Em defesa de serviços mínimos de vergonha
Marco António Costa voltou a queixar-se da falta de disponibilidade do PS para o diálogo.
Podíamos falar na recusa do modelo do PS para a discussão da reforma do Estado por falta de tempo, e já lá vai um ano. Ou podíamos falar no facto de o Primeiro-Ministro o único a romper o consenso existente em Portugal favorável à actualização do Salário Mínimo Nacional. Ou falar na reforma do IRC com um alívio fiscal das (grandes) empresas que não convence FMI nem patronato, sobretudo as confederações de pequenas e médias empresas.
Mas basta-nos recordar a notícia de terça-feira em que o Conselho de Reitores formaliza uma rotura inédita com o Governo por desde Agosto não ter qualquer discussão formal com a tutela sobre o Orçamento do Estado. Ó homem, tanto que o preocupa o diálogo, bem que podia começar por resolver o do Governo com o CRUP.
Sabemos que Marco António tem de despir-se de qualquer pudor para poder vestir o fato de porta-voz do PSD. Ainda assim, espera-se que haja não só um "serviço mínimo de democracia" como um serviço mínimo de vergonha. Algo que nem o PSD parece estar disponível para cumprir nem haverá nenhum tribunal que os obrigue.