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365 forte

Sem antídoto conhecido.

Sem antídoto conhecido.

12
Mar13

Depois de Portas ter inaugurado um ginásio na Índia...

Nuno Pires

...é agora a vez do Álvaro ir à Colômbia inaugurar um supermercado.

 

(clique para ampliar)

 

Com a economia nacional numa situação cada vez mais tremida, com a divulgação diária de diversas "luzes vermelhas" num túnel descendente que parece não ter fim (aqui, aqui, aqui... apenas para mencionar os últimos dias) e com o desemprego a disparar para valores inéditos em Portugal, não deixa de ser - como dizê-lo - caricato constatar que o (super-)Ministro da Economia e do Emprego não deixou de encaixar na sua agenda uma ida até à Colômbia para inaugurar um supermercado de uma cadeia de distribuição cuja sede fiscal se localiza na Holanda.

 

Já agora, a direita "liberal" que tanto repete a ladainha da libertação da iniciativa privada das amarras do Estado não tem nada a dizer sobre esta "prioridade governativa" de Álvaro Santos Pereira?

 

(Imagem: recorte da edição de hoje do Diário Económico)

10
Mar13

Se não é de propósito, parece (com adenda)

mariana pessoa

Talvez seja o modo de Seguro responder ao repto de António Costa, unindo o partido. Mas unindo na mediocridade e em laivos ideológicos pouco condizentes com os pergaminhos do Partido Socialista.

 

Depois do candidato PS à Câmara Municipal de Matosinhos, António Parada, ter afirmado que os "jovens que não têm aproveitamento aos 14 anos é mandá-los trabalhar", agora é a vez de Manuel Pizarro, candidato pelo PS ao Porto, a debitar esta pérola:

"Não há razão para que esta ideia não deva avançar: os desempregados que estão a receber o Rendimento Social de Inserção podem ser postos a cuidar dos jardins e dos espaços verdes do Porto que estão mal tratados”, citado pelo JN.


Estará o PS a fazer de propósito para não ganhar Câmaras Municipais, colocando jarretes destes como candidatos a Câmaras historicamente relevantes? Se não é de propósito, parece.


Adenda:

Durante a tarde, vi o comentário de Manuel Pizarro na página facebook da Jugular Ana Matos Pires:

 

 

 

Folgo em ver que Manuel Pizarro está preocupado com a classificação das suas propostas políticas, mas deixo uma pergunta que não vi esclarecida: O dinheiro que o Estado gasta em RSI vem da Segurança Social. Como planeia Pizarro articular esse dinheiro 'central' com o dinheiro que a Câmara Municipal possa gastar (saberá qual é o montante em causa), i.e., de forma local? E como é que isso depende da esfera de acção de um Presidente da Câmara? 

 

(E o que faz com a empresa que agora presta os serviços? Paga indemnização? Alega incumprimento? ...)

 

09
Mar13

Prefaciar por aí

Nuno Pires

Carlos Esperança, Cavaco Silva e a fábrica de moagem:

O PR saiu para a grandiosa cerimónia de inauguração da nova moagem da empresa de cereais Nacional, no Beato, em Lisboa. Enquanto o país é triturado pelos impostos e a fome grassa nas famílias portuguesas, o PR inaugura uma nova moagem.

 

Guida, O protagonismo mediático está verde, não presta:

A tarefa em que Cavaco mais se empenhou desde que é Presidente foi a guerra que lançou ao Governo de Sócrates.

 

JSC, É mau de mais!:

Ao Presidente não se pede que se justifique, antes que actue. Que seja transparente na sua atuação, o que implica que se conheça o sentido da sua acção.

 

Fernanda Câncio, Ele e mais ninguém:

Presidente da República ainda se escreve com maiúsculas. Mas se o novo AO não mudou isso, o atual detentor do cargo está empenhado em reduzi-lo a paródia e opróbrio.

 

Viriato Soromenho Marques, No Palácio de Cassandra:

Cavaco Silva desistiu de ser um protagonista para se tornar num mero comentador.

 

A.R., O silêncio:

Em democracia, o silêncio não se escrutina nem vai a votos.

