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365 forte

Sem antídoto conhecido.

Sem antídoto conhecido.

29
Set15

Sondagens e manipulação do voto

Sérgio Lavos

Esta campanha para as legislativas está a ser um paradigma no que diz respeito à influência que a comunicação social tem na opinião pública e, consequentemente, no voto. Desde a habitual falta de espaço mediático concedido aos partidos mais pequenos (sobretudo os que ainda não têm representação parlamentar) ao extraordinário acaso que é vermos dois antigos presidentes do PSD a comentar a campanha na SIC e na TVI, ocupando o prime-time nos telejornais dos dois canais (Marques Mendes chega ao ponto de escarnecer da nossa inteligência, ao gabar-se da "independência que me é reconhecida"), tem acontecido de tudo um pouco, sem que a Comissão Nacional de Eleições (CNE) se pronuncie. Aliás, a avaliar pelo silêncio do organismo que deveria fiscalizar o acto eleitoral, estes acontecimentos devem ser absolutamente normais, e estarão a guardar-se para vigiar as redes sociais no dia de reflexão, acredito.

E depois há o caso das sondagens. Temos de tudo, à escolha do freguês: amostras que rondam as 300 entrevistas válidas; sondagens nas quais apenas são sondados residentes do continente com telefone fixo; contagens de voto que não têm em conta a densidade populacional de cada região e a distribuição de mandatos por círculo eleitoral (ou se têm, partem de inexplicáveis distorções); e até uma sondagem que, partindo de uma amostra com distribuição por regiões do país, extrapola os mandatos por círculo eleitoral (que não coincidem, como é evidente, com as regiões), construindo um potencial parlamento para usufruto dos comentadores, que depois discorrem longamente sobre cenários hipotéticos e pouco verosímeis. É um festim.

Mas se tudo isto já é muito mau, pior é o relato feito por Glória Franco, candidata do Livre/Tempo de Avançar pelo distrito de Évora, de uma inusitada entrevista telefónica realizada pelo centro de sondagens da Universidade Católica (por sinal a empresa que está a fazer a tracking poll que mais avanço dá à coligação de direita). Aqui fica:

 

"- (...) Estamos a realizar uma Sondagem para a Universidade Católica e a Sra. foi seleccionada. Quer responder? (...) Em que força política votaria hoje em eleições legislativas?
- Voto no Livre/Tempo de Avançar.
- Desculpe, que partido é esse?
- Está a entrevistar-me telefonicamente e não sabe (...)?
- É o da Ana Drago, não é? Diga-me por favor: há mais alguém aí em casa, disposto a participar na sondagem?
- Há sim. Vou chamá-la. [Não havia, de facto, mas a nossa companheira quis ver até onde iria a coisa... tendo disfarçado a voz].
- Boa noite.
- Boa noite. Quer participar na sondagem da UC? (...) Em quem votaria se as eleições legislativas se realizassem hoje?
- Voto no Livre.
- Mas aí em casa votam todos no mesmo?! Obrigado pela participação e boa noite."

 

Será caso para chatear a CNE, ou poderá esta continuar a dormir o sono dos justos, no pasa nada

28
Set15

Mestificações

João Martins

 

Em 2008, Passos Coelho profetizou que não seria difícil “aparecer um demagogo que prometa o céu à grande maioria do eleitorado, para o levar para um abismo ainda maior do que o que existe". Passos avisou ainda que se estava a “cavar uma injustiça muito grande entre a maioria e uma meia dúzia de pessoas que vivem cada vez melhor" e que a emigração era “um sinal de que estávamos a recuar 40 anos”.

Em 2011, já sabemos o que aconteceu: Passos prometeu que no governo não ia aumentar impostos; prometeu que não ia mexer nos subsídios; que não ia privatizar “ao desbarato” para arranjar dinheiro; que não ia cortar nos subsídios. Ao mesmo tempo, criticou os governos “sem orientação estratégica”, “sem capacidade de vender um sonho ou uma esperança para o futuro do país”, e que em vez disso deveriam “servir para ajudar o cidadão na busca da felicidade a que temos todos direito”, assumindo que não iriam "sacrificar sempre os mais desprotegidos".

Em 2015, o líder da coligação PSD/CDS já afirmava que não ia oferecer “aos portugueses um caminho de promessas fáceis, de ilusões nem de facilidades”. Contudo, uns meses depois, já veio dizer que lhe "parece de justiça e de equilíbrio que aqueles que mais sofreram sejam aqueles que também possam beneficiar do arranque da nossa economia e do crescimento do nosso país", ou seja, os mais sacrificados nestes últimos anos.

