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365 forte

Sem antídoto conhecido.

Sem antídoto conhecido.

03
Mar16

A santa Maria Luís

Sérgio Lavos

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Maria Luís Albuquerque (para os amigos, Miss Swaps) é um fenómeno da direita. Enquanto administradora da REFER, contratou swaps tóxicos que custaram milhões de euros ao contribuinte. Depois, quando era responsável da IGCP, autorizou mais swaps tóxicos, da Estradas de Portugal. Chegou ao Governo, primeiro como secretária de Estado do Tesouro e depois como ministra das Finanças e renegociou alguns dos swaps que tinha contratado ou autorizado antes, ajudando à antecipação de receitas das entidades financeiras com quem tinha negociado. Entretanto, o Estado injecta 800 milhões no Banif, tornando-se dono do banco. Enquanto ministra da tutela, supervisionou indirectamente (ou pelo menos teve conhecimento de) as operações financeiras do banco, que incluíram a venda de crédito mal parado do Banif à Arrow Global. E três meses depois (3!) de ter saído do Governo, lá tem o lugarzito à espera na (rufem os tambores) Arrow Global. Ela diz que é tudo legal, e tem toda a razão, até porque o partido a que pertence, o PSD (em conjunto com o CDS), chumbou em 2012 uma lei proposta pelo BE que previa que os governantes tivessem um período de nojo de seis anos até poderem ocupar cargos em empresas que tinha sido tuteladas por eles (mas não deixa de ser verdade que a lei em vigor diz que esse período de nojo é de três anos). Como ela afirma no seu comunicado, qualquer especulação que possa ser feita sobre eventuais promiscuidades ou pagamento de favores não passa de "mero aproveitamento político-partidário". Ficamos assim, então, a senhora é uma santa (chegou a falar-se na possibilidade de ela vir a ser líder do PSD), e ninguém poderá pôr em causa isso. Ámen.

03
Mar16

Drumpf

CRG

Num post retirado do baú:

 

"Na comparação entre "1984" e o "Admirável Mundo Novo" Neil Postman refere que enquanto Orwell temia a censura, Huxley temia que nos fosse dada tanta informação que seriamos reduzidos à passividade e egoísmo, que a verdade fosse afogada num mar de irrelevância.

 

Passados 75 anos da publicação da obra de Huxley, David Foster Wallace, com a sua habitual genialidade, cunhou o termo "Ruído Total" (Total Noise) para descrever o tsunami de informação, spin, retórica e contexto que nos invade diariamente - que não só dispersa a nossa atenção, mas também torna impossível distinguir o que é relevante e de valor.

 

No meio desta avalanche as únicas noticias/opiniões capazes de se elevar do mar de irrelevância são as mais chocantes e esdrúxulas."

 

Trump parece ser o culminar deste fenómeno descrito por DFW. Com efeito, ele é o candidato que através da sua capacidade de chocar, de criar polémica e de entreter domina a atenção dos media sedentos de audiências.

 

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Esta atenção desproporcional face aos restantes candidatos reforça o poder da candidatura de Trump, que por sua vez lhe confere mais cobertura noticiosa - um ciclo vicioso. Este poder da imagem assente em discursos simples reduzidos à formula "eu sou o melhor" nas suas mais diversas variantes apela a eleitores cansados de tanto ruído, de tantos anos de falsas promessas. É este elemento, mais do que as suas ideias ou ideais, que, conforme tão bem exposto pelo John Oliver são capazes de oscilar no próprio dia, o tem catapultado para a liderança. E esse talvez seja o único ponto positivo desta história: a maior parte das coisas hediondas que diz e defende não são para levar a sério e, espero eu, nunca as tentará levar à prática caso seja eleito. Por outro lado, é assustador que se desconheça quais são as ideias do principal candidato republicano à Casa Branca. 

 

02
Mar16

Sempre em pé em desequilíbrio

Vargas

O deputado Passos Coelho, que por estes dias se insurge contra o peso do Imposto sobre Produtos Petrolíferos, parece ter o condão de cair nas ratoeiras que ele próprio montou enquanto era Primeiro-ministro. Neste vídeo desenterrado com afinco e datado de outubro de 2013, encontramos Passos a afirmar que um ISP mais baixo seria "estar a dar um sinal errado" e que não faria sentido para o "equilíbrio ambiental". Curioso, não é? E ainda deixa a dica para que os cidadãos andem mais, imagine-se, de transportes públicos.

 

 

 

 

 

 

 

Pág. 4/4

«As circunstâncias são o dilema sempre novo, ante o qual temos de nos decidir. Mas quem decide é o nosso carácter.»
- Ortega y Gasset

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