Cavaco contra a História
Uma das coisas que distingue Cavaco é com a sua dissimulação instigar-nos a desmascarar a sua notória falta de coragem política.
Quando até já Deus Pinheiro veio assumir que a posição na referida resolução não é motivo de orgulho para o país, Cavaco continuará a assobiar para o lado e pretender que apenas não quis subscrever um incitamento à violência? Para se ver o grau de descaramento, Cavaco convida-nos a acreditar que o incitamento à violência foi subscrito pela generalidade dos países, com a abstenção de duas dezenas de países essencialmente da NATO e os heróicos votos contra dos Estados Unidos e da Grã-Bretanha... e de Portugal.
(imagem via Câmara Corporativa)
Para quem não se baste com a história da carochinha de Cavaco nada como ler as opiniões qualificadas de Seixas da Costa (via CC) e de João Cravinho. Nestas duas opiniões fica evidente não só que a posição diplomática portuguesa não era de facto fácil, mas também que faltou ao Governo português e a Cavaco em particular a coragem para enfrentar os acontecimentos e quem sabe até, num assomo de arrojo, bater-se por valores. Também por isso, não deixa de ser ilustrativo que Cavaco elogie em Mandela a coragem política que nunca teve.
Face ao carácter que reconhecemos a Cavaco, não surpreende que queira agora refazer a História. Cabe-nos a todos nós não o permitir.