 

08
Mar13

Darwin não percebia nada disto

Nuno Pires

 

A julgar por aquilo que vou lendo e ouvindo nas notícias de hoje, parece que o atual governo optou por deixar que todo um setor se espatifasse, para depois lhe atirar dinheiro para cima, com um pacote de 50 medidas que envolve "milhares de milhões" de euros. É isto, não é?

 

Em certa medida estas piruetas já não são novidade, mas, mais uma vez, constato que algumas propostas da oposição (a mesma que os malabaristas de serviço dizem não ter alternativas) são adaptadas e lançadas pelo atual Governo, se bem que com um inacreditável atraso, que neste caso se revelou uma verdadeira tragédia para trabalhadores, empresas e demais cadeia de valor do setor da construção.

 

Se calhar isto enquadra-se na bizarra definição de "seleção natural" com que Passos Coelho nos presenteou recentemente... E que este Governo vai agora tentar inverter com recurso a milhares de milhões de euros. Não faz sentido? Pois, já é habitual...

 

(Imagem: recorte da capa do Jornal de Notícias de hoje)

07
Mar13

Uma recompensa que é todo um programa

Nuno Pires

Não vou tecer grandes considerações sobre o quão ridículo é chamar-se "recompensa" a uma alteração da perspetiva ("outlook") de Portugal, por parte da Standard & Poors ("S&P"), de "Negativa" para "Estável" nos pagamentos a longo prazo. Depois de tudo o que as famílias e empresas portuguesas passaram, estão a passar e vão continuar a passar, é quase insultuoso chamar-se "recompensa" a isto. Mas, não sendo os dislates argumentativos de Passos Coelho propriamente uma novidade, gostaria de chamar a atenção para um outro aspeto.

 

É de todos conhecido que o atual Governo não quis, sempre afirmou que não queria, o alargamento do prazo do empréstimo a Portugal. "Nem mais tempo, nem mais dinheiro" parecia ser o slogan do Governo, a que se somou uma trágica estratégia de front-loading de medidas de austeridade, cujos danos estamos a sentir - e iremos continuar a sentir por tempo indeterminado.

 

Enquanto isso, todos se recordam dos alertas da oposição, designadamente do PS, no sentido de ser pedido mais tempo. E todos se recordam que o Governo rejeitou-os sempre.

 

07
Mar13

O coiso está grande demais? No problem, blame Sócrates

David Crisóstomo

O consultor do Pingo Doce falou hoje à nação:

 

O responsável recorda que em 2009, quando o Governo de José Sócrates determinou um aumento do salário mínimo de 426 euros para 450 euros, Manuela Ferreira Leite, então líder do PSD, “teve o cuidado de dizer que as subidas dramáticas no salário mínimo que se fizeram nessa altura iam gerar muito desemprego mais tarde. Avisou e avisou bem e isso custou-lhe muito caro em termos de popularidade.”

 

Ou seja, você achava que eram as absurdas, irracionais e sádicas politicas deste governo que estavam a contribuir para a maior taxa de desemprego dos últimos 40 anos? Deixe-se disso! A culpa é, pela 1368ª vez, do tirano socrático que estas terras amaldiçoou. Há que desfazer essas imprecações, já, com urgência! 400 & tal euros? Mas somos todos imperadores faustosos ou quê? Não, é necessário dissolver esta praga gananciosa de querer um salário. Aliás, “o ideal até era que os salários descessem como solução imediata para resolver o problema do desemprego.” Assim faseadamente, até extirparmos esse hábito horroroso de gastadores. Só deste modo as politicas clarividentes do colossal sábio Gaspar restaurarão a antiga glória da nação.  Avante!


07
Mar13

A culpa é dos portugueses

Pedro Figueiredo

De repente, do discurso do empreendedorismo, fez-se luz. Tomando o memorando da Troika como o programa necessário à inevitável redução do défice - o Governo pode queixar-se que está de mãos atadas, mas na verdade encontrou o álibi perfeito para a implementação das políticas que tinha perfeitamente delineadas e que escondeu na campanha eleitoral -, houve desde logo uma consequência que nunca foi ocultada, pelo contrário, até assumida, embora com o pudor exigido na altura: é que o desemprego ia disparar.


