"Um cristão não mente"
"Aumentar impostos é agravar a crise; não os baixar na hora certa será atrasar a retoma. E dizemos mais: pensar primeiro no défice e só depois na economia é não resolver o problema do défice e, de caminho, castigar ainda mais a economia. Pelo contrário, pensar primeiro na economia é pôr a economia, o crescimento e a receita a ajudar a resolver o problema do défice."
"(...) condenámos o imprudente proselitismo ideológico em certas relações externas que, até pela estabilidade da sua importância, devem respeitar o enquadramento Estado a Estado (ex: Venezuela); e temos uma posição crítica sobre a insuficiência das políticas de emigração e consulados."
"A tentativa de gerar receita à força, precludindo os direitos mais elementares do contribuinte não é aceitável."
"Uma pergunta perfeitamente actual é esta: o que se pode fazer para reduzir a dimensão da pobreza em Portugal?
A resposta do CDS é objectiva: melhorar serviços aos idosos e melhorar as pensões dos idosos. Se excluirmos as questões da “nova pobreza”, já abordadas no capítulo do desemprego, o núcleo duro da pobreza em Portugal está na velhice. Dai a opção preferencial que fazemos por tratar melhor e primeiro dos mais velhos."
"Para quem acredite, como nós acreditamos, que o progresso de uma sociedade também se mede pelo dinamismo da sua “mobilidade social”, ou seja, pelo nível de oportunidades dadas para que, através da educação, do trabalho e da iniciativa, cada indivíduo possa subir legitimamente na vida, a situação social portuguesa é alarmante. Na verdade, a “mobilidade social” parece ter, simplesmente, parado. Haverá, certamente, sectores que até acrescentaram a sua riqueza, mas a classe média empobreceu e a exclusão social alastrou. Restabelecer a mobilidade social no nosso país é um objectivo central do CDS nos próximos quatro anos."
Programa Eleitoral do CDS-PP de 2009
"A Dívida Pública: travar o agravamento, tratar da redução.
(...) nesta matéria, para além de procurarmos formas de resolver o problema, temos ainda de começar, já e agora, por não o agravar. Ou seja, temos de imediatamente tomar medidas para que não nos endividemos ainda mais. "
"Hoje, em Portugal, alarga‐se o fosso entre os que têm muito e os que, mesmo tendo um posto de trabalho, não conseguem sair do limiar da pobreza. Hoje, cada vez mais portugueses acham que, mesmo depois de uma vida inteira de trabalho, deixarão menos aos seus filhos do que o que receberam dos seus pais. E estas são as marcas mais evidentes de que o elevador social, a possibilidade que cada um tem de subir legitimamente na vida, através da educação e do trabalho, está posta em causa. O dinamismo que nos permitiu crescer nas últimas gerações já não existe, sendo substituído por um modelo social em que o Estado só sabe pedir impostos, sempre mais impostos, taxas e contribuições, para financiar uma despesa excessiva, mesmo que isso sacrifique o nosso crescimento económico, a confiança de quem investe, e que essa recessão da economia gere uma menor arrecadação fiscal."
"Equidade
fiscal
na
austeridade
.
Ao
abordar
as
obrigações
de
redução
da
despesa,
não
seria
sério
fazê‐lo
sem
admitir
ou
reclamar
uma
maior
equidade
fiscal
na
repartição
de
sacrifícios.
O
CDS ,
que
tem
uma
forte
tradição
de
defesa do
contribuinte
e
de
moderação
fiscal,
que
não
abandona,
sabe
que
neste
momento excepcional
que
Portugal
está
a
viver,
defender
o
contribuinte
também
é
saber
defender
que
não
sejam
sempre
os
mesmos
–
os
que
não
podem
fugir
aos
impostos
–
a
pagar
a
factura;
e
que
há
formas
de
aumentar
a
receita
que
tornam
evitáveis
aumentos
da
carga
fiscal.
Em
geral,
como afirmámos
sempre,
tem
de
haver
um
conceito
e
uma
percepção
social
da
equidade
fiscal."
"Redução
da
despesa:
da
ética
social
à
equidade
fiscal
e
à
força
do
exemplo
.
Acima
de
tudo,
esta
será
também
uma
reforma
cultural
e
comportamental
na
gestão
da
coisa
pública,
tendo
em
atenção
que
há
–
sempre,
e
em
tempo
de
austeridade
–
uma
ética
social
(a
protecção
dos
desfavorecidos),
uma
ética
fiscal
(a
distribuição
justa
dos
sacrifícios)
e
uma
ética
do
exemplo
(do
Estado
consigo
próprio).
"
Programa Eleitoral do CDS-PP em 2011
O título vem a propósito de mais uma profunda e fascinante entrevista de Nuno Melo. Não vou perder tempo com a caracterização da personagem, já disse aqui tudo o que tinha a dizer sobre a criatura. Mas não deixo de ficar fascinado com o naco de filosofia depositado na conclusão da entrevista, aquela afirmação imperativa da suprema honestidade do cristão, que não mente, nunca, jamais, e não por ser pecado, mas porque, epa, não consegue. Leva com água benta na tola e prontus, serum veritas no moço. "Um cristão não mente", ao contrário dos ateus, agnósticos, judeus, muçulmanos, etc., que, como toda a gente sabe, são uns grandessíssimos aldrabões. Como aliás se confirma aqui, neste relato de honestidades tuiteiras do irrevogável partido. Gente sincera, pura, cristã. Que não mente, engana ou ludibria, como diria Vítor Gaspar. Comete quiçá umas incorrecções factuais, como diria Rui Machete. Mas é gente séria. Que, seriamente e com o alto patrocínio da Presidência da República, vai gozando connosco há já mais de dois anos, qual castigo divido que se abateu sobre esta terra.
Adenda: É também interessante notar que esta gente tão transparente e honrada tenha retirado o programa eleitoral de 2011 da sua página oficial. Só lhes fica bem.