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365 forte

Sem antídoto conhecido.

Sem antídoto conhecido.

14
Abr13

"Anatomia" do discurso e da atuação da direita nacional

Cláudio Carvalho

- Se o PIB contrai mais do que o previsto, culpamos o anterior governo xuxa
- Se a taxa de desemprego aumenta mais do que a estimativa chegando perto dos 20%, culpamos os xuxas da esquerda parlamentar. 
- Se o desemprego jovem chega aos 40%, continuamos a apostar em programas inférteis com nomes pomposos e culpamos os xuxas dos jovens que não querem emigrar. 
- Se os juros da dívida diminuem, capitalizamos o mérito para o Governo. Se os juros da dívida aumentam, a culpa é da conjuntura internacional e da herança xuxa
- Se nos enganamos nas previsões da receita fiscal em 3,1 mil milhões de euros, aumentamos ainda mais os impostos, culpamos o xuxa do José Sócrates e ponderamos a possibilidade de lançar uma outra petição para o proibir de se expressar num qualquer órgão de comunicação social.
- Se não conseguimos cortar na despesa, mesmo sabendo que não nos vão deixar, insistimos em usar a receita extraordinária advinda da concessão da ANA para "tapar" o défice e, de seguida, culpamos os sacanas dos xuxas do Eurostat. 
- Se decidimos destruir o consumo e o investimento, apostamos nas exportações e fechamos delegações da AICEP porque são uma marca xuxaEntretanto, as exportações estagnam, e encetamos um discurso laudatório em torno das marcas governativas dos sacanas dos xuxas que nos precederam. 
- Se propomos um Orçamento de Estado que sabemos que à partida tem normas inconstitucionais, imputamos a culpa aos xuxas do Tribunal Constitucional e aos xuxas-pândegos dos funcionários públicos. 
- Se falhamos todas as previsões e nos dizem para renegociar as condições do PAEF, contrapomos dizendo que são todos uma cambada de comunas que atentam contra o interesse nacional e, volvidos uns meses, aí sim, renegociamos. 
- Se, de qualquer das formas, temos que arranjar forma de cortar na despesa, priorizamos cortes nos xuxas-malandros que recebem subsídios de desemprego e de doença. 
- Se alcançamos resultados medíocres nas sondagens, colamos os xuxas do PS ao memorando de entendimento, vilipendiamos o resto da esquerda xuxa e culpabilizamos os xuxas da "troika" pelos resultados, mesmo estando na sétima revisão do programa e apesar de termos encetado medidas de consolidação muito para lá das que nos eram exigidas.

- Desviar toda e qualquer responsabilidade de qualquer outra medida negativa para terceiros e aprovar votos de louvor a todos os membros do governo afetos ao PSD que acabem, eventualmente, por desertar.

12
Abr13

Manifesto por um Futuro Europeu

David Crisóstomo

 

O seguinte manifesto foi redigido e editado nas últimas duas semanas através dum método de democracia online algo surreal e inovador, com base numa série de ficheiros do GoogleDocs e num grupo no Facebook com cerca de 70 membros, com idades que variam entre os 18 e os 35, cujo único factor de união era o de terem participado num concurso promovido pelo eurodeputado Rui Tavares. Os 15 vencedores desse mesmo concurso apresentaram este manifesto na quarta-feira no Parlamento Europeu, em Bruxelas.

 

 

Manifesto por um Futuro Europeu

 

Nascida da ideia de cooperação, desenvolvimento e progresso, a Europa parece conformada no seu actual papel e sem futuro. A Europa esqueceu-se da comunidade dos europeus e parece caminhar de olhos fechados sobre um presente negro.
O projecto de uma União Europeia parece desvanecer-se perante as transformações globais, e a recuperação europeia encontra-se bloqueada por um processo burocrático que encobre o medo de não assumir compromissos com alcance histórico.
Esta Europa esqueceu a riqueza do seu passado, a vantagem do seu presente e o impulso democrático, ambiental e cívico do seu processo de construção, e apagou os benefícios de uma integração política e económica entre os seus estados-membros. Este é o momento para travar a soma de egoísmo e cepticismo que ameaça os países e os cidadãos europeus. É o tempo de recuperar as palavras de Shelley: “somos todos gregos”, e de Kennedy: “Ich bin ein Berliner.” Nascemos europeus. Nascemos em nações democráticas numa Europa sem fronteiras e queremos derrubar os muros entre os povos europeus.
Somos um grupo de jovens europeus de Portugal e mais do que identificar problemas, queremos ver a Europa levantar-se de novo e confiar nas mãos dos seus cidadãos, a responsabilidade histórica que lhes compete. Vimos comunicar que queremos e somos capazes de escolher o nosso futuro.

