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365 forte

Sem antídoto conhecido.

Sem antídoto conhecido.

27
Set14

Declaração de voto

David Crisóstomo

 

"Defender a democracia é não hesitar na confrontação democrática com os inimigos da democracia, qualquer que seja a sua natureza. É lutar contra o totalitarismo, que viola os direitos fundamentais da pessoa humana, e contra o populismo, que ataca os alicerces do Estado de Direito. É recriar continuamente a democracia, de modo a que ela saia reforçada, e não diminuída, do confronto com as novas exigências e possibilidades que o mundo contemporâneo lhe coloca."

 

Declaração de Princípios do Partido Socialista

 

 

27
Set14

Dia de Reflexão (II)

Diogo Moreira
Para haver verdadeira mudança, para podermos melhorar a vida das pessoas, é preciso estarmos no governo. Qual dos dois candidatos a Primeiro-Ministro atrai mais votos para o PS? A resposta, para o bem e para o mal, é óbvia desde o início.
27
Set14

Dia de Reflexão (I)

Diogo Moreira
Tivemos uma campanha muito "energética" para as Primárias do PS. Infelizmente, não houve um único argumento por parte de Seguro, e dos seus apoiantes, que não fosse uma variação da "traição", ou dos "direitos adquiridos" do detentor temporário do cargo de Secretário-Geral. É curto. É muito curto.
24
Set14

Navalha de Occam

CRG

"Se em tudo o mais forem idênticas as várias explicações de um fenómeno, a mais simples é a melhor"

 Guilherme de Ockham

 

Passos Coelho insiste que não se recorda se durante três anos auferiu cerca de 5 mil euros por mês. Por si só isto seria inverosímil. No entanto, para o caso é irrelevante uma vez que quer na declaração de IRS quer no pedido entregue à AR em 2000 o agora Primeiro-Ministro declarou expressamente que não havia recebido qualquer verba para além do vencimento de deputado e de participações em órgãos de comunicação social.

 

Deste modo, é incompreensível por que razão Passos Coelho não reitera a informação veiculada nesses documentos e simplesmente negue que tenha recebido tais quantias — a menos que duvide da veracidade das suas declarações.

 

Se assim é, e mesmo que tudo fique esclarecido, como é possível confiar num Primeiro-Ministro que nem em si próprio confia?

24
Set14

Parabéns, António José Seguro

João Martins

Seguro, deixa-me dar-te os parabéns. Nunca tinha sentido até hoje tanta vergonha alheia ao ouvir um político português. Superaste-te e por isso mereces um forte cumprimento por teres atingido um patamar ainda mais baixo na sarjeta cada vez mais entupida do teu discurso populista, pseudomoralista e mesquinho.

Não honraste nem honras o partido do qual és líder. Envergonhas-te e envergonhas os teus camaradas que ainda te tentam respeitar minimamente até deixares o cargo que nunca mereceste.

Tens razão quando dizes que não vale tudo em política. Não vale mesmo. O que assistimos hoje foi de uma baixeza abjeta e - isso sim - fica-te mal. Podes ter o sonho de ser líder do PS e Primeiro Ministro de Portugal desde criança, mas os valores da honra e da dignidade tinham de estar presentes nesse teu percurso. Não estiveram. Não tem havido qualquer tipo de dignidade da tua parte quando atacas os teus camaradas com uma violência que nunca aplicaste a Pedro Passos Coelho e ao seu Governo. 

Pediste a António Costa para não ajudar a direita quando na verdade quem a tem ajudado nestes últimos anos foste tu, o presumível líder da oposição que se andou a anular para "haver paz no partido". A paz que deste foi à direita e é essa paz que tem de terminar.

Por isso votarei no António Costa.

23
Set14

Na lama

Sérgio Lavos

O meu primeiro trabalho foi um emprego de verão aos 13 anos, numa carpintaria, e ganhei dez contos.

Entre os dezasseis e os dezassete anos, trabalhei durante o Verão como paquete num hotel, e o meu ordenado mensal era 100 contos.

Entre 1998 e 1999, ganhava 85 contos trabalhando numa livraria que já não existe, em Campo de Ourique.

O primeiro-ministro Pedro Passos Coelho não se recorda se, entre 1996 e 1999, ganhou 5000 euros por mês como consultor da Tecnoforma, e também não se lembra se pediu de facto um subsídio de exclusividade ao parlamento, demonstrando, através das declarações do IRS, que não auferia qualquer rendimento regular para além do de deputado. Por isso, pediu à sra. Procuradora-Geral da República (convenientemente já nomeada por este Governo) que o ajudasse a recordar aquilo de que ele não se lembra, e sabendo que o pedido poderá nem ter maneira de ser satisfeito. Este súbito ataque de Alzheimer não é mais do que uma manobra de diversão, usada para não se comprometer com mais uma mentira. Os outros que mintam por ele, como aconteceu com o secretário-geral do Parlamento ao emitir uma declaração que garantia que Passos Coelho nunca pedira o regime de exclusividade. 

Passos Coelho está a ir ao fundo, penosamente, e por sua vontade várias instituições vão sendo enlameadas no processo. O pior primeiro-ministro da história da democracia não vai ter um bom fim. Isso é certo.

23
Set14

Ou/ou

Sérgio Lavos

Podemos dizer, desde há algum tempo, que Passos Coelho vive da mentira, alimenta-se dela, precisa dela para sobreviver politicamente, respira mentindo ou mente respirando. Nada de novo, e apenas se mantém como primeiro-ministro porque a Presidência da República é sede vacante há três anos e meio. Mas a sequência de revelações que se vão sucedendo sobre a Tecnoforma eleva a outro patamar a coisa em forma de assim que lidera o Governo.

A ser verdade esta notícia, tudo indica que Passos ou mentiu ao parlamento quando pediu um subsídio por exclusividade ocultando que recebia da Tecnoforma pagamentos mensais no valor de 5000 euros ou mentiu ao fisco ao não declarar o que recebera da Tecnoforma para poder usufruir do subsídio de exclusividade parlamentar. No limite, ludribiou o parlamento e o fisco, ocultando a ambos o dinheiro que recebia da empresa. 

Para cúmulo, ao passar a responsabilidade do esclarecimento para o Parlamento, manchou mais uma instituição nacional. A rápida declaração do secretário-geral, certificando a inexistência do regime de exclusividade do deputado Passos Coelho, é inexplicável, e sendo o secretário militante do PSD, apenas se compreende a sua mentira como frete feito ao primeiro-ministro. O problema é que o fez em nome de uma instituição que representa todos os partidos e todos os portugueses. Para não ser acusado de mentir, no fundo Passos pediu ao parlamento que mentisse. Sem palavras.

Se tudo isto não é uma vergonha nacional, não sei o que possa ser. A mentira, a ocultação e a fraude fiscal podem ter prescrito. Mas se esta sucessão de mentiras não dá direito a demissão, então será mesmo impossível saírmos do buraco em que nos metemos. 

Pág. 1/4

«As circunstâncias são o dilema sempre novo, ante o qual temos de nos decidir. Mas quem decide é o nosso carácter.»
- Ortega y Gasset

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