O homem que está sempre do lado errado da história
Alfredo Barroso recorda na sua página no Facebook que em 1987 Portugal foi um dos três países a votar contra um apelo, na Assembleia Geral das Nações Unidas, a pedir a libertação imediata de Nelson Mandela. Os outros foram naturalmente os Estados Unidos da América e o Reino Unido. Em 1987, o Primeiro-Ministro de Portugal era Aníbal Cavaco Silva.
Não tenho memória do episódio mas quero acreditar que Alfredo Barroso, chefe da casa civil do Presidente Mário Soares, tem razões para recordar sem mácula o acontecimento.
Este é um de muitos factores que concorrem para mostrar Cavaco como alguém sempre do lado errado da história. Alguém que chega sempre tarde. A razão primordial para querer comprar este livro é o facto de nele se documentar, segundo rezam algumas crónicas, o facto de Cavaco se ter oposto, numa fase inicial, à adesão à CEE.
Tal como esteve do lado errado da história quando afirmou, em 2011, haver limites para os "sacrifícios" que se impunham à população. Quando a austeridade não ia ainda no adro.
Cavaco é o homem sempre do lado errado da história. Ou isso ou, em alternativa, toda a sua carreira política se constrói à base de um cinismo ciclópico.