Identificámos três áreas em concreto nas quais focaremos os nossos esforços:

 

 

 

 

12
Abr13

Poiares Maduro

Nuno Pires

 

Nas últimas horas testemunhei, em várias redes sociais e também em alguma imprensa, um assinalável júbilo na sequência da nomeação de Poiares Maduro para o elenco do XIX Governo Constitucional. Sendo inegável que se trata de uma lufada de ar fresco no Governo, parece-me que ver neste distinto e reputado professor de Direito uma espécie de Messias, ainda antes de se lhe conhecer qualquer intenção ou projeto governativo, poderá ser algo exagerado.

 

Posto isto, a meu ver, esta nomeação merece-me, desde já, dois breves comentários.

 

 

11
Abr13

Impulsos erráticos

Nuno Pires

 

O atual Governo prossegue o seu percurso titubeante, com um novo e rocambolesco episódio a cada dia que passa.

 

Ontem, na sequência de um despacho revanchista de Vítor Gaspar (que, muito sinteticamente, pretende congelar o Estado e asfixiar todos aqueles que legitimamente usufruem da coisa pública), foi noticiado, pela manhã, que todas as ações de formação e estágios profissionais estavam suspensos e, a par, uma das medidas mais "emblemáticas" do ainda ministro Miguel Relvas, o Impulso Jovem.

 

Ora, qualquer pessoa que tivesse lido o famigerado despacho teria rapidamente chegado à conclusão de que a realização de novas ações de formação ou novos estágios profissionais por parte do IEFP, fosse no âmbito do Impulso Jovem ou não, se encontra impedida até à sua aprovação pelo recém-empossado líder supremo do Estado, Vítor Gaspar.

 

 

11
Abr13

Será que aguenta?

Cláudio Carvalho
10
Abr13

A miragem das exportações

Nuno Pires
INE: Comércio Internacional de bens:exportações aumentaram 0,8% e importações diminuíram 6,1% - Fevereiro de 2013
(fonte: INE)


Ao que o INE nos transmite e o Jornal de Negócios noticia, a evolução das nossas exportações continua a rota de declínio que há já algum tempo se tem vindo a verificar, não obstante as normais flutuações pontuais, as quais são rapidamente aproveitadas pela rapaziada que (ainda) apoia este Governo para bizarros exercícios de manipulação de informação.

 

 

09
Abr13

Os candidatos do abstencionismo

Pedro Figueiredo

A credibilidade da política e dos políticos sempre dependeu da percepção que a população tem das pessoas que, de acordo com o calendário, elegem para os mais altos cargos públicos e dos respectivos desempenhos das funções.

