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Sem antídoto conhecido.

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05
Nov13

Não há maior desperdício de recursos que um sistema de ensino elitista

Nuno Oliveira

Não sei se Nuno Crato vai implodir o Ministério mas arrisca-se a implodir o sistema de ensino português. Este programa, hoje noticiado, mostra um projecto de ensino elitista que parece destinado a excluir os menos preparados aumentando por esta via as desigualdades.

É difícil imaginar alguém ser cúmplice de um projecto que tão ostensivamente promove a desigualdade. E não é fácil imaginar maior desperdícios de recursos humanos e financeiros como o que o este projecto se presta a concretizar.

 

Aqui fica a ilustrativa reacção da Associação de Professores de Matemática, retirada da mesma notícia do Público:

 

"A dirigente da Associação de Professores de Matemática (APM) Lurdes Figueiral afirmou nesta terça-feira que o novo programa da disciplina para o secundário, ontem colocado em consulta pública pelo Ministério da Educação e Ciência (MEC), “visa afastar alunos do ensino regular para percursos alternativos” e defendeu que ele “terá de cair quando o Governo cair”.

“O programa é de uma extensão brutal, são introduzidos temas e capítulos de uma complexidade matemática desajustada a este nível de ensino e as dificuldades da transição do ensino básico para o secundário são ignoradas — nada neste novo programa faz qualquer sentido”, criticou. (...)

A dirigente da APM frisa que a proposta de programa — que está em consulta pública até dia 2 de Dezembro — “ignora os resultados de todos os estudos internacionais e não tem nada a ver com qualquer programa internacional dos países de referência”. “Com nenhum e, nomeadamente, com o de Singapura, que o ministro da Educação tanto gosta de citar”, frisou.

“Em Singapura, além dos objectivos técnicos da matemática, existem também outros objectivos, como o desenvolvimento de atitudes positivas em relação à disciplina e de capacidades para encontrar formas criativas e intuitivas de formular e resolver problemas. Ora, tudo isso está ausente e o que vemos neste programa é um excesso de formalismo que deu maus resultados nos anos 1960 e que é considerado negativo e desadequado pelos mais eminentes e brilhantes matemáticos”, analisou Lurdes Figueiral.

Na sua perspectiva, não está “em causa o aumento da exigência”. “Não se trata de ser mais difícil ou menos difícil, mas de ser absurdo. Em lugar nenhum do mundo se aborda, sequer, a lógica e a teoria de conjuntos e formalismos associados, nomeadamente relações de equivalência”, exemplificou. Considerou que “o excesso de formalismo, a extensão do programa e o desinteresse dos alunos” resultarão “num aumento brutal de insucesso”, numa primeira fase, e, depois, “no abandono, pelos alunos, dos cursos que têm Matemática A, e na procura de cursos alternativos”. "Só pode ser aí que o MEC pretende chegar", disse. (...)

 

2 comentários

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    Nuno Oliveira 06.11.2013

    Não se trata de nivelar por baixo. Essa é a parte curiosa. Se o Crato não receasse as comparações internacionais permanecia no PISA.

    Não percebo porque se vem com essa balela no nivelar por baixo quando claramente nos últimos anos, os desempenhos dos alunos em comparações internacionais registaram um progresso assinalável como se pode ver aqui neste post do Hugo Mendes.

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