonstra o gráfico infra. 

 

Fonte: Eurostat.

 

Esta descida não ocorreu por mero acaso – é a confirmação (mais uma) de um trabalho bem feito. Iniciativas como o Complemento Solidário para Idosos, que intervém junto dos nossos seniores com menores rendimentos, são um bom exemplo de decisões políticas que contribuem de forma eficaz e decisiva para a redução de um problema que a todos diz respeito.

 

No entanto, a realidade diz-nos que este trabalho e estes bons resultados estão em sério risco de se perderem. Se, para além do “enorme aumento de impostos”, considerarmos o corte orçamental de 11,2% no Complemento Solidário, a redução de 22,7% nos encargos com Rendimento Social de Inserção para 2013 ou as alterações ao subsídio de desemprego (que cada vez deixa mais desempregados sem subsídio), alguém tem dúvidas relativamente à assustadora trajetória que a linha verde do gráfico acima vai percorrer já a partir do próximo ano?

 

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