As taxas de abstenção não muito pouco variáveis e com tendência para aumentar à medida que novas gerações chegam à idade de, eles próprios, contribuírem para essa escolha, só pode estar relacionada com a credibilidade da política e dos políticos bem como com o desinteresse manifestado pelos mais novos.
Os discursos falaciosos (que muitos consideram ser puras mentiras) que os candidatos vão debitando em períodos de campanha eleitoral só são validados depois da eleição e de (não) ter sido mostrado o trabalho mais meritório para o qual foram eleitos. Basicamente, representar o país nas decisões mais estruturais e nas escolhas feitas que definem o posicionamento de uma nação no Mundo.
Atingiu-se o ground zero das promessas (não) cumpridas por parte de quem foi eleito com a certeza que havia uma solução. Que não passava pela barbaridade que depois acabou por se verificar e que colocam Portugal à beira de uma situação explosiva. Afinal, os portugueses aguentam. Resta saber até quando.
É até lamentável ter que escrever que o ideal era que mentissem. Para serem eleitos. A realidade às vezes custa, mas se houver consciência e conhecimento do cenário completo, provavelmente custará menos pois permite uma preparação para as exigências que é preciso suportar.
Vivemos, então, tempos em que os últimos candidatos eleitos são claramente do abstencionismo. Que contribuem, em larga escala, com que cresça a descrença das pessoas naqueles que devem reger os destino do país. São até os principais responsáveis pelo generalizado desprezo aos partidos, encarando-os como fonte de todo o mal, quando são precisamente os partidos (à falta de movimentos cívicos mais intervencionistas) o ponto de passagem entre as exigências das pessoas e as políticas adequadas e justas.
Este corte de confiança leva a uma espiral. Também recessiva. Mas de democracia. Ao ponto de fazer com que as pessoas assumam publicamente que não acreditam que o seu voto faça a diferença. Um país assim é que não tem futuro nenhum.
08
Abr13

Equilibrio

Há pessoas para quem o muro é largo, confortável, acolchoado até.

Lá no cimo vivem quentinhos, assépticos, contemplando as menoridades de ambos os lados do assento etéreo e superior que escolheram para viver. Dum e doutro lado há mãos sujas, às vezes de sangue, há lágrimas de arrependimento e esqueletos de mãos dadas. Há traumatismos graves causados pelo salto de quem passou de um para o outro lado e não quis equilibrar-se lá em cima.
O muro está crivado de balas de ressentimento, de prisioneiros da consciência que disparam mas não atingem o lado oposto.
Acima de todo o cheiro nauseabundo que é viver com as escolhas que fazemos o ar é limpo e respira-se a inimputabilidade.
O problema é que o cimo do muro se está a encher de gente e a queda será terrivel.
08
Abr13

As prioridades de Vital Moreira

Cláudio Carvalho

Nas últimas semanas, Vital Moreira - cabeça de lista pelo Partido Socialista às Europeias de 2009 e personalidade pela qual nutro o maior dos respeitos -, tem dedicado algum do seu precioso tempo a atacar o PS e a defender o statu quo dos "rolos compressores" que são os constituintes deste governo. Primeiro "condenou" a moção de censura do PS, insinuando que este não tem capacidade de afirmação política. De seguida, a cruzada contra o Tribunal Constitucional (e.g. aquiaqui, aqui, aquiaqui e aqui). Concentremo-nos nas suas últimas duas críticas (esta e esta).


De facto, só se pode comparar o que é comparável. Como é que é possível, então, VM admitir a equiparação, dos trabalhadores em funções públicas aos trabalhadores em funções privadas, por exemplo, em matéria de remunerações, quando estes são quase exclusivamente do setor terciário, independentemente do país, democrático e em regime de economia de mercado, que estiver sob análise e ao qual Portugal não foge à regra? Ou seja, a natural desigualdade, surge, na sequência, do desenho das funções do Estado. Ninguém terá dúvidas, que as remunerações dos trabalhadores da administração pública se aproximarão dos trabalhadores do setor privado, se o Estado decidir nacionalizar setores da Economia inseridos na prestação de serviços em mercados privados, nomeadamente do setor primário...


Adicionalmente, é chocante a visão de soma zero sobre a economia (vd., e.g., "Os primeiros geram despesa pública e pesam directamente no orçamento; os segundos, não.") e a sua visão de que se alcança a cura pela via da aplicação da mesma receita que levou à doença, contradizendo-se com as críticas apontadas ao Governo a 18 de março.

 

Creio que as prioridades de VM estão, neste momento, invertidas. Está a focar as atenções, injustamente, nos trabalhadores das administrações públicas, "deixa o grande capital para depois" e esquece que não é possível continuar com o ajustamento por via da redução sistemática e profunda da procura interna. No passado, as suas prioridades foram diferentes, para melhor...

«As circunstâncias são o dilema sempre novo, ante o qual temos de nos decidir. Mas quem decide é o nosso carácter.»
- Ortega y Gasset

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