O orçamento mais eleitoralista de sempre
Marques Mendes classificou o Orçamento do Estado para 2019 como o Orçamento mais eleitoralista de sempre. Não só não é verdade como é uma injustiça desde logo para o próprio Marques Mendes.
O Orçamento mais eleitoralista de sempre é o Orçamento do Estado para 1991, reconhecido pela própria Autoridade para a Certificação do Eleitoralismo em Orçamentos do Estado (ACEOE). Foi o ano em que foi introduzido o 14º mês para os pensionistas e o ano em que entrou em vigor o novo sistema retributivo da administração pública que levou a uma subida de 28,5% (!) da despesa com pessoal.
Naturalmente as medidas foram apresentadas como sendo da mais elementar justiça. “O governo não vai deixar de tomar nenhuma medida que considere correta para o país mesmo que a oposição revele essa falta de imaginação de acusar o governo de eleitoralismo” afirmou o então primeiro-ministro Aníbal Cavaco Silva. O sistema retributivo que fez disparar as despesas com pessoal foi apresentado, naturalmente, como “um investimento «indispensável para travar a degradação da administração pública» e atrair pessoal qualificado”.
E porque se trata de uma injustiça Marques Mendes não reconhecer o mérito eleitoralista do orçamento de 1991? Porque Marques Mendes era à data secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministro. Terá sido por modéstia que não terá querido ficar com os louros para si. E já agora, Manuela Ferreira Leite era então secretária de Estado do Orçamento.