Quando o PS diz que “É Tempo de Confiança”, não é por acaso. Depois destes quatro anos, os portugueses já estão fartos de não poder confiar em quem os governa, de não poder acreditar em quem lhes prometeu facilidades e compromissos que depois não se vieram a concretizar, e que agora voltam a tentar a mesma receita para estas eleições. 

No dia 4 de outubro, já só cai no abismo das promessas do "demagogo" quem quiser. O Luís Vargas ajuda a relembrá-las.

 

28
Set15

Foi o PS que governou desde 2011?

Nuno Pires

Pedro e Paulo

 

«[...] alguém que não conhecesse o país suporia que foi o PS que esteve no Governo nos últimos quatro anos. Da direita à esquerda só se discute o PS, o programa do PS, as promessas do PS, os cortes na segurança social do PS, o acordo da troika que o PS assinou, o plano secreto que o PS tem para se aliar à CDU e ao BE para não deixar o centro-direita governar. A coligação Portugal à Frente acusa o PS de criar instabilidade e insegurança, a CDU e o BE acusam o PS de subscrever as políticas da direita.

E ninguém debate os últimos quatro anos, os 485 mil emigrantes que vão de engenheiros, economistas e médicos a investigadores, enfermeiros e bombeiros, os cortes nos salários da Função Pública e nas pensões dos reformados, a desmotivação completa dos funcionários públicos, o desemprego, o emprego que está a ser criado (90% é precário), os 50% de portugueses que ganham menos de 8000 euros por ano, o facto de estarmos a trabalhar mais 200 horas por ano e a ganhar em média menos 300 euros, o descalabro na educação (com o silêncio ensurdecedor de Mário Nogueira e da FESAP, ao contrário do que aconteceu quando Maria de Lurdes Rodrigues era ministra da Educação), a miséria que se vive no Serviço Nacional de Saúde (onde muitos profissionais são obrigados a comprar luvas ou a fazer garrotes com material improvisado), os medicamentos que faltam nas farmácias e só estão disponíveis daí a dois dias, a machadada que levou a ciência e investigação, os problemas que se continuam a verificar na justiça, a inexistência de respostas ao envelhecimento da população (em 2014 já havia mais de 4000 pessoas acima dos 100 anos em Portugal e há 595 mil portugueses com mais de 80 anos), a irrelevância do ministro dos Negócios Estrangeiros, a fragilidade da ministra da Administração Interna, as múltiplas garantias de Passos Coelho que foram sempre desmentidas por decisões do próprio Passos Coelho, o programa da coligação que não se discute porque não existe, etc, etc.

Ora, é tudo passado. Como disse Passos Coelho, «felizmente conseguimos ultrapassar a situação de emergência financeira que trouxe uma crise que nós resolvemos. Fizemos muito para poder chegar a este momento e os sacrifícios que fizemos valeram a pena. Já não temos necessidade de vos pedir um contributo adicional. Já não temos nenhuma medida restritiva nas pensões». Pronto, a crise está resolvida e agora é sempre a alargar o cinto. [...]»

 

Nicolau Santos, no Expresso Curto de hoje.

 

 

27
Set15

Do voto e do pouco que vale o voto

Sérgio Lavos

Um texto de Rui Zink sobre o poder do voto. Abster-se é abdicar desse poder.

"O meu voto vale pouco? Valerá. Mas é o único momento em que vale exactamente o mesmo - o mesmo pouco - que o voto de Assunção Esteves ou O diácono-superior dos ex-CTT.
Essa a beleza do voto: cada um vale pouco e todos valem EXACTAMENTE o mesmo pouco.
Ao contrário de um reunião de accionistas ou de um clube, onde há votos de qualidade, e uma pessoa pode ter um zilião de votos, aqui naquele dia TODOS valem exactamente o mesmo: pouco.
A fórmula é simples: 1 adulto = 1 voto.
Claro, há pessoas que são fotografadas a votar e outras não. Mas a cruzinha vale exactamente o mesmo: pouco.
1 = 1.
Ronaldo é mais influente? Medina Carreira mais careca? O prof. Cavaco mais... Enfim, mais qualquer coisa? Sim. O prof. Marcelo é mais omnipotente? O sr. Pingo Doce mais rico? O dr. Catroga mais administrador da EDP? Claro. Como duvidar?
E não, nem de longe, não temos todos o mesmo poder de influenciar os outros. Falar na tasca, na televisão, no FB, ao telefone ou no jornal não é a mesma coisa. Nem tem de ser.
Há filmes vistos por milhões, poemas lidos por nem meia-dúzia de amigos.
Segundos antes e, lamento dizê-lo, segundos depois de votar deixaremos de ter o mesmo poder, a mesma fortuna, o mesmo destino.
Contudo, naquele instante, na cabine, com a caneta e o boletim, temos todos o mesmo poder.
Pouco. Maravilhosamente pouco."