Pode o número ter galgado para um patamar que nem o próprio executivo fazia prever. No entanto, o cenário foi mais ou menos preparado e daí o discurso do empreendedorismo... e mais ridículo, o da emigração. Passos Coelho, quando se referiu ao desemprego como uma oportunidade, estava a imaginar não um grupo de pessoas que tinha acabado de ficar sem trabalho, mas uma mole humana de empreendedores que, de um dia para o outro, ia trabalhar na maravilha do auto-emprego. Ser patrão de si próprio ou, melhor ainda, gerar emprego para outros.


Quase dois anos depois de ser eleito, o Primeiro-ministro deve estar muito desiludido com os portugueses. Não são os empreendedores que esperava que fossem. São, isso sim, apenas mais um peso para o Estado Social que tanto quer refundar e acabar de vez com esse pão para malucos que só por terem ficado desempregados não sabem o que fazer da vida. Sabem é viver à sombra dos que ainda produzem riqueza, que já é tão pouca.


Numa abordagem esquizofrénica da questão, não foram as políticas do Governo que falharam. Foram os portugueses que não as souberam interpretar. Aproveitar. Dar-lhes corpo. Não se entregaram de alma a este novo desígnio nacional: empobrecermos para se ser competitivo. O plano era genial. Pena é que as pessoas a quem se destinam essas políticas não estejam de acordo com o caminho seguido. E se houve lição a tirar - dito até por comentadores insuspeitos - da manifestação de 2 de Março, é que o silêncio com que se saiu à rua não pode deixar de ser ouvido.


A notícia de Ernest Moniz, norte-americano luso-descendente nomeado por Obama para secretário de Estado da Energia, apareceu em todo o lado. A comunidade portuguesa nos Estados Unidos ficou muito satisfeita. Acredito e é justo. Mas fiquei a pensar: deve haver muita gente no Governo que terá vontade de vir a público dizer Estão a ver? Emigrar tem as suas recompensas!

06
Mar13

O descaramento dos algébricos

David Crisóstomo

 

Sua Excelência, o magnifico primeiro dos eruditos ministros, Pedro Manuel Mamede Passos Coelho, iluminado pela divina providência, afirmou recentemente, referindo-se aos protestos decorridos e por decorrer, que «não se deve confundir a árvore com a floresta»


Ora, houve uma manifestação no sábado passado, dia 2 de Março. Uma, salvo seja - 40 para ser mais preciso, pois ser preciso é necessário, o Excel não perdoa. Esta manifestação, convocada por um movimento cívico sem ligações orgânicas a nenhum partido politico ou sindicato, tinha como objectivo primordial incitar os cidadãos portugueses a virem para a rua manifestarem-se contra o 'caminho correcto' padronizado por este governo e patrocinado por três instâncias internacionais. Pretendia-se que este protesto demonstrasse a rejeição das politicas cegas e dementes dum bando de impreparados, trapaceiros e ignorantes que desde Julho de 2011 dita os destinos da nação. Contestaria-se a legitimidade destes governantes nas ruas. As manifestações aconteceram. Os portugueses saíram de casa, enraivecidos e desgastados, contra a insanidade social que uns quantos mestres da busca pela simplicidade do conhecimento permanente lhes querem impor. Manifestações que levaram uma invulgar quantidade de cidadãos às ruas, de todas classes, faixas etárias e orientações politicas. Ninguém pode negar isto.

 

Ninguém? Think again.

