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Sem antídoto conhecido.

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06
Nov13

Do massacre da contratação colectiva

Nuno Oliveira

Do relatório publicado na segunda-feira permito-me destacar o capítulo que respeita à contratação colectiva e ao massacre de que tem sido vítima nos dois últimos anos.

Todos os elementos disponíveis conduzem à interpretação de ser intenção da troika e do Governo pressionar a desvalorização interna. Adicionalmente pretendem, tal como também pretende a direita portuguesa, produzir uma alteração duradoura na correlação de forças no meio laboral que no seu preconceito potencia o crescimento económico.

 

Só que, aquilo que é uma ambição da direita, é um drama de consequências que arriscam perdurar muito e muito tempo com efeitos não apenas sociais. Podemos recordar as declarações de Vítor Gaspar em que recordava que a desigualdade não é propriamente amiga do crescimento económico e que foram subscritas também por Passos. Ou podemos também recordar as declarações de Passos em que fala das insuficiências do processo redistributivo. Ou até recordar declarações mais recentes mais uma vez de Passos em que diz ser necessário atacar a desigualdade com inteligência.

 

Pode colocar-se a questão se estas sucessivas declarações pretendem fazer dos portugueses parvos. Uma coisa parece razoavelmente certa: a destruição da contratação colectiva não é uma forma inteligente de atacar as desigualdades.

 

 

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«As circunstâncias são o dilema sempre novo, ante o qual temos de nos decidir. Mas quem decide é o nosso carácter.»
- Ortega y Gasset

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