24
Set15

Até quando a mentira vai compensar?

Nuno Oliveira

O Diário Económico vem hoje desmentir as declarações de ontem do primeiro-ministro. A facilidade com que, à mínima contrariedade, o primeiro-ministro se socorre da mentira é assustadora.

 

Só se pode concluir que, por algum motivo, Passos julga que a mentira compensa. A insistência e falta de decoro só são possíveis na presunção que os eleitores não penalizarão o engano sistemático. Esperemos que no dia 4 de outubro a resposta seja dada pelos eleitores.

 

2015.09.24 DE - Empréstimo ao fundo de resoluça

 

23
Set15

Estatísticas há muitas

CRG

"It looked artificial, but it was full of real birds"

V. S. Naipaul "A bend in the river

 

Passos Coelho confrontado com o aumento do défice de 2014 para os 7,2% por causa do Novo Banco disse que era apenas uma "contabilização estatística". Um Primeiro-Ministro, que pautou toda a sua governação por fins estatísticos, que se apresenta a votos ancorado numa suposta melhoria desses dados, vem agora desvalorizar esses elementos e afirmar que tal não tem impacto na vida das pessoas. A mesma vida das pessoas que recuou para níveis da década de 90 do século passado para se alegadamente cumprir com certos objectivos estatísticos, cuja importância económica está longe de ser consensual e, em muitos casos, é puramente política - uma espécie de padrão das explosões no Catch-22 (ficava bonito nas fotografias áreas dos relatórios).

 

Na verdade todos os dados estatísticos são relativos, são meros indicadores, até o sacrossanto PIB. Kuznets, prémio Nobel da Economia, que liderava a equipa de economistas que criou o cálculo do PIB, bem tentou avisar que “o bem-estar de uma nação não pode ser aferido através do cálculo do seu PIB" uma vez que "A country, for example, that overemphasizes G.D.P. growth and market performance is likely to focus policies on the big drivers of those — corporations and financial institutions — even when, as during the recent past, there has been little correlation between the performance of big businesses or elites and that of most people."

 

O problema de Passos Coelho é que não pode continuar a relativizar o défice, o PIB e a balança comercial. Se o fizer, será obrigado a focar-se na qualidade de vida, na saúde, na igualdade, no bem-estar - a realidade é madrasta.

23
Set15

Valeu a pena?

Nuno Pires

 défice2011-2014

 

Talvez um "boneco" ajude.

É que eu ainda me recordo da promessa de salvação do país pela via da "austeridade expansionista", do corte nas "gorduras do Estado", que seria o suficiente para o país se transformar num oásis livre de dívida e de défice.

Sabíamo-lo ontem, confirmamo-lo hoje: era tudo mentira.

Após 4 anos de sacrifícios e de medidas recessivas, temos um país mais endividado, um PIB mais pequeno e, soube-se hoje, um défice praticamente idêntico àquele que tínhamos em 2011.

Há quem diga que agora Portugal pode mais.
É enviar-lhes o boneco acima e pedir-lhes para fundamentar. Sem se rirem.

 

 

22
Set15

O salário é meo

CRG

“Eu não gosto de pagar salários. Pago o mínimo que puder”

Patrick Drahi, presidente da Altice (proprietária da PT Portugal)

 

Nos primórdios do capitalismo acreditava-se que o salário deveria corresponder ao mínimo necessário para sobreviver, mais do que isso seria um convite ao absentismo - deixaria de existir um incentivo para que os trabalhadores se apresentassem diariamente.

 

Posteriormente algumas entidades patronais perceberam que pagar mais do que a média da sua actividade traz diversos benefícios para as suas empresas, nomeadamente uma maior assiduidade e elevada produtividade. Tal decorre essencialmente de quatro aspectos

  • Pagar aos trabalhadores acima da média do mercado faz com que estes fiquem agradecidos e, por via disso, sentem a necessidade de retribuir trabalhando mais e melhor;
  • Os trabalhadores sabem se perderem o emprego o mais provável é acabar num posto de trabalho com um salário mais baixo: por isso estão motivados para se manterem na empresa;
  • A empresa pode ser mais exigente na altura da contratação;
  • O salário atrai os trabalhadores mais qualificados;

 

Estes exemplos fizeram com que se acreditasse que se vive numa nova era. Uma era de simbiose entre patronato e trabalhadores, de interesses partilhados e comuns, na qual o conceito de luta de classes seria anacrónico, apenas utilizado pelos ultrapassados comunistas. Assim sendo não faria sentido uma especial protecção legal dos trabalhadores, uma vez que por um lado, as empresas estariam a ir contra os seus próprios interesses ao não tratar bem os trabalhadores; e por outro lado, os tempos são agora de maior compaixão e empatia, de responsabilidade social, longe vão os tempos narrados por Dickens. 