 

 

 

06
Mar13

Não menos que um milagre (sobre a prosa de Ricardo Reis - não pessoano)

Rui Cerdeira Branco

É raro escrever uma página de prosa no Facebook. Hoje calhou, mas fica muito melhor aqui:

 

Miguel Poiares Maduro recuperou um dos mais significativos texto de Ricardo Reis sobre as escolhas do país (ver "O FMI e a Austeridade"). A peça vai conquistando o aplauso de alguns amigos estimáveis, mas não sei se mais pelas alfinetadas que oferece a algumas vozes pouco coerentes que criticam o "remédio" em curso em Portugal, se pela convicção de que o que o Ricardo Reis defende é em si mesmo algo coerente. parece-me que não é de todo. Em comentário à prosa e aos elogios à dita deixei o que se segue na caixa de comentários da entrada do Miguel sobre o tema que aqui agora destaco:

Ainda bem que faço parte dos "keynesianos" que em tempo de vacas gordas defende que se "acumule um excedente orçamental para usar nos maus tempos". Talvez também por isso não consiga encontrar as razões que descobrem para elogiar de forma tão vincada este artigo que me parece carregado de silogismos. Neste momento, Portugal não é financeiramente solúvel para os investidores internacionais a menos que tenha o respaldo dos nossos parceiros. Se aceitarmos isto como um facto, de pouco lhes importa se aumentamos ou diminuímos a austeridade/défice/dívida, interessa-lhes saber essencialmente se os nossos parceiros alinham num plano de viabilização credível ou não ou se (mais apetecível) bancam a dívida. Neste último aspeto os mercados são muito reativos como o têm provado várias situações desde o início da crise. Quanto ao plano de viabilização credível é cada vez mais difícil encontrar alguém de fora da troika e do nosso governo que defenda que o atual rumo é sustentável. E nisto a persistência de uma política de austeridade coordenada no espaço europeu com a recusa da Alemanha em cumprir com a sua parte da receita no sentido de reduzir a disparidade nos custos de produção internos na ZE, devolvendo aos seus trabalhadores, de forma mais expedita, uma parte dos ganhos de produtividade que acumulou na última década vai tendo um papel decisivo na ruina do “remédio” português que, creio, tinha mesmo como única hipótese de viabilização desenrolar-se num contexto externo expansionista e não recessivo. Uma previsão para a qual muitos “keynesianos” alertaram e da qual agora reclamam a prova dos factos. 



05
Mar13

Se grandolar não me chega.

Já se escreveu sobre a manifestação de 2 de Março tudo aquilo que quereria exprimir, e não vos quero maçar.

Já se escalpelizou o silêncio do povo e se interpretou o futuro que ele significa.

Aqui a Fernanda Câncio, aqui o Ricardo Santos, por exemplo, escreveram o que eu senti, e estou-lhes grato por isso.

Mas se não chega, se isto ainda não acabou, talvez tenhamos que cantar mais um pouco. Talvez até mudar a letra da nossa canção.

Porque ser perseverante é também isto.

 

Humilde proposta:

 

Coro Da Primavera
Zeca Afonso

Cobre-te canalha
Na mortalha
Hoje o rei vai nu

Os velhos tiranos
De há mil anos
Morrem como tu

Abre uma trincheira
Companheira
Deita-te no chão

Sempre à tua frente
Viste gente
Doutra condição

Ergue-te ó Sol de Verão
Somos nós os teus cantores
Da matinal canção
Ouvem-se já os rumores
Ouvem-se já os clamores
Ouvem-se já os tambores

Livra-te do medo
Que bem cedo
Há-de o Sol queimar

E tu camarada
Põe-te em guarda
Que te vão matar
Venham lavradeiras
Mondadeiras
Deste campo em flor

Venham enlaçadas
De mãos dadas
Semear o amor

Ergue-te ó Sol de Verão
Somos nós os teus cantores
Da matinal canção
Ouvem-se já os rumores
Ouvem-se já os clamores
Ouvem-se já os tambores

Venha a maré cheia
Duma ideia
P'ra nos empurrar

Só um pensamento
No momento
P'ra nos despertar

Eia mais um braço
E outro braço
Nos conduz irmão

Sempre a nossa fome
Nos consome
Dá-me a tua mão

Ergue-te ó Sol de Verão
Somos nós os teus cantores
Da matinal canção
Ouvem-se já os rumores
Ouvem-se já os clamores
Ouvem-se já os tambores

«As circunstâncias são o dilema sempre novo, ante o qual temos de nos decidir. Mas quem decide é o nosso carácter.»
- Ortega y Gasset

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