 

Sucede que, como é óbvio, para se pagar acima da média é preciso que a maior parte pague dentro da média. Caso contrário desaparecem parte dos benefícios que decorrem daí. Deste modo, e apesar de diversa propaganda em contrário, a vontade da maior parte das empresas continua a ser gastar o mínimo possível em salários, já que este continua a ser percepcionado como um custo - e como se sabe todos os custos devem ser reduzidos e se possível anulados - e não como um investimento.

 

Tal intenção, pese embora ser perfeitamente legítima, tem implicações na forma como devem ser entendidas as relações laborais - a contratação colectiva, o salário mínimo nacional - dado que estas continuam a ser conflituantes, por vezes, antagónicas e, acima de tudo, desequilibradas.

21
Set15

Voto útil

Sérgio Lavos

À medida que nos vamos aproximando das eleições, vai crescendo a pressão para o voto útil. É assim em todas as eleições, e é previsível que nestas seja bastante maior, tendo em conta a incerteza sobre o vencedor e a proximidade entre PS e Coligação PàF. Nos media, diariamente as fúteis discussões sobre o acessório tenderão a deixar de parte o essencial – as ideias e as propostas dos partidos.

A pressão para o voto útil é a segunda parte de uma estratégia dos media que deixa de fora da campanha os pequenos partidos, os que não têm representação parlamentar. Depois de duas eleições consecutivas (as Autárquicas e as Europeias) sem cobertura televisiva, as estações televisivas partiram para a negociação com os partidos numa posição de força e conseguiram quase tudo o que pretendiam, a começar pela liberdade editorial (inalienável) e a acabar, na prática, no fim da obrigatoriedade de mostrar a campanha de todos os partidos (a que, de resto, a Constituição obriga). O Livre/Tempo de Avançar viu o seu programa cidadão aprovado praticamente sem qualquer cobertura televisiva (a excepção foi uma curta peça que passou na SIC-Notícias). Como ninguém prometeu despir-se na convenção, não estavam lá câmaras para filmar o acontecimento.

Numa democracia parlamentar, cada deputado eleito vale por si. O poder legislativo emana dos deputados, não de outro órgão qualquer. Como tal, valerá tanto um deputado eleito por um partido pequeno como por um partido grande. Mais: na prática, como sabemos, um deputado eleito por um partido pequeno acaba por produzir mais do que muitos dos que se sentam nas últimas filas dos maiores partidos, os deputados que apenas estão lá para aprovar acriticamente Orçamentos de Estado e leis polémicas. A liberdade de voto, que deveria ser a essência de uma democracia parlamentar representativa, é na realidade inexistente, sobretudo nos partidos do centro (e no centralista PCP).

O voto útil (tal como ele é entendido na generalidade) acrescenta muitas vezes inutilidade e redundância. Se somarmos a este facto a distorção provocada pela existência de círculos e pelo método de Hondt (que na prática significa que um partido pequeno precise de muitos mais votos para eleger um deputado do que um partido grande), percebemos que votar útil enfraquece a representatividade eleitoral. Começa no acto inicial, o da escolha do voto – votar de forma negativa, apenas para que um partido não ganhe eleições, retira algum valor ao voto – e acaba no resultado final, quando olhamos para uma Assembleia da República repleta de deputados que estão ali apenas para servirem os seus interesses e os do partido, e não os dos cidadãos que os elegeram.

Fortalecer a democracia passará sempre pelo reforço do poder dos cidadãos. No Livre/Tempo de Avançar, não só os cidadãos puderam escolher os seus candidatos em directas, como puderam eles próprios concorrer. Do mesmo modo, o programa com que o movimento concorre a eleições teve a participação aberta a todos, tendo o texto final incorporado centenas de sugestões e emendas de cidadãos. O voto no Livre/Tempo de Avançar permitirá, pela primeira vez na democracia portuguesa, que um programa cidadão possa ter representação na Assembleia. O voto cidadão é, na realidade, o verdadeiro voto útil.

 

(Texto publicado no Tempo de Avançar.)

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«As circunstâncias são o dilema sempre novo, ante o qual temos de nos decidir. Mas quem decide é o nosso carácter.»
- Ortega y Gasset

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